"Arrependo-me de ter colocado Saul como rei, pois ele se afastou de mim e se recusou a obedecer às minhas ordens". Samuel ficou tão frustrado ao ouvir essas palavras que clamou ao Senhor a noite toda."
(1 Samuel 15:11)
Pastores saulinos são aqueles que, inicialmente indicados com grande esperança, acabam se tornando uma decepção no ministério. Assim como o rei Saul, que começou bem, mas se afastou do Senhor e rejeitou suas instruções, esses líderes cristãos muitas vezes demonstram sinais de rebeldia, orgulho e autoengano, levando suas congregações a caminhos de fracasso espiritual e moral. A trajetória de Saul serve como um alerta para todos que exercem o ministério: a decepção vem quando não seguimos totalmente as orientações de Deus, quando não permanecemos humildes, e quando priorizamos as opiniões humanas em detrimento da vontade divina.
Um dos principais sinais de um pastor saulino é a resistência em admitir erros. Saul tentou justificar suas ações ao alegar que poupou o melhor do rebanho para oferecer sacrifícios a Deus, mesmo tendo desobedecido às ordens claras do Senhor de destruir totalmente os amalequitas. Essa postura de autojustificação e negação de falhas é típica entre esses líderes, que não aceitam críticas ou correções, permanecendo em rebelião espiritual. Além disso, eles costumam culpar o povo pelos fracassos da igreja, desviando a responsabilidade de suas próprias falhas e, assim, justificando suas ações equivocadas.
Outro traço comum é a escolha de sacrificar aquilo que lhes convém, ao invés de obedecer às instruções específicas de Deus ou de seus líderes espirituais. São aqueles que preferem fazer sacrifícios pessoais ou religiosos que não agradam ao Senhor, em vez de cumprir o que foi ordenado. Ainda, esses pastores muitas vezes se consideram independentes e autossuficientes, deixando de se perceber como ovelhas sob orientação, e deixando de permanecer pequenos aos seus próprios olhos. Essa arrogância e vaidade os afastam do verdadeiro espírito de liderança cristã, que é de servidão e humildade.
A rebeldia também se manifesta na argumentação e defesa de si mesmos, nunca reconhecendo suas falhas ou ouvindo a voz de seus superiores. Eles defendem suas ações com teimosia, mesmo diante de evidências contrárias, e manifestam medo mais das opiniões humanas do que do temor a Deus. Essa atitude revela um coração que valoriza mais a aprovação do povo do que a aprovação divina, o que é fatal para quem ocupa uma posição de liderança espiritual. Pessoas assim também tendem a criar facções, promover divisões e usar poderes alternativos, como a manipulação ou o controle, para alcançar seus objetivos, agindo como feiticeiros no ministério.
Outro aspecto preocupante é o temor excessivo aos homens, que leva esses líderes a comprometerem sua integridade por medo de perder o apoio, o reconhecimento ou a influência. Eles deixam de priorizar o que Deus pensa e passam a agir conforme o que agrada às pessoas, o que compromete a autoridade e a eficácia do ministério. Por fim, esses pastores saulinos não se deleitam nas coisas que agradam a Deus, preferindo sacrifícios superficiais ou rituais vazios ao verdadeiro obediência e relacionamento íntimo com o Senhor. Sua prioridade passa a ser a aparência, a tradição, ou a manutenção de uma imagem, ao invés de buscar o coração de Deus.
A rejeição de Deus é o destino final de quem assume esse perfil. Como Saul foi rejeitado por Deus por desobediência e rebeldia, os pastores que demonstram esses sinais correm o risco de também serem descartados por Ele. Para evitar esse caminho, é fundamental que cada líder pastoral cultive humildade, obediência, arrependimento e uma verdadeira comunhão com Deus. Conhecer a Deus de fato, temer a Ele acima de tudo, seguir suas instruções integralmente e agradar-se na sua vontade são os princípios que distinguem um verdadeiro pastor de um saulino. O ministério não é uma oportunidade de autopromoção, mas um chamado de Deus para servir, liderar com integridade e permanecer fiel até o fim.
(Extraido e adaptado - A Arte de Apascentar_Philip Keller)
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