segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O Evangelho e a necessidade da fé e do arrependimento (Rm 2.4; 4; Rm 5.1,18)


Agora que entendemos que o Evangelho são as boas notícias por trás das más notícias que revelam a Boa Nova da Salvação; que pela Graça e misericórdia de Deus somos resgatados do pecado para uma vida gloriosa em Deus por causa da morte e ressurreição de Jesus. O que devemos fazer, qual deve ser a nossa resposta à manifestação de tão grande amor que nos alcança e nos salva apesar de não merecermos? Para compreender o evangelho de forma plena, precisamos olhar para a largura, altura e profundidade do amor de Deus exibido no calvário, estabelecido desde antes da fundação do mundo. O reino soberano do Senhor foi rejeitado pelo homem no Jardim do Éden quando este resolveu rebelar-se contra o domínio e a autoridade de Deus, e desde então, qualquer ser humano, neste mundo caído vem se rebelando contra Deus vivendo conforme suas próprias vontades. Em Cristo, Deus derramou toda a sua ira contra o pecado proporcionando a todo aquele que crê uma nova vida, uma vida de santidade e temor ao Senhor, como Rei e Soberano sobre todas as coisas. Jesus serviu como sacrifício perfeito, satisfazendo a ira justa de Deus, ao mesmo tempo em que revelou o amor redentor de Deus, restaurando nosso relacionamento com o Senhor.
A resposta do homem ao evangelho – fé e arrependimento
Quando Jesus iniciou seu ministério, ele o fez chamando os homens ao arrependimento: “... arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15b). Estas ordens – arrependei-vos e crede – são o que Deus exige de nós em resposta às boas novas da salvação. Em todo o Novo Testamento, as pessoas são chamadas ao arrependimento (Mt 3.1-2; 4.17; At 2.37-38; 3.19; 20.20-21). Fé e arrependimento são o que caracteriza aqueles que são salvos em Jesus, isto é, uma pessoa que se converte de seu pecado e confia em Deus e nada mais para salvá-lo da ira e do julgamento que está por vir.
Uma questão de confiança: fé é dependência total e completa em Deus.
Como crentes somos chamados a viver pela fé (Gl 2.20) e nos arrepender continuamente diante das batalhas implacáveis que assolam nosso coração. Fé é muito mais do que acreditar, fé é confiar de tal maneira que você se entrega de corpo e alma ao objeto de sua crença. Muitas pessoas dizem que a fé é acreditar em algo tais como Papai Noel, Coelho da Páscoa, poder místico dos cristais, das pedras, da natureza. Mas, a fé é muito mais do que uma crença, ela é uma atitude que nos leva a agir baseado numa confiança e dependência de algo ou alguém (Hb 11.1). Ao ler a Bíblia, vemos que a fé não é crer em algo que você não pode provar. Fé é dependência, confiança firme e inabalável, alicerçada na verdade e fundamentada na promessa de Jesus ressuscitado de nos salvar do pecado.
A natureza da Fé (Rm 4.18-21): existe uma ligação inseparável entre a fé e o arrependimento. O arrependimento é necessário em nossa falta de fé e a fé é necessária para o nosso arrependimento. Apesar das contradições da vida e dos dilemas que enfrentamos em nossa alma, precisamos confiar e descansar em Deus e nas suas promessas, pois Ele é fiel para cumpri-las. A fé nos leva ao arrependimento e o arrependimento nos leva a ter fé na justiça de Deus para nos livrar da morte e do juízo vindouro. A Bíblia ensina que a maior necessidade do homem é ser considerado justo diante de Deus. Quando o julgamento vier o veredicto que esperamos ouvir é inocente e não culpado. Mas, como obtemos esse veredicto? A Bíblia diz que não é por nossas obras que somos justificados diante de Deus, a nossa ficha está suja, estamos todos condenados. Mas, se colocarmos nossa fé em Jesus, dependendo dEle para ser nosso substituto, tanto em vida perfeita como na morte que pagou pela penalidade do pecado, seremos justificados.  Jesus morreu a nossa morte para que pudéssemos viver a sua vida. Em Cristo, Deus olha para nós e vê a justiça perfeita de Jesus, seu sacrifício como aprazível diante dEle. Nenhum de nós pode satisfazer o padrão de santidade estabelecido por Deus. Deus nos salva por pura graça, não porque tenhamos algo para lhe oferecer.
Salvos pela Graça, justificados pela Fé
Quando compreendemos o quanto somos dependentes de Jesus para a nossa salvação – sua morte por nosso pecado, sua vida por nossa justiça – vamos entender porque a salvação é somente pela fé. Não há outra maneira, não há outro salvador, não há ninguém mais em quem podemos confiar e descansar para nos salvar. Todas as outras religiões inserem a necessidade de esforço próprio para a salvação, sejam elas por boas obras ou por uma vida moralmente correta, ou por tentar equilibrar as duas coisas. Isso mostra o quanto somos orgulhosos e arrogantes em não aceitar que não há mérito algum de nossa parte que possa nos justificar diante de Deus. Colocar a sua fé em Cristo significa renunciar totalmente qualquer outra esperança de ser considerado justo pelo seu próprio esforço. Você confia nas suas boas obras? A fé diz que elas são insuficientes. Você confia no seu coração? A fé significa reconhecer que ele é enganoso e está totalmente corrompido. Ter fé significa aceitar o convite para atravessar o abismo, mesmo sabendo que não é você quem está no controle da situação.
A Resposta da fé – o arrependimento: se a fé é confiar plenamente na salvação dada por Deus na pessoa de Cristo, o arrependimento é o reconhecimento de que você precisa afastar-se do pecado e decidir aceitar o convite de Deus. O arrependimento é crucial para ser salvo e para distinguir quem realmente é salvo. Se você entende corretamente o que é o arrependimento, então, vai perceber que não pode apenas aceita-lo como Salvador e não tê-lo como Senhor de sua vida. A fé em Jesus traz consigo uma renúncia de uma vida de pecado e sujeição ao Reino das trevas. Se não houver esta renúncia, então não houve verdadeiro arrependimento. Embora o arrependimento não signifique que você não terá de lutar mais contra o pecado, mas ele o levará a uma guerra mortal contra ele, em que você irá buscar viver uma vida que agrade a Deus, não importa qual o custo que terá de pagar para isso. O arrependimento verdadeiro é mais uma questão de atitude do coração para com o pecado do que uma simples mudança de comportamento.
Uma escolha a fazer (Mt 6.24): quando uma pessoa verdadeiramente se arrepende e aceita o convite feito por Jesus, sua vida começa a mudar – ela começa a dar frutos. Verdadeiros convertidos praticarão obras dignas de arrependimento. Quando a pessoa recebe nova vida em Cristo, ela passa a agir como Jesus demonstrando em seu caráter o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Quando você estiver diante de Deus no dia do julgamento o que você dirá a Ele? Apresentará suas atitudes piedosas, o fato de você nunca ter faltado a um culto na igreja, seu exemplo cristão na família, o fato de nunca ter feito algo realmente deplorável aos olhos da sociedade? Tudo isto é apenas resultado de uma vida transformada, de alguém que soube reconhecer seu estado pecaminoso e pediu que Deus o ajudasse. A única resposta que realmente podemos dar é está: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pois sou pecador!” (Lc 18.13b)

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