quarta-feira, 16 de março de 2022

Uma palavra de apelo e revolta

 

Fonte da imagem:
https://www.tamoiosnews.com.br/noticias/cidades/dep-leticia-aguiar-pede-retirada-de-filme-de-pedofilia-da-netflix-e-punicao-aos-responsaveis/

https://noticias.plu7.com/194429/politica/globo-diz-que-nao-vai-cumprir-decisao-do-governo-para-tirar-filme-de-porchat-e-gentili-do-ar-censura/

Estamos vendo a cada dia a decadência da humanidade. Muitos dos valores que foram passados de geração para geração estão se perdendo e nos percebemos em meio a uma sociedade com valores invertidos, onde o certo e o errado se confundem, onde as pessoas desenvolveram a capacidade de aceitar o errado como certo ou simplesmente se omitir a perceber isso e a reagir diante de tais fatos.

“Tendo perdido toda a sensibilidade, ele se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza.” (Efésios 4:19)

A aceitação neste caso não vem para favorecer, mas para contribuir com a deturpação da ética, do conjunto de valores e princípios através do qual decidimos entre o que queremos, o que devemos e o que podemos fazer.

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem chamam mal; que fazem das trevas luz e da luz fazem trevas; que mudam o amargo em doce e o doce mudam em amargo!Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em seu próprio conceito!” (Isaías 5:20,21)

O mais triste diante desta inversão de valores dos dias atuais é que ninguém mais faz as perguntas básicas para discernir o certo do errado: Eu quero, mas eu posso? Eu devo?

"Todas as coisas me são lícitas", mas nem todas convêm. "Todas as coisas me são lícitas", mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. (1 Coríntios 6:12)

"Todas as coisas são lícitas", mas nem todas convêm; "todas as coisas são lícitas", mas nem todas edificam. (1 Coríntios 10:23)

As consequências negativas dessa inversão de valores surgem todos os dias. A começar pelos sustentáculos da sociedade que é o lar e a escola. Nos lares temos visto pais e mães que matam filhos, jogam pela janela, jogam crianças no lixo, fazem filhos de refém.

Em contrapartida temos filhos que matam os pais, fazem de refém, batem, fazem tortura física e psicológica. Se os valores não estivessem invertidos, esses mesmos pais protegeriam seus filhos de todo e qualquer perigo, lhes supriria todas as necessidades de atenção, amor, orientação, cuidados, educação.
Na escola que é o segundo pilar, o segundo sustentáculo, temos alunos agredindo professores e professores batendo em alunos , temos alunos matando colegas, enfim, temos o ambiente parceiro do lar na educação de um indivíduo transformado em um verdadeiro campo de guerra, onde o aluno não está mais seguro por estar em sala de aula e onde o professor perde o foco de educar e passa a agredir. 

A inversão de valores, vai além do ambiente familiar e além da escola, porque já está impregnada na sociedade e o pior é que os indivíduos que perderam os valores familiares, que desconhecem os princípios, a ética, a moral e a noção do que é ser um ser humano toma realmente o errado como certo.

“Porque, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, e o coração insensato deles se obscureceu. Dizendo que eram sábios, se tornaram tolos...” (Romanos 1:21,22)

A atual sociedade caminha numa busca por fazer valer os seus direitos, mas sem levar em conta o que é direito de outros. Fica claro essa posição, quando assistimos de forma banalizada cenas de filmes, novelas, séries de crimes terríveis contra a humanidade, de atitudes imorais e depravadas, relacionamentos distorcidos sendo considerados normais, além de insinuações indiretas e até mesmo diretas sugerido a prática de comportamentos que vão de encontro aos valores e princípios da ética e da moralidade. Tais práticas tem cauterizado a mente das pessoas de maneira que, os que não aceitam, repudiam e lutam contra essa perda de referencial são tachados como anormais, homofóbicos, intolerantes, preconceituosos, fanáticos entre outras coisas.

Pensando nisso, cabe a reflexão: qual será o comportamento e as consequências para as futuras gerações que hoje recebem todo tipo de informação, sem filtro, sem um referencial do que é certo ou errado, mas tudo é relativizado?

Nessa guerra por ideologias e filosofias de vida fora dos padrões éticos, morais e religiosos, e até ilegais, permeada pela quebra de valores e princípios, o ser humano se coloca no lugar do Criador. Faz o que pensa e até o que não pensa, distanciando cada vez mais e caminhando direto para a perdição eterna.

E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a um modo de pensar reprovável, para praticarem coisas que não convêm. Estão cheios de todo tipo de injustiça, perversidade, avareza e maldade. Estão cheios de inveja, homicídio, discórdia, engano e malícia. São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes, orgulhosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, desleais, sem afeição natural e sem misericórdia. Embora conheçam a sentença de Deus, de que os que praticam tais coisas são passíveis de morte, eles não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam.” (Romanos 1:28-32)

A Palavra é muito clara, o mundo caminha para o seu fim, a consumação de todas as coisas determinadas por aquele que as criou. Eis que a porta da oportunidade está se fechando e todos os que rejeitarem o chamado ao arrependimento, já estão condenados, apenas aguardando o Dia em que o Senhor assentado no Trono irá julgar a todos.

“Vi um grande trono branco e aquele que está sentado nele. A terra e o céu fugiram da presença dele, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, que estavam em pé diante do trono. Então foram abertos livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros. O mar entregou os mortos que nele estavam. A morte e o inferno entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo. (Apocalipse 20:11-15)

Texto extraído e adaptado

Fontes:

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-religiao-e-teologia/3572997

https://jornaldomomento.com.br/editoriais/o-mundo-contemporaneo-e-a-inversao-de-valores-na-sociedade/


terça-feira, 15 de março de 2022

A disposição Paternal de Deus – Isaías 63.16

Deus se apresenta de muitas maneiras na Bíblia, mas nenhuma delas revela tanto o seu caráter amoroso quanto o da figura de um Pai. Ele mesmo diz: “"Serei o Pai de vocês, e vocês serão meus filhos e minhas filhas", diz o Senhor Todo-Poderoso. (2 Coríntios 6:18) Contudo, aqueles que se fazem amigos dos costumes pecaminosos do mundo não podem desfrutar dessa intimidade com Deus. Pelo contrário, estes se tornam seus inimigos (Tg 4.4). Veja que, não é Deus que se torna inimigo, mas o homem se faz inimigo de Deus quando prefere andar em seus próprios caminhos, em vez de aceitar o convite amoroso de Deus. Aqueles que querem desfrutar da intimidade de Deus precisam deixar seus maus caminhos (Is 55.7). A desconfiança é própria do estado espiritual irregular do homem, que nos seus pecados perde a identidade de filho de Deus, pois deixa de refletir a sua Glória e Caráter. Quem tem comunhão com Deus, conhecendo-o na plenitude do seu amor, confia na sua bondade infinita e no seu poder e não vive cercado de temores e dúvidas; pelo contrário, exercita a graça vitoriosa que vem com a certeza de que não somente é filho, mas também tem intimidade com o Pai.

Nessa relação de paternidade, Deus tem dado infalíveis provas do seu amor e misericórdia. Assim como o pai do filho pródigo, ao avistar o filho perdido, corre-lhe ao encontro, abraçando-o e devolvendo a ele a dignidade de ser filho de Deus (Lc 15.20-24). Deus é o Todo-poderoso, mas aceita-nos como filhos pelo seu amor paternal e divino. A sua soberania inspira respeito, mas a sua bondade paternal inspira confiança. Deus na sua majestade e glória nos anima e encoraja a nos aproximarmos dEle com confiança e segurança. Na sua oração do Pai nosso, Jesus reforça essa confiança que devemos ter em Deus como nosso Pai, aquele que nos conhece e sabe exatamente do que precisamos (Mt 6.7,32). Portanto, todas as vezes que orarmos, estejamos certos de que nos dirigimos ao Pai celestial, que se deleita na intimidade que Ele mesmo faculta aos que, com sincero coração, se aproximam dEle. Deus se interessa em todas as nossas causas justas, pois nos ama.

O Deus Todo-poderoso que não conhece impossíveis; é rico e tem colocado as riquezas de sua graça à disposição de seus filhos por meio de Jesus (Ef 1.3). Em Cristo fomos abençoados com a graça de sermos salvos segundo o querer de Sua vontade, escolhidos pela sua bondade e selados pelo seu Espírito. Este é um privilégio doutrinário fortemente revelado e comprovado na Bíblia, e foi isto que Jesus ressaltou quando na oração que ensinou aos discípulos, disse: "Pai nosso que estás nos céus".

O segredo da oração eficaz é: ter o coração cheio do amor paternal de Deus. "Aba, Pai!" "Pai nosso, que estás nos céus". Quem pode dizer isso tem a chave para toda oração. É somente nossa distância do Pai que impede a resposta da oração. Por isso, aproximemo-nos com a ousadia que Jesus nos concedeu pelo sangue que foi derramado na cruz, na certeza de uma resposta baseada na Paternalidade infinita de Deus (Hb 10.19-23).

quarta-feira, 9 de março de 2022

A oração que Jesus ensinou - Lucas 11.1-4

Existem muitos livros que falam sobre oração e ensinam sobre oração. Muitos conhecem sobre oração, estudam sobre oração, mas não tem uma vida de oração. Na verdade, a vida de oração é como uma parte de uma fatia da vida da pessoa, em que ela tira um momento para isso. Com o tempo, isso se torna uma rotina e vai sendo deixado de lado, pois perde-se o desejo e o ânimo para orar.

Ao verem Jesus orar, os discípulos perceberam que a vida de oração de Jesus era muito mais do que um ritual, era algo que precisava ser feito. Jesus tinha intimidade com o Pai. Ele orava não por obrigação, mas por prazer e necessidade de estar em comunhão com Deus. A conhecida oração modelo que Jesus ensinou, o qual muitos utilizam como se fosse uma fórmula nos revela as coisas que devemos reconhecer em relação ao Deus a quem oramos. Basta uma simples observação e perceberemos que não poucos estão muito longe do padrão orientado por Jesus quanto à maneira correta de orar. Será que realmente sabemos como orar, o que orar, porque orar e o que seria uma vida de oração eficaz? Creio que devemos fazer como os discípulos: “Senhor nos ensina a orar.”

Quando não temos tempo para orar, é quando realmente precisamos orar. Quando não temos vontade de orar, é quando, precisamos orar. A oração é como um alimento que fortalece a nossa alma. Oramos muitas vezes por tantas coisas, e esquecemos do primordial, ter uma vida de intimidade com Deus. Ter Deus como Deus e não como um servo que está ali para atender nossas petições. Sem oração podemos até fazer alguma coisa nessa vida, mas nada que terá valor eterno. Sem oração, nossa vida acaba por se tornar infrutífera, os frutos que produzimos não serão suficientes, não teremos forças para resistir as tentações de satanás e cederemos facilmente as fraquezas de nossa carne. Os apóstolos que tanto ensinaram sobre oração, aprenderam a orar e fizeram da oração uma poderosa arma para vencer o mundo, a carne e o diabo.  Na oração ensinada por Jesus, ele mostrou-lhes como orar por suas necessidades relativas a esta vida e as necessidades espirituais relativas à vida com Deus. Na conhecida oração do Pai Nosso, Jesus não quer que a recitemos de forma decorada e nem mesmo de maneira mística, como se a oração por si só, tivesse poder. No Pai Nosso, Jesus ensina-nos o caminho para Deus e estabelece, de maneira mais íntima, os meios de comunicação e comunhão com Deus, através da confiança de filhos que se dirigem ao Pai celestial com intimidade e fé; por meio da convicção de sua bondade paternal, tal como é revelada nas Sagradas Escrituras; através da obediência que evidencia o nosso respeito a Deus, o reconhecimento de sua autoridade divina, reconhecendo a Deus como causa da existência e sobrevivência de todas as coisas. A oração do Pai Nosso externa o nosso propósito de viver para Deus, dando a Ele a devida honra e glória na esperança da eternidade. Não basta orar, temos de orar reconhecendo a Deus como Pai, para obedecer-Lhe, para confiar nEle como Criador e Senhor de tudo e de todos, para reverenciá-Lo como o grande e eterno Benfeitor, para nos entregarmos aos seus cuidados, sem temor. O que podemos aprender com a oração do Pai nosso?

  • Uma relação de Pai pra filho: Pai é a palavra para indicar o relacionamento de Deus com os homens, aos quais deu o direito de filhos, mediante Jesus Cristo. O direito de filho de Deus, em seu amplo sentido espiritual, foi franqueado a todos os homens, por intermédio de Jesus Cristo, mediante a fé, a todos os que o aceitam como suficiente Salvador.
  • Os direitos dados ao filho pelo Pai: O direito de filho de Deus está assegurado aos que recebem a Cristo como Salvador. Para os que creram e aceitaram a Cristo têm um direito especial assegurado em Cristo. O Novo Nascimento produz uma nova vida com base numa nova natureza, a natureza de Cristo mediante a Palavra implantada no coração pelo Espírito Santo. Os filhos de Deus pela fé em Cristo são novas criaturas para Deus que revela uma nova maneira de viver e agradar a Deus.
  • A convicção e a segurança de ser filho de Deus: “se alguém está em Cristo, nova Criatura é.” O verdadeiro filho tem plena certeza da sua redenção e filiação em Cristo que o possibilita a viver uma nova vida de entrega e submissão total a Deus. A nossa identificação com Cristo resulta na convicção de sermos filhos de Deus e participantes de sua natureza divina e herdeiros do Reino de Deus.
  • Intimidade e confiança de ser filho de Deus: Pai nosso, deve ser para nós a expressão da nossa confiança na disposição de Deus para conosco. Se o homem assumir a posição de filho de Deus, mediante a fé em Cristo, e a aceitação da sã doutrina, pode aproximar-se do trono de graça com confiança. O amor de Deus é a lei que regula a intimidade por Ele estabelecida para com os que o conhecem como Pai.

Se você ora e diz: "Pai nosso", não o faça de forma mecânica. Se você chama Deus de Pai, por conseguinte, obedeça-o e confie nEle. Que a sua oração seja não somente a expressão de sua fé, mas igualmente da sua comunhão com Deus, o Pai.

Referência Bibliográfica: SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. Editora CPAD.