segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Orgulho e Vaidade - até onde vai a ambição humana?

Dubai vista do Alto
A torre de Babel foi uma grande torre construída na região da Babilônia por volta do ano 2420 a.C, aproximadamente 130 anos após o dilúvio. A cidade de Babel foi a primeira cidade descrita na Bíblia após o dilúvio. A palavra babel, derivada da origem babel, quer dizer “portão de Deus”. Uma outra curiosidade a respeito da palavra babel é que, na raiz da derivação desta palavra, está balal, que quer dizer “confusão, misturar”. Ninrode foi o primeiro homem poderoso na terra (Gênesis 10:8), era bisneto de Noé. Ele, durante seu reinado, fundou várias cidades, entre elas, Babel. O mais provável é que, Babel, tenha sido a primeira base de governo de Ninrode, onde iniciou seu reinado. E, curiosamente, ele foi o primeiro líder político-religioso descrito na Bíblia, após o dilúvio.

Essa Torre revelou três pontos importantes sobre a humanidade após a queda:

  • Orgulho: “Assim nosso nome será famoso e não seremos espalhados pela face da terra” (Gênesis 11:4). Pensamento egoísta, apenas na glória própria;
  • Rebeldia: “…e não seremos espalhados pela face da terra” (Gênesis 11:4). O que o Senhor disse foi exatamente o oposto (Gênesis 1:28; Gênesis 9:1);
  • Idolatria: A torre de Babel, marcou o início da idolatria. Um detalhe interessante é que a astrologia teve início na Babilônia (cidade de Babel). Alguns templos ainda existem em Ur e Ereque, na região de Sinear. São de tijolos queimados, como os que foram usados na construção da torre de Babel (Gênesis 11:3). Portanto, idolatria também esteve presente desde os primórdios da civilização.

A história de Babel é um exemplo de que até mesmo um bom projeto – como o de erguer uma cidade – pode se tornar pecaminoso se for feito por motivações erradas. Era necessário desfazer a construção egoísta e idólatra que foi erguida no coração. “Babel representa um monumento ao desejo humano perene de construir o nosso próprio reino à parte de Deus”. A torre de Babel é um reflexo do orgulho construído pelo pecado humano. Um monumento que revelou o desejo por reconhecimento e glória para si, longe de Deus e dos seus bons conselhos.

A Babel dos dias modernos

Construído na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Burj Khalifa tem impressionantes 828 metros de altura, superando em 320 metros o campeão anterior que fica em Taiwan. Tudo que se diz sobre essa estrutura gigantesca fica no superlativo. Além disso, é impossível pensar numa obra como esta sem correr o risco de se exaltar a capacidade do homem, que cada dia parece desconhecer limites para a sua ousadia. A torre de Dubai parece ser um tipo de reedição do espetáculo de Babel. Embora sejam sugeridos motivos plausíveis para a sua construção, como a busca para se atrair investimentos financeiros para a região e fomento do turismo, a torre de Dubai expõe a síndrome da altivez e da arrogância humana que motivou a construção da torre de Babel. O mesmo orgulho que inspirou os construtores de Babel parece ter infectado os construtores da torre de Dubai. O mesmo desejo prepotente de tornar célebres os seus nomes, tornar-se imortais, inesquecíveis, insuperáveis. A estratégia arrogante é a mesma; as justificativas se irmanam; é o complexo de superioridade humana gerando desafios às leis naturais, tendo não apenas o Céu como limite, mas Deus como concorrente. Babel foi apenas o começo das grandes obras erguidas para glorificar a capacidade humana. E a torre de Dubai é mais uma representação desse anseio arrogante. De acordo com os especialistas, o limite atual estabelecido para este tipo de construção é de 1, 2 quilômetro; mas a arrogância humana pode estender essa fronteira muito rapidamente. Porque o seu alvo continua a ser o mesmo de Babel: “Edifiquemos uma torre que chegue até aos céus” (Gn 11. 4).

Até onde vai a ambição humana?

Parece que o pessoal lá de Dubai realmente não cansa de “brincar” de Torre de Babel. A mais recente empreitada da cidade, que é conhecida pela sua megalomania e pelo calor insuportável, ao menos para os ocidentais, é o desenvolvimento de mais um projeto que alia ambição, poder, exibicionismo e muitos dirhams, um prédio de mais de 830 metros que deverá ficar pronto até 2020. O reinado do “Burj” tende a cair por terra, pois a empresa Emmar Properties já projetou um prédio maior, que ainda não possui um nome para chamar de seu, desenhado pelo famoso arquiteto neo-futurista espanhol Santiago Calatrava (profissional que idealizou o Museu do Amanhã, no Rio). A obra tem tudo para se tornar a maior sensação turística dos Emirados Árabes, com formas e desenho bem marcantes e traços inspirados em lírios e que lembram um minarete (torre de Mesquita), conferindo a autenticidade da cultura Islâmica.  

O projeto arquitetônico foi uma escolha pessoal do vice-presidente e primeiro-ministro do Emirados, o Xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum, em um concurso internacional, e tem como um dos objetivos ser um dos símbolos da Expo 2020, evento consagrado e que voltará as atrações de todo o mundo para Dubai daqui 4 anos. Dubai realmente se mostra forte e determinada quando o assunto é arquitetura arrojada e investimentos a fim de atrair cada vez mais turistas, porém é curioso que o novo “maior prédio do mundo” dos Emirados já nasça “ameaçado”, sendo que a Arábia Saudita anunciou para os próximos anos um arranha-céu com mais de 1000 metros de altura, a ser construído na cidade de Jeddah.

A história se repete

A história tem o hábito de repetir a si mesma. Não importa o quão avançado se torne o homem moderno, o mundo ainda parece cometer os mesmos erros do passado e deixar-se enganar pelas mesmas mentiras.

Quando o ser humano se coloca como "criador", ele faz com que qualquer coisa, moral ou imoral, se torne permissível.

A humanidade não aprendeu com os seus erros ao longo dos anos. O homem moderno continua tentando recriar a si mesmo e o mundo à sua volta, continua a dar ouvidos às mentiras da serpente. Com isso, ele não se torna nem um pouco diferente dos que pensavam, serem capazes de tomar o lugar de Deus, construindo uma torre para atingir os céus. A Torre de Babel é um lembrete de que, muitas vezes, nós nos afastamos do caminho que Deus quer que sigamos, e que precisamos estar atentos para não nos deixarmos levar pelo orgulho e pela vontade de sermos únicos, em vez de seguir a vontade de Deus.

 

Referências Bibliográficas:

https://gospellivre.com.br/torre-de-babel-e-o-desvio-de-proposito/

https://www.christianitytoday.com/ct/2023/may-web-only/torre-de-babel-genesis-orgulho-interpretacao-pt.html

https://padrepauloricardo.org/blog/a-torre-de-babel-e-o-desejo-de-tomar-o-lugar-de-deus

https://www.respostas.com.br/o-que-e-torre-de-babel/

https://creioeconfesso.blogspot.com/2010/02/torre-de-dubai-e-o-complexo-de-babel.html 

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