terça-feira, 19 de abril de 2016

Graça, Abundante Graça - Romanos 5.20



  
Antes de começar, permita-me compartilhar uma história com vocês. Havia dois garotos que foram criados em casas muito diferentes. O primeiro cresceu numa casa de regime ditatorial, onde ele tinha de seguir as regras do pai que o tratava de maneira dura e ríspida. Recebia poucos atos de afeto do pai, desta forma, sua individualidade e aceitação estavam ligadas a sua capacidade de viver de acordo com as rígidas expectativas do pai. Ele era sempre avaliado por seu pai, e por mais que tentasse nunca conseguia superar suas expectativas que sempre pareciam altas demais. O garoto, então, cresceu e se tornou emocionalmente negativo e muito crítico em relação a si mesmo.O segundo foi criado num ambiente totalmente diferente. Seu pai sempre demonstrava e afirmava seu amor pelo filho por meio de abraços e palavras positivas, que permitiam que o menino soubesse que seu valor estava baseado em quem ele era e não no que fazia ou deixava de fazer. O pai tinha claras expectativas em relação ao filho e o incentivava a buscar sempre o melhor. Este menino cresceu de forma bastante positiva e com um profundo desejo de agradar o pai. Obviamente o primeiro filho detestava sua casa, sua família e não via a hora de sair dali, enquanto o segundo amava sua casa e achava que era o melhor lugar para se estar.
Os resultados das experiências desses dois filhos representam a diferença entre as igrejas que vivem debaixo da lei e as que vivem debaixo da graça. Quando o ministério da igreja local está baseado no cumprimento de regras e leis, muitas vezes duras de lidar, o crescimento espiritual é paralisado e a igreja torna-se um lugar desagradável de se viver. Mas quando a igreja ministra a graça de Deus em todas as suas formas, o ambiente se torna estimulante e revigorante e o crescimento espiritual é alimentado. Não podemos esquecer que o que torna o Cristianismo diferente de qualquer religião no mundo é o que conhecemos como Graça de Deus – favor imerecido. Qualquer outra religião na terra é baseada no que as pessoas precisam fazer para serem aceitas por Deus – é o que chamamos de salvação pelas obras. Nessas religiões a divindade só responde quando o adorador faz sacrifícios apropriados ou oferece, ou executa sacrifícios que lhes são aceitáveis.  Mas, a verdadeira fé em Cristo é edificada no fato de que, em Cristo, Deus tomou a iniciativa de nos salvar (Rm 5.1; Ef 2.1,5-9) Deus nos salvou não apenas sem a nossa ajuda, mas apesar de nosso pecado e rebelião contra Ele. (O exemplo de Israel – profeta Oséias – Os 11.1-4)
A definição básica de graça é, ela é tudo que Deus tem liberdade para fazer por nós baseado na obra de Cristo. O que torna a graça inacreditável é que jamais poderíamos obtê-la por nossos esforços, não poderíamos pagar por ela, e definitivamente não a merecemos. Não porque seja cara, mas apenas porque não custou nada para nós. A graça é e a demonstração da bondade de Deus e ela nunca termina, ela nos salva e continua a nos sustentar. (Rm 2.4; 2Pe 3.9) A igreja tem uma grande ministério e uma grande mensagem para entregar.
A manifestação da Graça (Rm 5.10): a graça de Deus já existia na eternidade, Deus sempre foi o Deus da graça. O próprio A.T. está cheio de histórias sobre a manifestação de sua graça sobre a humanidade: na criação do mundo, na queda do homem, na vida dos patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó e José), na libertação do povo do Egito, na condução do povo no deserto, na conquista da Terra Prometida, na história do povo de Israel. O que acontece, é que antes da vinda de Cristo e do pecado ser tratado na cruz, sua graça estava como que escondida em mistério (Ef 3.1-9). A graça estava presente, mas não era visível. Em Cristo, Deus manifestou e revelou toda sua graça (Jo 1.14; Rm 5.15) A graça está incorporada na pessoa de Cristo, e a graça que Jesus trouxe na cruz leva salvação a todos os homens. Isso, no entanto, não significa que todos irão para o céu. A ideia é que Cristo pagou pelos pecados de toda humanidade, principalmente pela condenação que nos foi dada por meio de Adão. (Rm 5.12,14,17-20) A corrupção da humanidade gerada em Adão foi tratada em Cristo, de modo que, se alguém vai para o inferno, irá por causa de seu pecado e de sua recusa em aceitar o sacrifício de Cristo. As pessoas não se beneficiam do sacrifício de Jesus, porque rejeitam a sua salvação, e não porque sua obra é ineficaz. (Rm 2. 5-8)
Para aqueles que aceitam a graça de Deus na pessoa de Jesus, Deus abre um cofre espiritual, tornando disponíveis todos os recursos necessários para que possamos viver a nova vida que Ele nos dá. (2 Co 5.17; Ef 2.4-7; 2Pe 1.3,4) Devemos dar graças a Deus, que hoje já não vivemos sobre o regime da lei. A lei veio para instruir e ensinar as pessoas como deveriam viver para agradar a Deus, mas ela não providenciava o poder necessário para que que se pudesse cumpri-la, e existia penalidades gravíssimas para os que a desobedecessem. Assim, pela lei estávamos condenados, não porque ela seja ruim, mas sim porque nós somos profanos. (Rm 5.13,14; 7.13,14). A lei tinha uma norma: obedeça e você viverá, desobedeça e você morrerá. Agora, porém, em Cristo, podemos desfrutar da promessa feita a Abraão de sermos abençoados como povo, como filhos de Deus, por causa da graça que há sobre todo aquele que deposita sua fé em Jesus. (Rm 5.20,21; Rm 8.1) A graça não apenas nos redime, mas ela também nos transforma, ela nos ensina a dizer não para o pecado e sim para a justiça de Deus. Não podemos comprar a graça, ela é gratuita, mas isso não significa também que agora posso viver da maneira que quiser, a graça nos motiva a servir a Deus como resposta de sua grande salvação sobre nossas vidas. (Rm 6.19; Gl 5.1) Precisamos compreender a graça de Deus, ela não somente nos livra da lei e do pecado, mas traz em si a capacitação e o poder para que possamos preencher os padrões justos e perfeitos de Deus, ou seja, a graça faz com que as expectativas de Deus nos sejam possíveis. Enquanto a lei foi escrita em tábuas de pedra e trazia em si a condenação, a graça é escrita no coração e traz em si a redenção.
O mundo está acostumado a viver de regras, mas as regras sozinhas não podem transformar o coração. Se o seu coração está doente e sem cura, nenhum tipo de regra do tipo faça isso, ou faça aquilo irá ajudá-lo. Mas se você receber um novo coração, ninguém vai precisar dizer a você como manter este coração funcionando em seu corpo. Você agirá com gratidão pelo novo coração que recebeu como dádiva de alguém que o providenciou. Sua resposta a este relacionamento envolverá mais do que discursos ou regras, mas uma vida que fará tudo o que for necessário para agradar aquele que te chamou, perdoou, resgatou e salvou. Se você renunciar a esta graça você continuará a viver uma vida cristã derrotada, tentando lutar com suas próprias forças, mas se você se entregar e permitir que Deus faça a obra, você viverá uma vida cheia de lutas, dificuldades e desafios, mas na certeza de que Deus já te deu a vitória. A lei lhe diz o que fazer e lhe dá a penalidade se você não cumprir, condenando-o a morte. A graça diz que Deus o deixará livre para aceitar seus comandos de amor para o que Ele já fez por você e lhe dará poder para vencer. Por qual padrão você vai querer viver¿

Extraído do livro (Igreja Gloriosa - Tony Evans)