sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Convicção e intercessão pelos irmãos a luz do evangelho (Fp 1.6-11)

O apóstolo Paulo tinha um carinho especial pela Igreja de Filipos, pois desde o início se dispuseram a colaborar com ele em seu ministério. Eis, inclusive uma das razões pela qual escreveu essa carta, agradecê-los pela cooperação ao seu ministério (Fp 1.3-4; 4.10,15-16). Depois de saudar alegremente aos filipenses, Paulo continua mostrando o seu zelo pela vida daqueles irmãos. Sua expressão de gratidão é intensa e contínua. Paulo expressa uma certeza de que esta obra que foi iniciada por Deus será terminada por ele – o evangelho que alcançou a vida dessas pessoas teria o seu fim completado tanto na prática do amor quanto na redenção e salvação de suas almas (v.6). A prova concreta desta certeza de Paulo está no fato deles se tornarem participantes do seu ministério na pregação do Evangelho, apesar das dificuldades e perseguições sofridas. Eles comungavam dos seus sofrimentos em cadeias por causa de Cristo apontando para um alvo comum: a promoção da glória de Deus por meio da pregação eficaz do Evangelho (v.7). Embora ele estivesse impedido de visitar a igreja, não estava impedido de orar por ela. Desta forma, o apóstolo intercede pela igreja e nos revela alguns princípios de alguém que ama a igreja de Jesus.

1.     A convicção da obra que Deus estava realizando na vida da igreja (v.6-7):  um dos elementos que contribuem para nossa alegria no Senhor é a nossa comunhão manifestada na cooperação no Reino de Deus (v.5). No sentido mais amplo, Paulo se alegrava que os filipenses eram salvos e, assim, parceiros com ele na propagação do evangelho (v.7). Suas participações foram através de generoso apoio financeiro para com o ministério do apóstolo (Fp 4.10,15-16). A segurança de Paulo em relação aos crentes de Filipos deve-se ao fato de que eles são fruto da obra de Deus. Paulo reconhece que o trabalhar na vida da igreja é de Deus, e o que Deus começa ele termina; não há possibilidade de falha ou cumprimento parcial na obra iniciada por Deus (v.6). Como comunidade unida na pregação todos participam da graça, da obra, da defesa e confirmação do evangelho, dos sofrimentos por amor a Cristo. Amor este que transborda na vida daquele que crê e que se manifesta na vida da igreja.

  1. 2. Um coração transbordante de amor pela igreja de Jesus (v.8): o apóstolo expressa um profundo sentimento de alegria e amor pela igreja de Filipos. Por causa de tudo o que ele viveu e de todo apoio que recebeu, ele não poderia ter pensado neles de outra maneira. Todos os crentes de Filipos, sem exceção, foram os objetos do grande afeto de Paulo, um afeto tão profundo e penetrante como o refletir do amor do próprio Jesus Cristo. O amor que Paulo sente pelos filipenses não é outro senão o mesmo amor de Cristo. O verdadeiro sinal de que somos discípulos do Senhor é o amor que devemos ter uns pelos outros (Jo 13.34-35).
  2. 3. Um coração que ora pelo crescimento espiritual da igreja para revelar a graça, a misericórdia e a glória de Deus (v.9-11): Paulo possuía uma grande paixão pelo desenvolvimento espiritual dos crentes sob o seu cuidado, e essa paixão não foi apenas manifestada na sua pregação, ensino ou cartas, mas vigorosamente em sua vida de oração (Ef 1.16-18); nesta mesma carta ele ainda acrescenta mais um motivo para orar pela igreja de Éfeso (Ef 3.14-19). Aos escrever aos Colossenses ele também fala sobre o motivo de sua oração por eles (Cl 1.9-12) e aos Tessalonicenses ele também afirma suas razões de orar por eles (1Ts 1.2-4). Em cada uma de suas orações, percebemos que ele não ora por suas necessidades físicas ou até mesmo pelo crescimento (numérico) da igreja. Não que isso não fosse importante, mas para Paulo as questões essenciais eram espirituais. Não há melhor indicador que nos revele o nível de maturidade espiritual de um cristão do que o seu crescimento espiritual e uma intensa vida de oração. Ele sempre orava intensamente pelo trabalho contínuo e poderoso do Espirito de Deus no coração e na vida daqueles a quem ele pregou o Evangelho. O apóstolo ora por 5 elementos que viriam a demonstrar o crescimento e o relacionamento da igreja de Cristo.

a. Crescer em amor: O verdadeiro crescimento da igreja não está na quantidade de pessoas que ocupam os bancos da igreja, mas quantas dessas pessoas realmente amam a Deus e ao próximo.

b. Crescer na excelência: O crescimento no amor mediante a aplicação correta da Palavra de Deus em nossas vidas nos leva a ter o discernimento necessário para que possamos viver uma vida de excelência para Senhor. Excelência esta que nos leva a compreender a boa perfeita e agradável vontade de Deus e submeter-se a ela.

c. Crescer em integridade: O crescimento no amor mediante o conhecimento e a revelação da Palavra nos leva a examinar nossas vidas na busca pela excelência em servir e viver uma vida que agrade a Deus até que Cristo volte.

d.  Crescer na prática das boas obras: O amor divino produz excelência espiritual, que produz a integridade, que produz boas obras. A ideia de ser cheio do fruto de justiça refere-se a algo que aconteceu no passado e continua gerando resultados. Com a nova vida que Deus nos deu através de Jesus nossas obras agora podem e devem refletir o caráter de um Deus santo e justo. O fruto de justiça vem por meio de Jesus. Dele vêm a força e o poder, o que existe de bom em nós é obra de Jesus.

e.     O resultado é a glória de Deus: Após orar pelo crescimento no amor de maneira que os filipenses pudessem ter a percepção da realidade de Cristo em suas vidas, em busca de uma vida de excelência, mediante um agir reto e justo na prática das boas obras feitas em Cristo, o resultado final será Deus sendo glorificado na vida de seu povo. Paulo estabelece a meta da vida cristã: viver uma vida que redunde em glória e louvor a Deus.

Conclusão

Como líderes somos privilegiados por Deus ter nos concedido um chamado de conduzir o seu povo ao propósito por Ele estabelecido. Sabemos que essa obra é árdua e a tarefa exige muito. Mas também, sabemos que a obra não é nossa, é do Senhor. Ele é quem está conduzindo seu povo, e a nós, nos tem dado a responsabilidade de fazê-los não apenas chegar, mas entrar na Terra Prometida. Mas, até lá vamos interceder para que a sua Palavra seja propagada e o seu Reino estabelecido no coração de cada pessoa salva por Ele. Precisamos orar pela vida de todos os que Deus tem colocado sobre nossa responsabilidade para que eles cresçam no amor, na excelência, na integridade e na prática das boas obras. Pois desta forma, Deus será exaltado e glorificado e nós, assim como Paulo, nos alegraremos com os frutos que virão mediante o agir do Senhor na vida do seu povo.

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