quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

As Escrituras e o mundo

A verdadeira natureza do mundo é definida com clareza pela Bíblia e somos advertidos solenemente sobre os perigos que ele nos apresenta. A Bíblia é a luz em meio as trevas que ilumina nosso entendimento na compreensão do mundo em que vivemos, expondo-o em toda a sua essência. O mundo está claramente em inimizade contra Deus. Por essa razão, os filhos de Deus são proibidos de deixarem se conformar ou fixar nele os seus afetos.

A Bíblia nos exorta a buscarmos a Palavra de Deus com todo nosso ser, pois é por meio dela que nos é dado o crescimento para a salvação (1Pe 2.2). Devemos constantemente examinarmos a nós mesmos a Luz da revelação divina. Não para aumentar nosso conhecimento intelectual sobre a Bíblia, mas buscar o desenvolvimento prático que nos leve a conformar-se com a imagem de Cristo. E uma das questões que nos leva a isso é: meu estudo da Bíblia tem me tornado mais parecido com Cristo e menos com o mundo?

A Palavra de Deus abre nossos olhos para discernir o verdadeiro caráter do mundo. A Bíblia diz que o mundo jaz no maligno (1Jo 5.19). Somente o coração iluminado pelo Espírito Santo é que se torna capaz de perceber que o que é elevado aos olhos do mundo é na realidade abominação diante de Deus. No entanto, ao falarmos sobre o mundo, estamos falando de um sistema que vai contra Deus e seus valores estabelecidos. Quem quiser ser do mundo precisa adaptar-se a esse sistema, acomodando-se a ele. O mundo consiste da natureza decaída que se manifesta moldando a estrutura da sociedade em conformidade com as suas próprias tendências. É voltado apenas para as coisas terrenas e não celestiais (1Jo 2.16). Portanto, o mundanismo é o mundo sem Deus.

O mundo é um inimigo que precisamos vencer. Da mesma forma que existe a Trindade Santa, existe a Trindade satânica que é composta pela carne com suas fraquezas, o mundo com suas influências e o diabo com suas artimanhas, que usa das influências do mundo para alimentar ainda mais a fraqueza de nossa carne. O filho de Deus é chamado a travar uma batalha mortal contra essa trindade maléfica. O mundo é um inimigo mortífero, e se não o vencermos em nosso coração, isso revela que não somos filhos de Deus, pois está escrito: “Todo o que nascido de Deus vence o mundo.” (1Jo 5.4). Tudo que há no mundo tende a desviar nossa atenção, afastando de Deus os afetos de nossa alma. As coisas visíveis desviam nossa atenção daquilo que é invisível, colocam nossos olhos naquilo que é temporal e logo irá perecer. Por essa razão é que o mundo não conheceu quando Cristo, o Salvador veio ao mundo, pois ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. As preocupações que o mundo no traz, leva-nos a dirigir nossas afeições para as coisas desta terra, gerando ainda mais ansiedade em nosso coração. Devemos vigiar constantemente para não sermos levados pelas prioridades que não sejam do Reino de Deus (Mt 6.33).

O meio pelo qual vencemos o mundo é a nossa fé (1Jo 5.4). Á medida que nosso coração se ocupa com as realidades invisíveis e eternas, somos libertos da influência corruptora dos objetos mundanos. Os olhos da fé são capazes de discernir as verdadeiras cores das coisas terrenas, e percebe que elas são vazias e indignas em comparação com os objetos da eternidade (2Co 4.18-19). A glória de Deus não se compara com o que o mundo quer nos apresentar. Quem tem seus olhos iluminados por Deus, tem em seu coração o desejo da Presença de Deus. Quando se tira do homem mundano aquilo em que ele se deleita, ele sente-se miserável. Contudo, nada pode tirar o brilho da glória de Deus na vida daquele que se submete a Deus e vive em obediência a sua Palavra e desejoso de fazer a Sua vontade. A alegria de quem pertence a Deus jamais lhe será tirada e nem a sua satisfação. Analise seu coração e veja se você está desejando mais as coisas desta terra ou as coisas do céu. Se sua alegria é eterna ou apenas passageira.

Há muito mais proveito para aquele que sabe que Cristo morreu para livrá-lo deste mundo perverso. Jesus veio para cumprir a Lei, destruir as obras do diabo e livra-nos da ira vindoura, salvando-nos de nossos pecados e nos libertando da escravidão deste mundo. Assim como Deus libertou a Israel da escravidão no Egito, em Cristo, ele nos libertou da escravidão do pecado interrompendo o poder que o mundo tem de nos atrair. Cristo se deu como sacrifício pelos pecados de seu povo, para que, em consequência disso, eles sejam libertos do poder condenatório e das influências dominadoras de todos os males que existem neste mundo (Rm 8.1). O Espírito Santo, por habitar a vida dos que creram em Jesus coopera nesta obra bendita desviando nossos pensamentos para longe das coisas terrenas e nos fazendo fixar nossos olhos nas realidades espirituais. Deste modo, os crentes deixam de ter prazer nas coisas terrenas buscando libertar-se deste mundo perverso.

A advertência bíblica diz que não devemos amar o mundo e nem as coisas que há um mundo, pois o mundo passa, assim como os desejos da carne, mas o que faz a vontade de Deus permanece para sempre. O coração precisa ser purificado das corrupções deste mundo, caso contrário, os ouvidos ainda continuaram surdos para a Palavra de Deus. Enquanto tivermos nossa mente nesta terra, não iremos ter prazer em obedecer a Deus. O mundo rejeitou a Cristo, e mesmo que muitos digam professar o seu Nome, no fundo não querem nada com Ele. A busca dessas pessoas é apenas para a satisfação do seu ego, e “usam” Deus apenas como um meio para conseguir o que querem. Como filhos de Deus temos de vigiar nosso coração, pois ainda vivemos neste mundo caído e corrompido, embora nosso espírito deseje o céu. Somos proibidos, de amar o mundo, pois a nossa porção é eterna. O mundo se mostra atraente com tudo o que tem para oferecer, coisas que atraem nossa atenção e cria um desejo e amor por essas coisas, exercendo assim, uma influência fatal sobre nossas vidas. As coisas deste mundo, no entanto, só promovem a felicidade nesta vida e são feitas para isso. Mas, somos ensinados de que devemos afastar nossos olhos e pensamentos para longe do mundo. Quem assim o faz, entende que é melhor perder nesta terra para ganhar o céu, é melhor estar com Cristo na eternidade do que com o diabo no inferno (Mc 8.36-37).

Quem quer ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus. Não podemos ter prazer nas coisas que Deus condena e num mundo que rejeita nosso Salvador. Se tiver prazer nisso, então, meu coração não pertence ao Senhor. Como está escrito: ‘Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1Jo 2.15). O que nos separa dos incrédulos é a nossa fé e o coração regenerado por Deus. Não tem como ter comunhão com este mundo, pois não há harmonia entre a luz e as trevas. O conhecimento e amor pela Palavra desperta em nós o ódio contra o mundo e tudo que é contra a vontade de Deus. Muitos são os que, presos em sua religiosidade, pensam estar agradando a Deus, porém, são hipócritas, pois seus corações estão longe do Senhor. As pessoas mundanas são escravas de seus hábitos e estilos de vida pecaminosos. Mas aquele que amam a Deus, a sua principal preocupação é conformar-se a Imagem de Jesus. Estes têm suas mentes voltadas para o alto, pensam nas coisas do alto (Cl 3.1-3).

Precisamos constantemente examinar nosso coração, guardar nossos pensamentos e verificar nossas prioridades. Precisamos ver o que nos dá mais prazer, o que nos deixa realmente motivados ou preocupados. Pois essas coisas irão revelar se estamos em Deus ou se ainda continuamos no mundo.

Fonte: Enriquecendo-se com a Bíblia

Autor: A. W. Pink

Editora Fiel

 

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