quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A oração em espírito e em verdade (João 4.23-24)



Deus busca verdadeiros adoradores, mas é algo raro de encontrar. A verdadeira adoração é em espírito e em verdade. Jesus veio abrir o caminho para esse tipo de adoração e Ele mesmo nos ensina a adorar em espírito e em verdade. Sendo assim, uma de nossas primeiras lições na escola de oração deve ser compreender o que é orar em espírito e em verdade e saber como conseguir isso. À mulher de Samaria nosso Senhor citou três tipos de adoração. Primeiro, a adoração ignorante dos samaritanos: "Vós adorais o que não conheceis". Segundo, a adoração inteligente dos judeus, os quais tinham o verdadeiro conhecimento de Deus: "... nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus". Finalmente, a nova e espiritual adoração que Ele mesmo veio introduzir: "Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade".
Entre os cristãos também podemos encontrar os três grupos de adoradores. Aqueles que em sua ignorância praticamente não sabem o que pedem: eles oram com seriedade, porém recebem pouco. Existem outros que possuem um conhecimento mais correto, que tentam orar com todo seu entendimento e coração e muitas vezes oram seriamente. Mas, mesmo assim não conseguem a plena bem-aventurança de adorar em espírito e em verdade. Devemos pedir ao Senhor Jesus que nos introduza neste terceiro grupo; precisamos ser ensinados a adorar em espírito e em verdade. Somente isso é adoração espiritual; somente isso nos transforma no tipo de adoradores que o Pai procura. Na oração, tudo dependerá de nosso entendimento correto e da prática de adoração em espírito e em verdade.
0 primeiro pensamento sugerido por Jesus é que deve haver harmonia entre Deus e Seus adoradores; assim como Deus é, assim Sua adoração deve ser. Quem se dispõe a prestar verdadeira adoração a Deus, a encontrá-lo e conhecê-lo, regozijar n'Ele, deve estar em harmonia com Ele, deve ter a capacidade de recebê-lo. Porque Deus é Espírito, devemos adorá-lo em espírito. Como Deus é, assim são Seus adoradores. Deus é Espírito - não limitado pelo espaço ou tempo, mas em Sua infinita perfeição é o mesmo sempre e em todo lugar - assim também Sua adoração, daquele momento em diante, não estaria mais restrita a um lugar ou forma, mas à importância. Aquele que busca orar com seriedade na "igreja" ou em seu quarto e vive a maior parte da semana ou do dia em completa desarmonia com aquilo que orou, não está adorando em espírito e em verdade. Sua adoração foi resultado de um lugar ou hora estabelecida, não de todo o seu ser. É preciso entender que Deus é Espírito: somente Ele tem o Espírito para dar. O Pai enviou o Espírito de Seu Filho em nosso coração para clamar "Aba, Pai". A adoração em espírito é a adoração do Pai no Espírito de Cristo, o Espírito de adoção. A adoração do Pai só é possível àqueles a quem o Espírito do Filho foi dado. A adoração em espírito somente é possível àqueles a quem o Filho revelou o Pai e àqueles que receberam o espírito de adoção. É somente Cristo que abre o caminho e ensina a adoração em espírito.
A adoração em espírito é a adoração em verdade; um verdadeiro relacionamento vivo com Deus, uma real correspondência e harmonia entre o Pai, que é Espírito, e o filho orando no espírito. Somos carnais e não podemos oferecer a Deus a adoração que Ele busca. Mas Jesus veio para dar o Espírito. Ele O deu a nós. Que haja a profunda confissão de nossa incapacidade de oferecer a Deus a adoração que Lhe agrada; a aptidão de uma criança para aprender, que espera n'Ele para ser instruída; uma fé simples que se rende ao mover do Espírito. A revelação da Sua infinita Paternalidade em nosso coração, a fé no infinito amor que nos dá Seu Filho e Seu Espírito para que nos tornemos filhos são sem dúvida o segredo da oração em espírito e em verdade. Ter Cristo, o Filho, e o Espírito do Filho, habitando em nós e revelando o Pai, é o que nos torna adoradores verdadeiros e espirituais.
                                                       Pr. Fernando Maciel (extraído e adaptado)

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Com Cristo na Escola da Oração - Lucas 11.1



Certa vez, enquanto Jesus orava em um determinado lugar, os discípulos, vendo o empenho e o fervor com que orava, sentiram necessidade de pedir: "Senhor, ensina-nos a orar". Os discípulos haviam estado com Cristo e viram-no orar. Haviam aprendido a perceber uma ligação íntima entre sua extraordinária vida pública e sua vida secreta de oração. Haviam aprendido a crer n'Ele como o Mestre na arte da oração, pois ninguém podia orar como Ele. Tudo isso justifica o pedido: "Senhor, ensina-nos a orar".
À medida que crescemos na vida cristã, o pensamento e a fé na incessante e infalível intercessão do Amado Mestre tornam a oração algo ainda mais precioso, e a esperança de interceder como Cristo ganha um atrativo totalmente novo para nós. E conforme O vemos orar, e reconhecemos que ninguém pode orar nem ensinar como Ele, sentimos a mesma necessidade que os discípulos sentiram de pedir:
·         "Senhor, ensina-nos a orar". E enquanto pensamos em tudo que Ele é e tem, em quanto necessitamos d'Ele e em como Ele mesmo é nossa vida, sentimos segurança de que basta pedir e Ele terá imenso prazer em nos levar a uma comunhão mais íntima com Ele e nos ensinará a orar como Ele ora.
·         "Senhor, ensina-nos a orar." Embora, a princípio, oração pareça ser algo tão simples que até a mais débil criança pode fazer, também é, ao mesmo tempo, o trabalho mais sublime e santo que o homem pode realizar. Ela é comunhão com o Deus Invisível e Santíssimo. É pela oração que as promessas esperam por seu cumprimento, o reino por sua vinda e a glória de Deus por sua plena revelação. E como temos sido indolentes e inadequados para realizar esse abençoado trabalho! Somente o Espírito de Deus pode nos capacitar a fazer isso de forma correta.
·         "Senhor, ensina-nos a orar." Sim, a nós, Senhor. Temos lido em Tua Palavra as orações poderosas que Teus servos do passado fizeram e as grandes maravilhas que Tu operaste em resposta às suas petições. E se isso ocorreu na Antiga Aliança, no tempo de preparação, quanto mais agora, nos dias de cumprimento, Tu não darás a Teu povo a segurança plena de Tua presença em nosso meio.
·         "Senhor, ensina-nos a orar." Nada parece, no início, tão simples e depois tão difícil, a ponto de sermos coagidos a confessar: não sabemos orar como convém. É verdade que temos a Palavra de Deus, com suas firmes e claras promessas; mas o pecado tem obscurecido tanto nossa mente que raramente sabemos como aplicar a Palavra. A oração deve ser para a glória de Deus, em total rendição à Sua vontade, em plena certeza de fé, no nome de Jesus. Só se aprende a divina arte da oração eficaz em meio à dolorosa consciência de nossa ignorância e falta de merecimento e em meio ao conflito entre crer ou duvidar.
·         "Senhor, ensina-nos a orar." Ninguém pode superar Jesus na arte de ensinar; por isso roguemos a Ele. Ele sabe ensinar! Seja pela urgência da necessidade, seja pela confiança jubilosa. Seja pelo ensino da Palavra, ou pelo testemunho de outro crente que sabe o que é ter orações respondidas. Por meio do Espírito Santo Ele penetra nosso coração e nos ensina a orar revelando-nos o pecado que impede nossa oração, ou nos dá a garantia de que nossa oração foi aceita por Deus.
Meu amado irmão (ã), reflita! Separe tempo não apenas para meditar, mas para orar e permanecer diante do trono, para ser treinado no trabalho de intercessão. Estejamos certos de que em meio a nossos tropeços e temores Ele realizará Sua obra em nós de forma esplêndida. Ele soprará Sua própria vida, que é toda oração, dentro de nós. À medida que nos tornarmos participantes de Sua justiça e de Sua vida, Ele também intercederá por meio de nós. Como membros de Seu corpo e como sacerdócio santo, faremos parte da obra sacerdotal de rogar e prevalecer com Deus em favor dos homens. Sim, por mais ignorantes e débeis que sejamos, vamos pedir com muito gozo: "Senhor, ensina-nos a orar".