terça-feira, 19 de junho de 2018

Família resistindo em tempos de crise (Josué 24)


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Vivemos numa época de transtorno e mudanças. As tradições familiares estão perdendo seu valor. Os conceitos tradicionais provindo de raízes judaico-cristãs sobre a família estão sendo rejeitadas. O aumento da imoralidade, das ideologias humanas e o crescente número de divórcio tem mostrado que a instituição familiar está deixando de existir. A influência de uma cultura em que seus valores são contrários a Palavra de Deus tem mudado a concepção de família que as pessoas costumavam ter. O que estamos vendo hoje é a dissolução da família. E, infelizmente, na igreja existem sinais alarmantes de que a pressão pela qual a sociedade está passando tem afetado também a família cristã. Precisamos reafirmar os princípios bíblicos que devem governar o lar da família cristã. Um dos pressupostos cristãos é que foi Deus que instituiu a família (Gn 2.18-25 em especial o verso 24). A família como Deus a criou é uma representação do relacionamento de unidade e harmonia que existe na Tri-Unidade de Deus. A família fala ao mundo a respeito da natureza de Deus e seus planos para a humanidade. Á medida que a família falha em espelhar o modelo original de relacionamento com Deus, comprometem-se todos os relacionamentos que o indivíduo desenvolverá na sociedade.
Diante disso a pergunta que se faz é como a família poderá resistir às crises de uma sociedade corrompida e indiferente para com Deus?
·         A família cristã é uma representação do Reino de Deus e por meio dela o mundo é abençoado (Js 24.3-4 – compare com Gn 12.1-3): o que Deus pode fazer pelo homem é testemunhado na família que invoca a Deus como Senhor. Na condição de célula que faz parte de uma sociedade (um conjunto de células que formam um corpo), a família guarda em si a natureza e o propósito da convivência entre as pessoas. É nela que se reproduzem de forma simplificada os padrões de relacionamento, de perdão, de sucesso, de autoridade, de submissão, de liderança que caracteriza o sistema maior chamado Reino de Deus – a igreja é a família de Deus, portanto a família é o conjunto de famílias reunidas debaixo de um mesmo propósito. Ao falhar em reproduzir essa dimensão maior, o mundo fica sem um modelo, um referencial, uma amostra do que seja o ideal pretendido por Deus para todas as pessoas. Não há ideologias que possa superar a família estabelecida por Deus onde o amor de Deus se torne visível e concreto. Enquanto houver o referencial do Reino de Deus no mundo, haverá o juízo de Deus sobre a humanidade, porque todos deverão seguir o modelo que por Deus foi estabelecido. Enquanto houver amostra do amor de Deus nas famílias, haverá esperança e acima de tudo a afirmação de que o Senhor reina.
·         Na família cristã vivencia-se a redenção e o Senhorio de Deus (Js 24.14-15): Deus escolheu uma família para dela fazer uma nação, Ele escolheu uma família para por meio dela trazer a salvação. Dentro da estrutura da família cristã são mantidas e reproduzidas as condições a que Deus nos relevou na pessoa de Jesus: dignidade, igualdade e unidade (Ef 2.11-22). Todas as vezes que surgem na família estruturas de relacionamentos que dão abrigo a opressão, a violência, a falta de amor, o desprezo gerando assim, o desânimo, o ódio e a amargura, isto revela a ineficiência da sabedoria humana em buscar a redenção dos erros cometidos pelos que fazem parte dela. Existe um padrão de relacionamento proposto para nós que emana da própria personalidade de Deus; um relacionamento que se apoia e se sustenta em bases consideradas frágeis pela sociedade moderna: o amor e a capacidade de doar-se aos outros, tendo em vistas o aprimoramento de nossas fraquezas. Enquanto a força subjuga, o amor conquista. A busca pelo poder é egocêntrica, o amor é altruísta. A força destrói, o amor constrói. O orgulho condena, o amor perdoa e busca a restauração do outro. O amor resgata o verdadeiro valor das pessoas criando relacionamentos saudáveis, em que há crescimento e edificação da família.
·         Na família cristã vivencia-se o padrão de submissão e autoridade (Js 24.19-25): conhecendo e entendendo, mesmo que de maneira superficial o ambiente em que se insere e se desenvolve a família, talvez seja possível pensar na questão da submissão e autoridade. Como vimos, a família está inserida dentro de um contexto em que ela representa algo maior (Reino de Deus). Ela é parte de uma razão que ultrapassa a sua razão de existir, uma célula que faz parte de um corpo que foi resgatada com um propósito: glorificar a Deus. A autoridade reconhecida de Deus na família dá a ela o papel de buscar desenvolver entre os seus integrantes a busca pela maturidade, o que implica plenitude e realização enquanto ser humano, tendo como padrão o próprio Jesus. Maturidade, aqui, significa colocar-se, com tal inteireza e capacidade do lado de Deus, excluindo, assim, toda e qualquer expressão humana do que se acredita ser família. A autoridade da família está em submeter-se as diretrizes estabelecidas por Deus na sua Palavra ajustando sua conduta as normas por ela determinadas (2Tm 3.16-17). A relação de submissão da família e na família é aquela que foi dada por Deus (1Co 11.3; Ef 5.22-33).
a.    A submissão na família se dá num ambiente de amor: o princípio que rege as relações do homem com Deus, é o mesmo que rege a relação que deve haver entre os familiares: amor, voluntário, verdadeiro e espontâneo.  
b.    A submissão na família se dá num ambiente de lealdade: lealdade está intimamente ligada a fidelidade. Quando não existe o compromisso de uns para com os outros, o clima que se cria é de desconfiança e traição. O verdadeiro amor cria vínculos de exclusividade no relacionamento entre os familiares.
c.    A submissão na família se dá num ambiente de serviço e renúncia: se você não está disposto a investir no relacionamento entre seus familiares; se você não se dá ao trabalho de investir na sua família, então, ela logo será destruída pelas influências de uma sociedade corrompida, pelas adversidades de um mundo caído.
A regra do amor bíblico é Deus acima de tudo e a busca do crescimento do próximo acima de si mesmo (Mt 22.37-40). Um amor inteligente e maduro que assume o compromisso de cuidar, edificar e servir. A família é a base da sociedade, ela foi criada por Deus para representar a missão do Reino: resgatar e restaurar vidas perdidas, mediante a aplicação da redenção em Cristo Jesus. Uma família que começa estabelecendo o compromisso de servir a Deus e abandonar as influências de uma sociedade e suas ideologias humanas. Que tem a Palavra de Deus como seu guia para lhe dar as diretrizes necessárias do que fazer ou não fazer diante das crises que irão surgir. Que entende que não importa o que aconteça “o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, o amor nunca falha..”