segunda-feira, 30 de setembro de 2019

O poder e a eficácia da Palavra (Hebreus 4.12-13)


Contexto Histórico e Autoria: embora alguns atribuam ao apóstolo Paulo a autoria da carta aos Hebreus, seu autor é desconhecido. A carta aos Hebreus não demonstra ser uma carta, mais parece um tratado teológico, um sermão propriamente dito, visto que não existe uma introdução designando seu remetente, bem como os destinatários. A linguagem é de alguém instruído, profundo conhecedor do Antigo Testamento e também do grego. Os destinatários são judeus que se converteram ao cristianismo. As referências a Lei e sacrifícios, bem como a história do povo de Israel mostra isso. A comunidade a quem foi endereçada estava sofrendo com as dificuldades da perseguição. O autor procura fortalecer a fé da comunidade para suportar a perseguição. Por causa da perseguição a comunidade estava duvidando de que Jesus Cristo é o libertador e Salvador. Por isso que o autor procura mostrar a superioridade de Jesus em relação aos anjos, a Moisés, a Lei e aos sacrifícios de animais. Ele coloca Jesus como o sumo sacerdote que adentrou na presença de Deus por meio do seu próprio sangue e hoje pode interceder por eles. Ele faz várias advertências em relação à negligência e incredulidade dos que não confiaram em Deus e na sua Palavra.
Introdução: no capítulo anterior (3), o autor mostra o fracasso de muitos de Israel em entrar no repouso que Deus lhes concedera, servindo isto de séria advertência aos cristãos. A trágica incredulidade de uma geração inteira de israelitas no deserto (Hb 3.7-19) age como um aviso aos cristãos para que possam entrar no repouso de Deus, ainda oferecido a povo que permanece fiel. Assim como a Palavra foi pregada aos israelitas, o evangelho foi pregado aos cristãos. Mas, a geração de Moisés falhou em permanecer na Palavra, o que não lhes deu o direito de entrar na Terra Prometida. Do mesmo modo, o evangelho de Cristo foi proclamado aos leitores da carta, e o autor os convoca então para o repouso de Deus, antes que sua incredulidade venha a impedi-los, também, de entrar nesse descanso. Contudo, a entrada neste repouso não é automática, exige empenho e dedicação, obediência a Palavra de Deus. A Palavra é a razão da transformação de corações incrédulos em crentes fiéis e tementes a Deus.
O homem na sua condição natural (natureza caída e pecaminosa) não tem condições de viver uma vida que agrade a Deus. É preciso que haja um quebrantamento da alma, uma entrega e rendição absoluta realizada pela ação do Espírito Santo usando a instrumentalidade da Palavra para que se possa compreender as coisas espirituais (2Co 2.10-14). Visto que o maior problema do homem é sua natureza caída e pecaminosa que resulta num coração corrompido e enganoso, é somente por meio do quebrantamento da alma que iremos entender o verdadeiro propósito de Deus. Se você deseja realmente ser liberto, Deus precisa tocar no mais íntimo de seu ser a ponto de dividir alma e espírito.
O poder e a eficácia da Palavra (Hb 4.12): a primeira coisa que podemos notar é que a Palavra de Deus é viva. Se não a virmos desta maneira, podemos até ler a Bíblia, mas ela não será a Palavra de Deus. Porque razão muitos que a ouvem não se sentem tocados por ela? É porque aquele que escuta e não vive, nunca ouviu a Palavra de Deus. A Palavra de Deus além de viva é eficaz. Viva indica sua natureza (divina) e eficaz indica sua capacidade (poder) de realizar a obra no coração das pessoas. Ela não volta vazia, mas opera de tal maneira que irá produzir os seus frutos. Por está razão, ela pode penetrar no mais íntimo de nosso ser e fazer divisão entre a nossa alma e nosso espírito. A analogia utilizada (a espada de dois gumes) que divide juntas e medulas mostra sua eficácia e poder. As juntas e medulas estão embutidas profundamente no corpo humano. Separar as juntas é cortar através dos ossos, dividir as medulas é rachar os ossos. Somente duas coisas são mais difíceis de fazer: dividir a alma e o espírito. Nós somos incapazes de ter este discernimento, mas a Palavra de Deus faz este trabalho, ela penetra e divide. Ainda assim, muitos se questionam: não parece que a Palavra tenha feito isto em mim? Para isto, a Bíblia afirma que ela é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. Os pensamentos se referem àquilo que deliberamos em nosso coração e propósitos as nossas verdadeiras motivações. Assim, a Palavra de Deus é capaz de discernir tanto o que pensamos como o que motiva os nossos pensamentos. Nossos pensamentos revelam o nosso verdadeiro eu. Por meio da Palavra Deus nos revela quem realmente somos e o que verdadeiramente buscamos: a satisfação do nosso próprio ego. A Palavra traz uma iluminação e mostra como nossos pensamentos tem sua origem na carne (natureza pecaminosa), e como nossas intenções são inteiramente egoístas. Como você reage ao saber deste poder que a Palavra tem? Se vc foi iluminado por ela, irá reconhecer a grandeza de Deus e o quanto vc precisa ser tocado por Ele. É possível que vc já tenha dito que ama ao Senhor, mas sob a luz da Palavra vc descobre que ama mais a si mesmo. Vc já tenha dito que zela pelas coisas de Deus, mas sob a luz da Palavra descobre que seu zelo tinha motivações egoístas. Vc percebe que está em busca de reconhecimento dos homens pelo trabalho realizado. Qto mais a Palavra penetra o seu ser mais vc descobre o miserável pecador que é. Deus por meio de sua Palavra revela diante de seus olhos os pensamentos e propósitos de seu coração. Somos tolos em pensar que podemos lidar e mudar por nós mesmos. Isto é obra do Espírito, não de nossos esforços. Nós não conhecemos nosso coração, ninguém conhece. Mas, quando a Palavra penetra, nós então nos vemos como realmente somos: seres egoístas que procura gratificação, glória e prestígio para nós mesmos. Quem assim se vê, se prostra e pede misericórdia.
O padrão para discernir o coração (Hb 4.13): a Palavra nos capacita a ver o que Deus vê. Nossos olhos estão vendados, só podemos ver quando Deus abre nossos olhos a fim de que saibamos o propósito do nosso coração e nosso pensamento mais profundo. Está é a eficácia da Palavra e seu poder: passamos a ver o que Deus vê e isso nos leva a se prostrar e se humilhar na presença dAquele a quem devemos prestar contas. Que o Senhor abra nossos olhos para vermos quem realmente somos e que passemos a depender de Deus para recebermos Graça que nos capacitará a colocar-nos sobre a luz da Palavra e sermos iluminados a ponto de nos prostrarmos diante dele e reconhecer como muitos reconheceram que Ele é o Senhor, digno de toda honra, glória e louvor.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Fiel até a Morte – Ap 2.10; At 14.22


Em pleno século 21, milhões de cristãos enfrentam hostilidade e perseguição religiosa pelo simples fato de seguir a Cristo. Essa intolerância acontece de várias formas: na política, na sociedade e, principalmente, na família. E as consequências da fé são, muitas vezes, prisões, agressões físicas e psicológicas, ameaças, perda de emprego, trabalhos forçados e até a morte. Como cristãos, discípulos de Jesus, somos chamados a viver pela Fé. A nossa confiança deve estar única e exclusivamente em Jesus, a nossa salvação vem somente por meio dele. Contudo, exercer essa fé, para muitos é uma questão de vida ou morte (literal). A liberdade que gozamos em nosso país, ou pelo menos no lugar em que estamos inseridos, não nos deixa ver a dificuldade que é viver pela fé em Jesus. Muitas vezes reclamamos quando somos criticados pelos nossos amigos e familiares que zombam de nós por irmos à igreja. Porém, muitos são perseguidos de maneira muito mais agressiva do que uma simples crítica, tendo que viver em segredo com medo das represálias.
DISCIPULOS OU SEGUIDORES
Infelizmente, parece prevalecer entre os evangélicos em nossos dias uma mentalidade de buscar apenas aquilo que me satisfaz, que me agrada. Influenciados por uma cultura e uma teologia do sucesso a qualquer preço. As pessoas buscam a igreja, da mesma forma que vão ao supermercado – Deus tornou-se mais um produto na prateleira religiosa das pessoas. Certa ocasião Jesus teve de fazer uma escolha entre ter cinco mil pessoas que o seguiam por causa dos benefícios que poderiam obter dele, ou ter discípulos, que o seguiam pelo motivo certo. Uma decisão entre muitos consumidores e poucos fiéis discípulos, na multiplicação dos pães narrada em João 6. A multidão queria proclamar Jesus como rei, mas Ele recusou. No dia seguinte, Jesus se recusa a fazer mais milagres, pois percebe que o estão seguindo por causa dos pães que comeram. Sua palavra acerca do pão da vida afugenta quase todos da multidão, à exceção dos doze discípulos. Jesus poderia ter sido feito rei e teria o povo ao seu lado. Mas, preferiu ter poucas pessoas que o seguiam pelos motivos certos a ter uma vasta multidão que o fazia por motivos errados. Preferiu discípulos a seguidores.
EXEMPLOS DA PERSEGUIÇÃO NA BÍBLIA
O AT nos conta sobre a vida de alguns profetas que foram lançados à prisão, que foram açoitados, apedrejados e mortos. Também o NT relata o mesmo da vida dos discípulos de Jesus, as primeiras testemunhas da igreja.
PEDRO - Morreu crucificado no ano 67 de nossa era. A tradição conta que ele pediu que o crucificassem de cabeça para baixo, porque se considerava indigno de morrer como seu Mestre. Ele escreveu: “Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis”. (1 Pe 4.12-19  )
ESTEVÃO - At 7.54-60 (morreu apedrejado)
PAULO - Paulo foi o maior teólogo, missionário e plantador de igrejas da história do cristianismo. Ele plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Ele enfrentou açoites, prisões, naufrágios e apedrejamento, mas jamais perdeu a fé nem deixou de glorificar a Deus no sofrimento. Consentiu no apedrejamento de Estevão e por causa de sua fé também foi apedrejado (At 14.19).
TIAGO - filho de Zebedeu, foi o primeiro dos apóstolos a morrer por sua fé. Foi decapitado à espada por ordem do rei Herodes Agripa I, por volta do ano 44 de nossa era.  (Tg 5.10 )
JOÃO - irmão de Tiago, ambos considerados “filhos do trovão”, e depois de andar com Jesus, ficou conhecido como o “discípulo amado”, foi exilado pelo imperador Domiciano, para a Ilha de Patmos a fim de trabalhar nas minas. Morreu aos cem anos de idade, sendo o único dos apóstolos que teve morte natural.
ANDRÉ - irmão de Pedro, foi crucificado em Ática, na Ásia menor. Até exalar o último suspiro, continuou admoestando seus torturadores.
MATEUS - o ex-coletor de impostos, pregou por quinze anos na Palestina, indo então para a Etiópia, onde foi morto à espada.
FELIPE - morreu na Ásia menor, enforcado num pilar do templo em Hierápolis.
TOMÉ - o incrédulo, veio a ser um dos maiores pregadores do cristianismo. Viajou muitíssimo, pregando nas regiões de Parta, Média, Pérsia, chegando até a Índia, onde morreu atravessado por uma lança.
MATIAS - o substituto de Judas, foi apedrejado e em seguida, decapitado.
MARCOS - foi arrastado pela ruas de Alexandria, no Egito, até morrer.
BARNABÉ - também foi apedrejado. Conta-se que os judeus zombavam dele enquanto sucumbia.
POLICARPO DE ESMIRNA - foi apunhalado quando estava amarrado numa estaca para ser queimado-vivo.
Estes são apenas alguns dos muitos que sofreram por causa de sua fé em Jesus (2 Tm 3.12).
EXEMPLOS MODERNOS
DIETRICH BONHOEFFER - Quando jovem decidiu-se seguir a carreira pastoral na Igreja Luterana, morreu enforcado aos 39 anos de idade.
MARTIN LUTHER KING - Pertencente à Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo, foi assassinado por conta disso.
JIM ELLIOT E 4 AMIGOS – mortos ao tentar evangelizar uma tribo indígena. Suas esposas deram continuidade ao trabalho.
COMPROMISSO COM DEUS - “Há muitas pessoas hoje que seguem a Cristo, porém poucas que são verdadeiros discípulos; muitas ansiando por conforto, mas poucas que suportam sofrimentos. Longa é a fila das pessoas que compartilham do banquete, porém curta é a fila dos que compartilham do jejum. Todos desejam tomar parte na alegria, mas somente uns poucos estão dispostos a sofrer pelo evangelho. Há muitos que seguem a Jesus até o partir do pão, mas poucos quando o momento é de beber o cálice do sofrimento.    Muitos que reverenciam seus milagres, poucos que seguem na indignidade da cruz”. (Thomas à Kempis)

CONCLUSÃO
MORTE DE PAULO - Houve um dia que o carcereiro romano recebeu um pedaço de papel com o nome de um prisioneiro que deveria ser executado. Ele levanta pega o pesado molho de chaves e a tocha em outra mão, sai andando pelo longo e escuro corredor até chegar a porta pesada de ferro que é a entrada da masmorra úmida e fria.  Com a tocha ele grita: prisioneiro Paulo. Lá no fundo, um velho responde: sou eu, eu estou aqui. Ele é acorrentado e arrancado da masmorra. Começa a percorrer aquele longo corredor até o local da execução. O soldado pergunta: quer dizer alguma palavra antes de morrer? Talvez o carcereiro pensasse que ele ia expor a sua mágoa e revolta. Mas o apóstolo Paulo levanta aos olhos aos céus e diz: “Ao Senhor Jesus seja a glória pelos séculos dos séculos”. Então colocou a cabeça na guilhotina e foi decapitado. Corpo para um lado e cabeça para outro. Tombou na terra como mártir e levantou no céu como um herói. Esse mesmo homem nos diz: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo”.
Talvez você se pergunte: fizeram tanto por Cristo e receberam este tipo de recompensa? Resposta: Não, pois a morte não foi o fim da vida deles. A Bíblia esclarece que a morte não é o final de tudo. E certamente, estes apóstolo de Jesus Cristo, juntamente com os salvos, irão se regozijar tanto com as maravilhas da Nova Jerusalém, que olharão para o passado, e ainda dirão: “Fizemos tão pouco para recebermos tanto.” Assim é com a vida de muitos que sofrem perseguição por causa de sua fé. Oremos para que Deus tenha misericórdia de nossas vidas e fortaleça a vida dos que sofrem perseguição por causa de sua fé em Cristo.




segunda-feira, 16 de setembro de 2019

O fundamento da Família: uma casa edificada sobre a Rocha (Mt 7.24-27)


Neste tão conhecido sermão do Monte, Jesus descreve as características de um cidadão do Reino de Deus. Ele nos ensina os fundamentos de uma vida que reflete o caráter de Deus em seus filhos. Ele começa descrevendo as características da verdadeira felicidade (Bem Aventuranças), a importância de sermos testemunhas de Deus (Sal e Luz), trata da nossa relação com o próximo e com Deus em todas as áreas (Relacionamentos/ Fidelidade/ Amor/ Espiritualidade), fala sobre prioridades (Coração/ Ansiedade) e o cuidado com a verdadeira doutrina (falsos profetas), e por fim, termina o sermão  nos advertindo sobre o perigo de construir nossa casa (vida) sobre a areia, ou seja, construir nossa vida em alicerces fracos, sob a influência de valores de uma sociedade caída e completamente destituída do temor de Deus. Uma das áreas de nossa vida é nossa família, por isso vamos refletir sobre os perigos de construir uma família sobre os valores destituídos do temor de Deus.
·         O perigo de construir nossa família sobre valores humanos: os valores adotados pela sociedade de hoje não são os valores apontados pela Palavra de Deus. Os valores em que a sociedade constrói sua família são: uma sociedade em que o homem é o centro de tudo; a busca pela riqueza em detrimento dos relacionamentos, da fé, da comunhão e da eternidade; uma geração rebelde que não respeita o outro; uma vida indisciplinada em busca do prazer a qualquer custo. Estes são os fundamentos frágeis e alicerces fracos, que desabarão quando as tempestades chegarem. Isso mostra que:
a. Casas edificadas sobre areia não ficam de pé nas tempestades: As famílias deste século vêm mostrando o quanto sua estrutura está enfraquecida. Os valores adotados pelos homens foram extraídos de seus corações e mentes corrompidas, que nada tem de haver com os ensinos de Jesus. O resultado disso são crescente número de divórcios (Mt 19.8,9), infidelidade conjugal, falta de perdão, violência, filhos perdidos nas drogas e na prostituição, falta de limites na educação dos filhos, roupas sensuais, mulheres travestidas de homens e vice versa; uma geração de efeminados e masculinizados; rebeldes, indiferentes e insubmissos às autoridades.
b. Casas edificadas sobre areia desabam: Muitas famílias já estão vivendo este desabamento moral, social e espiritual. Quantas famílias estão pedindo socorro, debaixo de escombros, soterrados e asfixiados pelos valores seculares. O nosso maior bem é a família, nosso lar, nossa casa. É preciso direção e discernimento a todos os que pretendem edificar sua casa; o caminho certo é construir nossa casa sobre a Rocha. O fundamento que permanece e nunca será abalado – a Palavra de Deus (Mt 24.35).
·         A segurança de construir Casas edificadas sobre a Rocha: o homem prudente edifica a sua casa (lar, família) pelo projeto dado pelo engenheiro/arquiteto do Universo, isto é Deus. Quem assim não procede fracassa e sua casa desaba. Edificar a casa sobre a Rocha significa construir uma família em alicerces sólidos, tendo Jesus, a Pedra Angular, como o fundamento que sustenta a edificação. É uma família cujos valores estão baseados na Palavra de Deus e não nos valores humanos da sociedade.
a. Uma família edificada sobre a Rocha não desaba: Nesta família manifesta-se o temor a Deus em sua convivência familiar; prevalece a unidade; não falta a meditação da Palavra de Deus diariamente; a família está aos pés de Jesus pela oração; mesmo havendo falhas, pois a família não é perfeita, há um sentimento de unanimidade em fazer acertos com a vontade soberana de Deus.
b. Uma família edificada sobre a Rocha, permanece inabalável: a família que edificou sua casa sobre a Rocha, estão blindadas, portas fechadas e não tem muros fendidos contras as influências negativas do mundo em que vivemos, suas modas gerenciadas pelo espírito de satanás, seu modelo de vida imoral. Quando as tempestades chegam, a família que edificou sua casa na Rocha não se atemoriza. Os noticiários informam constantemente tempestades que vêm destruindo tudo. No mundo espiritual não é diferente, vidas estão sendo destruídas e famílias desconstituídas pelas tempestades da vida. Você deve construir sua família seguindo a orientação da Palavra de Deus, o projeto original estabelecido por Deus.
·         Família – projeto de Deus: O diabo tem feito muitos estragos nas famílias, por isso precisamos nos atentar em alguns parâmetros estabelecidos por Deus em sua Palavra:
a. Deus é o criador da família: O Senhor criou a família e a projetou para que fosse abençoada em todos seus aspectos. Gn 2.18-24. O diabo tem levado muitos à desobediência e rebeldia contra a Palavra para fazer da família um vale de lágrimas, um mar de sofrimento, mas, não foi assim no princípio o propósito e objetivo de Deus.
b. O perigo do pecado entrar na sua casa: O pecado entrou no jardim (casa do homem) e provocou a queda da humanidade e os primeiros conflitos familiares, por esta razão todas as famílias em todos os tempos foram atingidas.
c. O perigo do engano do diabo: Por trás de tudo isso estava, evidentemente, satanás, que enganou Eva e ela que levou seu marido a comer do fruto da árvore que Deus havia dito para não comer, causando prejuízos irreparáveis, como a morte (separação) — o maior inimigo do homem.
Conclusão
A família não será destruída por completo, pois é criação de Deus. Por intermédio da família Deus suscitou a vinda do Salvador, que esmagou a cabeça de satanás (Gn 3.15). Hoje, podemos ter fundamentos bem estabelecidos por causa do que Jesus fez. Por meio de sua morte e ressurreição Ele nos uniu a Deus e uns aos outros como família de Deus. Que vc possa estabelecer sua casa no fundamento da Palavra, pois ela é o alicerce que vai manter sua casa firme em meio às tempestades da vida. Família feliz é aquela edificada sobre a rocha. Como está a sua família? Está edificada sobre a rocha ou sobre a areia?

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Os frutos que colhemos refletem as escolhas que fazemos (Gl 6.7-8)


A liberdade cristã é resultado da obra de Jesus Cristo na cruz quando Ele nos libertou do império das trevas ao quais todos estávamos condenados. Está liberdade é também fruto da ação do Espírito Santo na vida daquele que crê. Ela estabelece alguns paradigmas interessantes e importantes para a qualidade da vida que passamos a ter. Em Cristo nós somos livres da condenação e do domínio do pecado. Assim, passamos a ter uma nova maneira de se relacionar com Deus e com as pessoas. O modo como você lida com essa liberdade e a forma como você vive a sua vida vai demonstrar o verdadeiro conteúdo do seu caráter (Quem vc realmente é). E o mesmo Espírito que nos convence do pecado, nos santifica e nos guia no uso dessa liberdade que Cristo conquistou por nós na cruz atua em nós produzindo o fruto do Espírito e moldando nosso caráter a semelhança de Jesus. Porém, este fruto é resultado da nossa obediência a Palavra de Deus. Quando aprendemos e aplicamos as verdades de Deus em nossa vida experimentamos mudanças na estrutura de nosso ser, somos agora uma nova criatura e possuímos uma nova natureza – uma natureza regenerada e transformada pela Palavra de Deus. A construção da nossa dignidade e de nosso caráter semelhante a Cristo está diretamente ligado à nossa submissão a Deus, a Palavra e a orientação do Espírito Santo. A Palavra de Deus é muita clara ao afirmar que o que somos e o que colhemos é resultado das escolhas que fazemos. Quando você semeia intrigas, fofocas, malícia, impurezas, invejas, discórdia, os outros passam a te conhecer como uma pessoa de mau caráter, alguém em quem não se pode confiar. Pessoas assim estão cultivando sua própria destruição. Na Bíblia temos exemplos de homens que infelizmente desviaram-se do caminho da verdade, e por isso, colheram o amargo fruto de seu pecado:
  • Acã e o perigo do pecado escondido (Js 7.1-5,20-26): Depois de vencer a batalha em Jericó, o povo de Israel estava confiante para enfrentar o exército de Ai, uma cidade menor e menos fortificada. Contudo, o pecado de Acã provocou a derrota do povo, frustrando, assim, suas expectativas. A ordem de Deus foi muito clara: ninguém deveria tomar nada para si dos despojos de Jericó (Js 6.17-19). Acã, porém, negligenciou essa ordem e trouxe sérios prejuízos para a vida do povo e ruína para si mesmo e sua família. Seu pecado gerou:

a.    A ira de Deus (Js 7.1)
b.    A derrota do povo (Js 7.3-6)
c.    A morte para ele e sua família (Js 7.15).
Com isso aprendemos que não existe pecado que fique encoberto aos olhos de Deus e pecado não confessado pode trazer sérias consequências (Pv 28.13).
  • Sansão brinca com o pecado (Jz 16.15-21): Sansão possuía tudo para ter sido um homem notável, se a sua força sobrenatural tivesse sido empregada para servir a Deus e ele tivesse se mantido fiel aos mandamentos de Deus, sua morte não teria sido tão trágica e precoce. A autoconfiança e a lascívia de seu coração fizeram dele um homem fraco no seu caráter, embora fosse forte na sua força física. O plano de Deus para julgar os inimigos foi cumprido, porém, Sansão pagou um preço muito alto para isso. Sansão brincou com o pecado e desprezou sua condição de nazireu (consagrado) e, por isso sofreu as amargas consequências de suas más escolhas (Pv 16.25). Isso nos ensina que precisamos:

a.    Nos manter longe de tudo que nos leva ao pecado (2Tm 2.22);
b.    Abandonar imediatamente o pecado que nos escraviza (Jo 8.11).
Sansão tornou-se fraco, não apenas porque teve seus cabelos cortados, mas antes, quando se deixou vencer por seus desejos pecaminosos. Com Sansão aprendemos que não podemos ser negligentes com as coisas de Deus: não ameis o mundo (1Jo 2.15-17). Vigiar e orar sempre para não cair em tentação (Mt 26.41) e buscar ser fiel a Deus e a salvação que ele nos deu (2Pe 1.10).
  • Davi e o perigo das tentações (2Sm 11.1-5; 12.14-18): Davi estava passeando pelo palácio quando avistou uma linda mulher tomando banho. Que tentação (ainda mais para um homem). Ele poderia ter fugido dela, desviado seu olhar, mas preferiu dar vazão a carne, contemplando a formosura de Bate-Seba e seguindo os desejos de seu coração, e assim, foi consumado seu pecado, que acabou levando a outros pecados. Em vez de fugir da tentação, Davi caminhou passo a passo até se entregar de vez ao pecado (Pv 7.21-23). Os passos da queda de Davi:

a.    Ele deixou-se envolver pelo olhar e não tirou os olhos da tentação (1Sm 11.2);
b.    Ele deixou-se dominar pelo desejo, sendo atraído pela cobiça e cedeu a ela (1Sm 11.2);
c.    Alimentou seu desejo obtendo informações a respeito (1Sm 11.3);
d.    Consumou seu pecado envolvendo-se completamente com ele (1Sm 11.4).
Davi poderia ter fugido, mas preferiu alimentar o seu ego e ceder aos desejos de seu coração despertado pela cobiça. Ele poderia ter dado passos para evitar a tentação, mas preferiu dar atenção a ela. As tentações com certeza virão, por isso devemos estar preparados. Ao sermos tentados podemos caminhar rumo ao pecado ou fugir dele. Se vc deixar-se dominar pelos seus desejos, é certo que irá fracassar (Pv 24.10). É preciso avaliar os sentimentos do coração, pois eles influenciam profundamente a sua escolha de pecar ou não.
Três homens que se descuidaram de sua vida espiritual e não atentaram para as advertências de Deus. Fizeram suas escolhas e por causa disso colheram os amargos frutos do seu pecado. Poderiam ser conhecidos como valentes de Deus, mas foram covardes diante das circunstâncias. Poderiam ser conhecidos como pessoas firmes em suas convicções, mas fraquejaram diante das tentações. E vc, como tem lidado com o pecado em sua vida? Existe algum que vc está escondendo, vc anda brincando com fogo ou não está vigiando o suficiente? Quais têm sido suas escolhas? Lembre-se: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará: do pecado para a morte ou da justiça para a vida. O que vc vai escolher? 
  


terça-feira, 3 de setembro de 2019

Uma questão de perspectiva - Salmo 42


As pessoas hoje são muito receptivas a ideia de que a depressão seja uma doença.  Somos bombardeados diariamente com esta mensagem. A tristeza é vista como uma dor desnecessária. Precisamos reconsiderar o valor que atribuímos à tristeza que experimentamos. Pessoas tristes hoje em dia são rotuladas como depressivas. Ser diagnosticado traz em si uma série de dificuldades. Faz com que a pessoa se sinta vítima da doença. O rótulo significa que o portador é um doente e não pode recuperar-se sem ajuda de medicamentos ou tratamento psicológico. O problema com a rotulação é que desistimos de procurar uma resposta para nosso sofrimento, apenas aceitamos que não há esperança para o nosso caso. O rótulo determina como reagimos, uma vez rotulados temos a resposta. Quando pensamos assim já não há mais esperança, sou um doente e vou ficar assim o resto da vida.
A Bíblia diz que a tristeza tem grande valor (veja 2Co 7.10).  Quando escolhemos olhar o sofrimento da perspectiva divina isso muda a nossa mente e as prioridades do nosso coração (veja Em 8. 28-39).
As frustrações resultado de expectativas e perdas produzem em nós sentimentos que revelam a idolatria do nosso coração (veja Mt 6.21-34).
O maior problema com os rótulos é que desistimos de procurar uma resposta para o nosso sofrimento. Mas, há uma esperança. A Bíblia diz que Jesus sabe de nossas tristezas e chora conosco (veja Hebreus 4.15-16). Quando nossa tristeza leva ao sofrimento, Deus o sabe e tem um plano. O plano de Deus para nossa tristeza será melhor do que qualquer solução que possamos buscar. Deus, por sua graça, intenta mudar nossas vidas por meio de nossas tristezas. Temos na Bíblia muitos personagens que sofreram perdas (José, Ana, Marta e Maria), porém, todos eles cresceram e amadureceram com suas perdas. Aprenderam a confiar em Deus e assim, o glorificaram e muitas bênçãos vieram como consequência.
A ideia que podemos mudar nossas vidas numa sociedade orientada por rótulos  desmistifica a ideia de que somos eternos doentes e não há cura para a depressão e outros males que afetam nosso humor. Para a sociedade geral, uma vez diagnosticado com problemas de humor nosso cérebro e nossas vidas nunca mudarão, a menos que fiquemos dependentes da medicação. É bom saber que pesquisas recentes revela que nosso cérebro pode mudar em resposta aos nossos pensamentos e atitudes (neuroplasticidade).
Por isso, a Bíblia, como Palavra de Deus diz que precisamos guardar o nosso coração e renovar os nossos pensamentos (veja Pv 4.23; Rm 12.2;  Ef 4. 22-24). A Bíblia nunca concordou com a ideia de que estamos condenados a manter o mesmo comportamento inadequado por toda a vida, principalmente por causa de nossa genética. Quando você reage a sua tristeza e reconsidera suas atitudes, há esperança para mudar.
Permitir que a tristeza nos conduza à mudança não é algo que possamos fazer sozinhos. A mudança começa em nossos corações quando abandonamos o auto interesse com a força que motiva nossas ações e emoções. Essa mudança se dá pelo poder da graça de Deus que opera transformando nosso coração (veja Jeremias 17.9-10). Quando reagimos as nossas perdas e frustrações levando nossos pensamentos a ter como motivo de alegria o “passardes por provações, crescemos e amadurecemos na fé (veja Tiago 1.2-4). Desta forma, podemos evitar complicar ainda mais as situações difíceis da vida com nossos pecados, quando aprendemos a confiar em Deus. Quando reagimos negativamente, permitindo que a tristeza venha a gerar amargura e ódio (por causa do sentimento de vítima), temos o privilégio de buscar o arrependimento, a confissão dos pecados e encontrar o perdão. E, neste processo de mudança dos nossos pensamentos, é Deus que graciosamente nos capacita a fazer o que precisa ser feito (veja Filipenses 2.13). Se você está enfrentando a tristeza e lutando com as perdas, há uma esperança; a tristeza segundo Deus conduz ao arrependimento e a esperança. A maior esperança que temos está no fato de que Deus por sua graça e misericórdia nos ter amado, dando nos o privilégio de sermos feito seus filhos pela fé em Cristo (veja João 1.12). E neste processo, Ele está trabalhando o nosso  caráter a imagem e semelhança de Jesus. Todo aquele que confiar em Cristo, um dia o verá e terá de seus olhos enxugado toda lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já as primeiras coisas são passadas [...] eis, que Ele faz novas todas as coisas (Apocalipse 21.4,5).
Você tem a escolha de viver debaixo de um rótulo e deixar que isto o prenda em um ciclo vicioso de vítima das circunstâncias, ou você pode escolher amar, servir e glorificar a Deus, mesmo em meios as lutas e sofrimentos.

Extraído e adaptado: Depressão e transtorno bipolar (Dr. Charles D. Hodges)