sábado, 26 de março de 2016

Pecado: vício ou doença? Uma resposta bíblica para a dependência.

Um dos grandes problemas que temos ao falar do pecado na vida das pessoas é que nos traz um tom de acusação, julgamento e condenação. quando relacionamos os vícios ao pecado é comum se levantar questionamentos. O problema de você relacionar o vício como uma doença é que parte da ideia de que "você não é responsável pela causa, mas é responsável pela cura." A verdade é que o pecado frequentemente se disfarça como doença.
A Bíblia nos fala que, quando uma pessoa se entrega a um ídolo (objeto de seu desejo) ao invés de tentar encontrar sua cura e plenitude em Deus, a pessoa se entrega ao poder daquele ídolo, e ela passa a ser enganada. (Jr 2.11-14; Sl 115.8). E assim o pecado assume as características do que muitos chamam de vícios ou doenças.
Quem está no vício sente-se como se tivesse caído numa armadilha e sua vida está fora de controle. Como um adorador de algo que pode ser extremamente perigoso, ele se sente preso, escravizado por um comportamento que garante prazer, mas também traz como consequência muita dor. (Pv 14.12; 16.25; Rm 6.20,21) O problema de você descrever a dependência como doença é que implica inocência por parte do viciado, o que não é o caso. Embora uma pessoa possa ser dominada pelo poder daquilo a que se rendeu, ela mesma possui total responsabilidade por sua condição. (Jo 8.34; 9.41)
A profunda ira, falta de confiança e rebelião contra Deus, que alimentam nossa natureza caída, nos persuade a usar as provações, traumas e negligências da vida para justificar nossa decisão de buscar consolo e prazer nas coisas criadas em lugar de buscá-los no Criador. (Rm 1.18-25). Somos entregues ao poder de algo que vai além do Deus vivo, e este objeto passa a nos dizer como devemos pensar, sentir e viver:
  • Você coloca seus próprios interesses acima do bem estar de sua família;
  • Você coloca o prazer momentâneo acima das pessoas que você diz amar;
  • Você coloca sua vida a serviço de algo que no fim não lhe dá nada em troca, a não ser dor e sofrimento.
Assim, o pecado assume as características do vício ou doença, e de repente, estamos fazendo coisas obsessivas, compulsivas, sem limites e perigosas - coisas que no fundo não gostaríamos de fazer. (Rm 7.15)
Decisões erradas, ações pecaminosas, ou negligência por parte de outras pessoas podem influenciar a nossa queda, mas não tanto quanto nossas respostas egoístas às circunstâncias e as pessoas. O problema, na verdade, está em nossas exigências egoístas de ter os nossos prazeres satisfeitos, pouco me importando com a necessidade dos outros. As pessoas ou circunstâncias que nos causam dor tornam-se, simplesmente nossas desculpas. (Rm 2.5,6).
Isto não significa que Deus não leva em conta nossos traumas e tragédias quando julga nossas ações, mas se não reconhecermos a nossa responsabilidade, e não houver verdadeiro arrependimento, não haverá libertação da escravidão, apenas uma sombra de uma tentativa de se manter limpo através de nossa limitada razão e força. (Pv 28.13; Jl 2.12,13)
Apesar dos benefícios de compreender como nossos traumas nos induziram em uma direção ou outra, temos de lembrar que pecamos porque temos corações contaminados, caídos. (Jr 17.9; Mt 15.11, 17-20). Tornamo-nos escravos das coisas que amamos mais do que a Deus. Somos viciados em nossos ídolos - as coisas que escolhemos para suavizar a nossa dor. Embora fora de controle, ainda somos responsáveis por termos chegado a este estado (Pv 1.32; 5.22,23)
A resposta esta em confessar a nossa culpa, render-nos a Cristo, tomar como exemplo sua vida e caminhar pelo poder do Espírito Santo. (Gl 2.20; 5.16), Na medida em que buscamos métodos e modelos psicológicos que fazem com que nos esqueçamos disso, e por mais bem sucedido que sejam muitas vezes em nos ajudar a buscar mudanças, no fundo, só estaremos mascarando o verdadeiro problema: Pecado. Se deixarmos de colocar Deus em primeiro lugar, e de depender da sua libertação e transformação, certamente continuaremos a viver escravos de programas de manutenção em lugar de sermos verdadeiramente transformados.
Precisamos voltar a Deus em primeiro lugar e abandonar o rótulo de que "sou vítima" e nos arrepender diante de Deus pelas escolhas erradas que fazemos e que terminam em vícios ou doenças. esta é a única coisa coisa que nos libertará.
"Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.[...] Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (Jo 8.31,32,36) 

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