O Senhor frequentemente ensinou a Seus
discípulos que eles devem orar e como devem orar, mas raramente os ensinou
sobre o que orar. Isso Ele deixou para o seu senso de necessidade e sob a
direção do Espírito. Mas na passagem acima ele expressamente os dirige a
lembrar de uma coisa. Em vista da abundante colheita e da necessidade de
ceifeiros, eles têm de clamar ao Senhor da seara para enviar trabalhadores. Ele
quer que compreendam que a oração não deve ser egoísta; é o poder pelo qual a
bênção pode vir para outros. A oração é na verdade um poder do qual o
ajuntamento da colheita e a vinda do Reino realmente dependem. Jesus sabia que
assim como a obra de Deus fora confiada a homens no passado e a Ele mesmo por
um tempo aqui na Terra, agora era chegada a hora de passá-la às mãos de Seus
discípulos. Ele sabia que onde lhes fosse dado essa responsabilidade, não seria
uma mera questão de fórmula ou exibição. Como um simples indivíduo, limitado a
um corpo humano e a uma vida humana, Jesus sente quão pouco uma curta visita
pode realizar entre as ovelhas errantes que vê ao Seu redor. Ele anseia
ajudá-las a ser adequadamente cuidadas. Portanto, diz a Seus discípulos para começarem
a orar. Quando assumissem o trabalho de Jesus na Terra, esta teria de se tornar
uma de suas principais petições em oração: que o próprio Senhor da seara
enviasse trabalhadores para Sua seara. Quão pouco os cristãos realmente sentem
e lamentam a necessidade de trabalhadores nos campos do mundo tão maduros para
a ceifa. Quão pouco eles creem que nosso suprimento de trabalhadores depende de
nossa oração e que a oração irá de fato prover "tudo o de que tiver necessidade".
A escassez de trabalhadores é conhecida e discutida. Às vezes são feitos
esforços para suprir a necessidade. Mas quão pouco o encargo pelas ovelhas
errantes sem Pastor é realmente assumido na fé de que o Senhor da seara enviará
os trabalhadores em resposta à oração. O Senhor entregou Sua obra nas mãos de
Sua Igreja. O poder que o Senhor dá a Seu povo para exercer no céu e na Terra é
real; a quantidade de trabalhadores e o tamanho da colheita verdadeiramente
dependem de suas orações.
Por que não obedecemos à instrução do
Mestre mais apaixonadamente e clamamos com mais fervor por trabalhadores?
Primeiro, falta-nos a compaixão de Jesus, que deu origem a esse pedido de
oração. Os crentes devem aprender a amar ao próximo como a si mesmos e a viver
inteiramente para a glória de Deus em seus relacionamentos com os homens. A
outra razão pela qual negligenciamos o mandamento, a falta de fé, mas ela será
superada conforme nossa compaixão suplicar por ajuda. Cremos muito pouco no
poder da oração para produzir resultados positivos. Não vivemos pertos o
suficiente de Deus, e não estamos totalmente dedicados a Seu serviço e Reino,
para ser capazes de confiar que ele responderá nossas orações. Oremos por uma
vida tão unida com Cristo que Sua compaixão possa nos inundar, e Seu Espírito
possa nos dar a certeza de que nossa oração foi ouvida. É uma vergonha terrível
para a Igreja de Cristo haver épocas em que na verdade não se possam encontrar
homens para o serviço do Mestre como ministros, missionários ou mestres da
Palavra de Deus. À medida que os filhos de Deus fizerem disso um objeto de
súplica em seus próprios círculos ou igrejas, a resposta virá. O Senhor Jesus é
agora Senhor da seara. Ele foi exaltado para conceder dons - os dons do
Espírito. Seus principais dons são homens cheios do Espírito. Mas o suprimento
e distribuição desses dons dependem da cooperação da Cabeça com seus membros. A
oração levará a essa cooperação; os crentes que suplicam serão instigados a
encontrar homens e recursos para a obra. Deve ser nossa oração que o Senhor encha todo Seu povo com o espírito
de devoção, que ninguém possa ser achado à toa em Sua vinha. Onde houver uma
reclamação por falta de ajudadores, ou por ajudadores competentes na obra de
Deus, a oração possui a promessa de suprimento.
Fonte: Com Cristo na escola de oração – Andrew Murray
Nada
está fora do alcance da oração, exceto o que está fora da vontade de Deus.
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