Sendo
o chamado ao arrependimento e a fé a necessidade absoluta quando proclamamos o
evangelho, é preciso compreender a natureza da nova vida que é concedida em
Cristo fruto de uma genuína conversão. São características que devem estar
presentes e que precisam continuar crescendo e sendo aprofundadas durante a
nova vida do convertido. Não há dúvida de que ser um discípulo de Jesus tem um
alto custo. Veja Lc 14.25-33:
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a
mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser
meu discípulo.” (v. 26)
“Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser
meu discípulo.” (v. 27)
“Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo
quanto possui, não pode ser meu discípulo.” (v.33)
Mas,
também é verdade que existem muitos benefícios de ser um discípulo de Jesus
tais como: perdão dos pecados, ser adotado na família de Deus, ter um novo
relacionamento com Deus, desfrutar da presença do Espírito Santo, ser livre da
escravidão do pecado, ter comunhão com a igreja – o Corpo de Cristo, participar
da ressurreição de Cristo e ter um corpo glorificado livre da presença do
pecado, passar a eternidade na presença de Deus. O evangelho não assegura
apenas estar livre do julgamento da ira de Deus, mas sim, ter um relacionamento
com o Senhor e desfrutar de sua presença constante em nossa vida. A vida cristã
é ganhar o que não podemos perder, ou seja, tornar-se um cidadão do reino
eterno de Deus. No momento em que você entrega sua vida a Cristo, ela muda para
sempre. Mesmo que aparentemente tudo pareça como antes, ainda assim, a verdade
é que Ele “nos tirou do poder das trevas, e
nos transportou para o reino do seu Filho amado...” (Cl 1.13).
O
significado do Reino de Deus
O Reino de Deus é um
tema importante no Novo Testamento. Jesus iniciou seu ministério anunciando a
chegada do reino: “... e dizendo: O tempo
está cumprido, e é chegado o reino de Deus.” (Mc 1.15ª). Veja como é descrito o ministério de Paulo: “E morou dois anos inteiros na
casa que alugara, e recebia a todos os que o visitavam, pregando o reino
de Deus e ensinando as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, com toda a
liberdade, sem impedimento algum” (At 28.30.31). O livro de apocalipse mostra
os céus glorificando a chegada do Reino de Deus: “Então,
ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e
o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo...” (Ap
12.10ª). Mas, o que é exatamente o Reino de Deus, onde ele se encontra, é algo
para ser desfrutado aqui agora ou somente para o futuro? Não estamos todos
debaixo do governo de Deus, então porque ainda haverá o estabelecimento de seu
reinado? Para responder estas perguntas precisamos observar algumas coisas que
a Bíblia nos ensina sobre o Reino de Deus:
- O Reino Redentor: quando pensamos num reino, pensamos em uma área específica de terra que tem um conjunto de leis e limites bem definidos. Nesta perspectiva o reino é definido pela sua posição geográfica. Porém, quando a Bíblia fala de Reino, ele é mais bem entendido como um reinado – o Reino de Deus é, portanto, o governo, o domínio e a autoridade de Deus.
“O
teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as gerações.” (Sl
145.13)
O Reino de Deus não é
somente governo, autoridade e domínio. Ele é um governo redentor, estabelecido
por uma autoridade soberana exercida sobre o domínio de um Deus amoroso.
Ninguém escapa do domínio e da autoridade estabelecida por Deus. Mas, quando
usa a expressão Reino de Deus, a Bíblia se refere de modo bem específico ao governo
de Deus sobre o seu povo, sobre os que foram salvos pela fé em Cristo Jesus.
Assim, podemos dizer que o reino de Deus é o governo, a autoridade e o domínio
redentor de Deus sobre aqueles que ele redimiu em Jesus.
- A chegada do reino: o reino de Deus está aqui (Lc 17.21). Os judeus estavam esperando o dia em que o governo de Deus seria estabelecido na terra e seu povo seria, finalmente, libertado do governo e domínio terreno de outros povos. Jesus chega anunciando que o reino chegou, ele estava ali entre eles. Sendo Jesus o rei prometido que viria a assumir o trono de Davi e reinar para sempre sobre a Casa de Deus, ele declarou que o reino de Deus tinha sido inaugurado nEle. A encarnação de Jesus era mais do que apenas uma visita do Criador aterra que criou. Era o início da ofensiva plena e final de Deus contra o pecado, a morte e a destruição que eles trouxeram ao mundo. Ao olhar para o ministério de Jesus podemos ver o Reino de Deus acontecendo: sua luta contra o diabo e suas tentações demonstrando a derrota do inimigo, a cura de enfermos demonstrando seu poder sobre as doenças e a ressurreição de mortos mostrando que Ele é o Senhor da vida. E por fim, o pecado é vencido quando na cruz Ele clama: “Está consumado!” (Jo 19.30). Passo a passo Jesus vence os efeitos da queda e da entrada do pecado no mundo. O legítimo Rei chegara e tudo o que se opunha ao seu reinado foi decisivamente vencido: pecado, morte, Satanás entre outras coisas. Isto significa que agora, para os que estão em Cristo eles podem desfrutar de todas as bênçãos concernentes ao Reino de Deus.
“O Espírito mesmo testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros,
herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos,
para que também com ele sejamos glorificados.” (Rm 8.16-17)
Entretanto, há algo
mais, igualmente importante para entendermos.
Um Reino ainda não completo – o Já ainda Não
Apesar de Jesus ter
estabelecido seu Reinado sobre toda a terra declarando seu governo, domínio e
autoridade sobre ela, seu Reino só estará completo quando o mesmo voltar para
buscar o seu povo – aqueles que pela fé passaram a viver como cidadãos do
Reino. O diabo foi amarrado, mas não destruído. O mal foi vencido, mas não
aniquilado, o Reino foi inaugurado, mas não completamente estabelecido. A Bíblia
fala sobre o dia quando tudo estará completado:
“Então virá o fim quando ele
entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda
autoridade e todo poder. Pois é necessário que ele reine até que haja
posto todos os inimigos debaixo de seus pés”. (1Co 15.24-25)
A grande
esperança dos cristãos, aquilo pelo qual mais anelamos e para a qual olhamos a
fim de obter força e coragem é o dia em que o Rei abrirá os céus e retornará
para firmar o seu reinado glorioso, completo e para sempre; em que tudo será
corrigido e a justiça finalmente será feita. Deus planeja criar para seu povo
um novo mundo, livre do pecado da morte e das doenças, um mundo em que Ele
habitará para sempre no meio de seu povo, um mundo em que: “o tabernáculo de
Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e
Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não
haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as
primeiras coisas são passadas.” (Ap 21.3-4)
O que dizer em resposta a tudo
isto: “Maranata, ora vem Senhor Jesus”!