terça-feira, 5 de setembro de 2017

Até quando Senhor? Uma breve reflexão sobre a impotência da vida.

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Nosso salmo começa com um grito, mistura de incompreensão, dor, impotência, lamentação. Você se dirige a Deus, seu Deus, sem rodeios, sem apresentações. Não tem tempo para isso. O peito oprimido, a garganta seca, e uma pergunta que não quer calar: “por que me abandonaste? ”. E ainda mais, mesmo que o procure, seu Deus parece esconder-se, calar-se. Por que tudo isso? Faz parte de um castigo merecido? Trata-se de uma provação da fé? Afinal, o que Deus quer mostrar com tudo isso?

O que aflige o salmista não é a presença de uma punição, de uma repreensão, mas a ausência injustificada do ser amado que é sentida como abandono (“estás longe de mim”). E acrescentado a isso, um persistente silêncio – desse Deus que se define como “palavra” – sentido como absoluto (“dia e noite”). O seu Deus, seu criador, seu par, teima em não se manifestar. O grito angustiante ecoa em silêncios intermináveis.

Meu Deus! Eu clamo de dia, mas não respondes; de noite, e não recebo alívio!

No entanto, mesmo diante da dor e do sofrimento o que nos dá alento é declarar a santidade de Deus que é digno de toda nossa adoração e relembrar os momentos em que Ele nos deu livramento.
“Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que pode me dar esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a sua fidelidade! Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança. ” (Lm 3.19-24)

O sofrimento e a dor nos revelam quão impotentes somos e o quanto precisamos confiar e depender do Senhor. Deus muitas vezes não nos dá a resposta que queremos, mas nos revela o que realmente precisamos. Assim como Jó, precisamos aprender a ter experiência com Deus e perceber que somos miseráveis pecadores que necessitam de Graça e Misericórdia.

Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza". (Jó 42.5-6)


Extraído e adaptado