sábado, 10 de novembro de 2018

O que é o Evangelho? (Marcos 1.14-15; Rm 1.1-7)


A mensagem pela qual Jesus iniciou o seu ministério foi apresentar o Evangelho do Reino de Deus. Mas, o que é o evangelho do Reino de Deus apresentado por Jesus Cristo e que depois de sua ascensão ao Céu ele deixou incumbida a tarefa de todo aquele que nele viesse a crer de continuar a pregá-lo? Embora, pareça uma pergunta fácil de responder, afinal, aprendemos que Evangelho é boa nova, mas a pergunta que faço é boa nova de quê? Há muitas definições dadas pelas pessoas sobre o que é o evangelho:

  • Jesus morreu por nós, e aqueles que confiam nele podem saber que sua culpa foi perdoada de uma vez por todas;
  • Deus te ama e estará sempre com a face voltada pra você, apesar do que você fez afinal você já foi justificado de seu pecado;
  • É reconhecer e proclamar o Reino de Deus na pessoa de Jesus de que ele morreu e ressuscitou para nos dar a salvação;
Apesar destas definições não estarem de todo erradas, elas não expressam a verdadeira essência do que é o Evangelho. O Evangelho é o centro do cristianismo, é sobre onde alicerçamos nossa vida e edificamos a igreja, mas ele vai muito além do fato de dizer que “Deus te ama e tem um plano maravilhoso para sua vida.” Vou procurar oferecer uma resposta à pergunta: “O que é o evangelho?” baseado no que a Bíblia ensina sobre o mesmo. Destaco aqui, alguns pontos importantes para a nossa compreensão:

  • Um evangelho debilitado e fraco leva a uma adoração debilitada e fraca. Este tipo de evangelho afasta nossos olhos de Deus e os fixa em nosso ego;
  • A má compreensão do que é o evangelho não nos permite dar um verdadeiro testemunho de quem Deus é, quem somos e o que Ele faz;
  • A importância do evangelho bíblico nos leva a uma teologia bem fundamentada que nos impede de ser levado por qualquer vento de doutrina;
  • A má compreensão do evangelho faz com que as pessoas minimizem a mensagem para torná-la mais aceitável aos olhos do mundo;
  • O verdadeiro evangelho exige de quem ouve uma resposta diante da mensagem que lhe foi exposta.
A carta aos Romanos é a mais rica e abrangente declaração de Paulo sobre o evangelho. Esta carta é também a chave para o entendimento das Escrituras, já que aqui Paulo une todos os grandes temas da Bíblia, dentre os quais o fundamento da mensagem do Evangelho: a justificação pela fé. Esta carta abre uma perspectiva para o entendimento de como todas as partes da Bíblia se ajustam de modo claro.  Nela o apóstolo trabalha sobre a justiça de Deus, sua bondade, soberania, graça, Lei, santificação entre outros temas. Após sua breve apresentação Paulo passa a apresentar o evangelho ao qual ele foi chamado a anunciar:

  1. A origem do evangelho é Deus (1.1b): Deus é a palavra mais importante na Bíblia. Ela é um livro acerca de Deus. A boa nova apresentada é o evangelho de Deus, os apóstolos não o inventaram, ele foi revelado e confiado a eles por Deus (2Pe 1.20-21).  Esta continua sendo a convicção mais básica e primordial em que se baseia todo evangelismo autêntico. O que nós temos a repartir com outros não são, nem uma miscelânea de especulações humanas, nem mais uma religião a ser adicionada ao que já existe, na verdade, nem se trata de uma religião. É o evangelho de Deus, a boa nova do próprio Deus para um mundo perdido (Jo 3.16). Sem esta convicção, a evangelização perde todo o seu conteúdo, propósito e motivação.
  2. A  autenticidade do evangelho é atestada nas Escrituras (1.2): Para Paulo, o evangelho que ele prega não é original: é uma mensagem a muito anunciada, pois Cristo foi prometido pelos profetas (1Co 15.3-4). A Bíblia como revelação de Deus é a base de autoridade da mensagem que proclamamos. Porém, nem todos concordam com está afirmação. Muitos preferem fundamentar o Evangelho baseado na opinião de homens. Outros, no entanto, acreditam encontrar a verdade na sua experiência de vida, confiando em seu próprio coração. Contudo, a fonte que devemos ir para saber o que é verdadeiro é a Bíblia. Ela nos leva a convicção de quem Deus é e onde encontramos respostas para todos os dilemas da vida (2Tm 3.16). Portanto, é a Palavra de Deus que buscamos a fim de saber o que Ele nos disse sobre seu Filho, Jesus, e sobre as boas novas do evangelho.
  3.  A essência do evangelho é Jesus Cristo (1.3-4): A boa nova de Deus é Jesus.  Calvino declarou “apartar-se de Cristo, um passo que seja, significa afastar-se do evangelho”. Todo o evangelho está contido em Jesus Cristo: ele é o coração do evangelho. O próprio Cristo teve de mostrar a dois seguidores seus essa verdade (Lc 24.25-27). Toda mensagem do Evangelho gira em torno de apresentar a pessoa de Jesus como a solução para os pecados da humanidade.
  4. O propósito do evangelho é a obediência pela fé que nos leva a honrar o nome de Jesus (1.5-6): o propósito imediato ao proclamar o evangelho é levar as pessoas à obediência pela fé (“a obediência que vem pela fé” -NVI) que conduz a pessoa a glorificar o nome de Deus. Por sua vida de obediência a Deus, dando-nos assim o exemplo para que façamos o mesmo, Jesus foi exaltado sobre todas as coisas, merecendo receber toda honra, glória e louvor (Fp 2.8-11). A salvação que Deus proveu nos alcança mediante a fé em Jesus. E, como resposta de gratidão devo procurar viver uma vida de santificação, purificando-me a cada dia, praticando as obras que demonstrem a real mudança de vida operada por Deus na morte e ressurreição de Jesus. (Ef 2.8-10; 1Jo 3.2-3).
Conclusão
Ao analisarmos os argumentos apresentados por Paulo na carta aos Romanos, podemos reconhecer que no centro da proclamação do Evangelho estão as respostas para entender a mensagem da salvação. Existem muitas outras promessas advindas da resposta que você dá ao evangelho, mas todas elas devem levá-lo a crer (confiar) na Bíblia como revelação de Deus que o leva a ter fé em Jesus como seu único e suficiente Senhor e Salvador, e a partir daí, buscar viver uma vida que agrade a Deus glorificando o seu nome acima de tudo. O homem por si mesmo, está incapacitado de viver conforme a vontade de Deus. A única forma do mesmo alcançar a salvação e viver uma vida de santificação é reconhecer sua incapacidade e submeter-se a Deus por meio da fé na pessoa e obra de Jesus. O evangelho é boa nova, porque primeiro existe uma má notícia: somos pecadores e Deus irá julgar os nossos pecados. A boa notícia: Jesus morreu e foi ressuscitado para perdoar os pecados de todo aquele que se arrepender e nEle crer.

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