segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O Evangelho e a centralidade da Cruz (Rm 3.23-25; 5.1-2)


“Tenho boas e más notícias qual delas você vai querer saber primeiro?” – provavelmente você já deve ter feito está pergunta para alguém ou alguém a fez para você. Até agora, nesta série de mensagens sobre o evangelho tenho falado sobre as más notícias que estão por trás das boas notícias. Ninguém gosta de receber más notícias, por isso, hoje quero lhes trazer as boas notícias da salvação. Devemos ser gratos a Deus pelo fato de que as más notícias do pecado humano e do julgamento de Deus não são o fim da história. Se a Bíblia terminasse com a sentença de Deus de que “não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”, não haveria esperança nenhuma para nós. Haveria somente o desespero, mas agradeça a Deus pela sua graça e misericórdia. Você é um pecador destinado à condenação, mas Deus agiu para salvar os pecadores. Mesmo que nunca entendamos totalmente o poder infinito e a beleza da Redenção e o evangelho que nos foi apresentado por Jesus. Nunca devemos parar de buscar o conhecimento sublime de Cristo e de ser encontrado nEle. A vida só faz sentido e seu propósito somente é compreendido em Cristo e no relacionamento que temos com Deus por meio dEle (Jo 3.16; 14.6).
Uma mensagem de esperança (Gn 3.15; Gl 4.4-5)
Os evangelhos foram escritos para nos revelar que a vinda de Jesus Cristo era as boas notícias de Deus para um mundo destruído e morto aos pés do pecado. Com a entrada do pecado no mundo, entrou com ele a maldição – a morte e as terríveis consequências do pecado: vergonha, culpa, medo, dor, sofrimento, fadiga, desespero e a falta de Deus para preencher o vazio que ficou no coração humano. A vinda do Salvador viria a mudar tudo isso. Mesmo diante da condenação por causa do pecado, Deus queria que Adão e Eva (e também nós), soubessem que embora rebeldes, a história não havia acabado. A Bíblia toda foi escrita para mostrar como essa história que começou com uma pequena semente germinou, brotou e cresceu (Is 7.14; 9.6; Lc 2.9-11). A Bíblia conta a história de como Deus lidou com o problema do pecado.
Homem Deus e Deus Homem (Jo 1.1,14)
Os evangelhos mostram a história de Jesus e que ele não era um homem comum: ele foi chamado de Filho de Deus, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Em poucas palavras, a Bíblia nos ensina que Jesus é totalmente Deus e totalmente homem. Isso é crucial para entender o plano da redenção que nos livraria da escravidão do pecado. Se Jesus fosse apenas mais um homem, como nós, em todos os aspectos, incluindo o pecado, seria incapaz de nos salvar. Mas, sendo Deus, sem pecado e igual ao Pai na sua essência, perfeito, Ele pode vencer a morte e nos salvar do pecado. Contudo, ele também era humano, pois só assim poderia nos representar diante de Deus e compadecer-se das nossas fraquezas (Hb 4.15).
O Messias-Rei chegou: durante séculos, por meio da lei e dos profetas, Deus havia prometido um tempo que acabaria de uma vez por todas com o mal no mundo e resgataria seu povo dos pecados deles. Deus estabeleceria o seu reinado e seu governo sobre toda a terra. Deus prometera que da linhagem de Davi, um de seus filhos reinaria para sempre (2Sm 7.12-13,16). Os escritores do Novo Testamento insistem em que esse Rei davídico não é outro senão Jesus (Lc 1.31-33). Mateus começa com a genealogia que traça  a ascendência de Jesus até o rei Davi (a quem Deus prometeu o herdeiro do trono eterno) e vai até Abraão (a quem Deus prometeu abençoar todas as famílias da terra).
As Boas Novas tão esperadas: quando uma criança está por nascer há uma grande expectativa por parte dos pais. Em Jesus, estás expectativas não eram apenas de Maria e José, mas de toda uma nação, ou melhor, de todo o universo. Porém, o reino que Jesus inaugurou não parecia, de modo algum, com o que os judeus esperavam ou desejavam. Eles queriam um Messias que viesse libertá-los da opressão do inimigo (que na época era representado por Roma) e lhes desse novamente a liberdade na terra prometida por Deus quando eles saíram do Egito. No entanto, veio Jesus pregando, ensinando, curando enfermos, expulsando demônios, perdoando pecados, ressuscitando mortos e dizendo: “o meu reino não é deste mundo” (Jo 18.36). Por causa da desobediência e rebelião contra Deus, estamos separados e destinados à punição eterna. Eis aqui, as Boas Novas – Jesus veio não somente para inaugurar o reino de Deus, mas para levar os pecadores ao arrependimento e a confissão de seus erros reconhecendo seu Reinado em toda a Terra. Em Cristo, somos feito participantes do reino e herdeiros da glória dos céus (Rm 8.17).
O Rei na figura de um cordeiro: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” Estas foram às palavras de João Batista quando viu Jesus. O mesmo fazia referência à páscoa celebrada pelos judeus como lembrança da libertação no Egito. O livramento dos israelitas da escravidão no Egito deu-se com a morte dos primogênitos, somente àqueles que estavam cobertos pelo sangue do cordeiro é que escapariam de tão terrível julgamento. Desde então, esta festa tem sido celebrada como um símbolo da liberdade conseguida pela morte do cordeiro e do primogênito para pagar pelos pecados cometidos. A substituição penal – a ideia de que a penalidade de morte pelo pecado de alguém poderia ser paga pela morte de outra pessoa (Gn 3.21) é o alicerce de todo o Antigo Testamento. Levou algum tempo, mas os discípulos de Jesus entenderam que Jesus não veio apenas inaugurar o Reino de Deus, mas que ele deveria morrer pelos pecados de seu povo. Jesus não era apenas Rei, ele também era o cordeiro (1Pe 2.24-25). Por amor, Jesus deu espontaneamente sua vida; o Cordeiro de Deus morreu para que fôssemos perdoados (2Co 5.21). Jesus não morreu por ter cometido pecados, mas Ele foi feito pecado por nós. Ele sofreu a punição devida a cada um de nós. Toda rebelião, toda desobediência, todo pecado caiu sobre ele e a maldição que Deus havia pronunciada no Éden foi executada. Por isso, Jesus clamou em agonia: “se possível, passa de mim este cálice”, pois sobre ele recairia toda a ira de Deus. Trevas encobriram os céus por quase 3 horas, enquanto Jesus esteve pendurado na cruz. Era as trevas do julgamento de Deus, o peso da ira caindo sobre ele enquanto ele carregava o nosso pecado: “Deus meu, Deus meu porque me desamparaste”. Veja o que o profeta Isaías disse a esse respeito:
Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (53.4-5)
Este texto revela que as transgressões pelas qual Jesus sofreu eram nossas, mas os sofrimentos foram dEle. O pecado era nosso, mas a agonia quem passou foi Ele. Sua punição nos deu a paz, suas feridas nos trouxe cura, sua tristeza nos deu alegria, sua morte nos trouxe a vida.
A centralidade do Evangelho
A doutrina da substituição penal é o âmago do evangelho. Toda a revelação do Antigo Testamento aponta para isto. Os sacrifícios, as ofertas, o derramamento de sangue, tudo isto apontava para a cruz, para a morte de Jesus. Deus instituiu que “sem derramamento de sangue não a remissão para os pecados” (Hb 9.22b). Deus pode agora justificar o pecador porque na morte de Jesus a misericórdia e a justiça dele foram satisfeitas. A maldição foi executada com justiça, mas nós fomos salvos pela graça. A garantia de que o sacrifício foi aceito não está no fato de que Jesus foi crucificado, mas de que ele está vivo, Ele ressuscitou e venceu a morte – o aguilhão do pecado. Se Jesus não tivesse ressuscitado, ainda estaríamos condenados, sua morte teria sido como a de qualquer outro homem, mas Ele é Deus, o Criador e Autor da vida. Devemos nos alegrar pela sua ressurreição e para o que ela significa para nós – vida e vida eterna. Se você ainda não desfruta desta vida, Deus lhe faz o convite para que reconheça seu estado pecaminoso e aceite o presente da salvação concedida por Ele, mesmo que você não mereça.
    

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