Por ser compreensivo
com nossa fraqueza, Jesus nos deu as verdadeiras palavras que temos de levar
conosco ao nos aproximar de Deus. Uma forma de oração que se torna o modelo e a
inspiração para todas as outras orações e que sempre nos leva de volta para si
mesma como a mais profunda expressão de nossa alma diante de nosso Deus. Para
apreciar corretamente essa palavra de adoração, devo lembrar que nas Escrituras
nenhum dos santos nunca se aventurou a se dirigir a Deus como seu Pai. A
invocação nos coloca de imediato no centro da maravilhosa revelação que o Filho
veio trazer de que seu Pai também é nosso Pai. Compreende o mistério da
redenção – Cristo livrando-nos da maldição para que possamos nos tornar filhos
de Deus; o mistério da regeneração - o Espírito, no novo nascimento, dando-nos
nova vida; e o mistério da fé – antes da redenção ser realizada ou entendida, a
palavra é colocada nos lábios dos discípulos para prepará-los para a bendita
experiência que ainda estava por vir.
O conhecimento do amor paterno de Deus é
a primeira e mais simples, mas também a última e mais sublime lição na escola
de oração. É no relacionamento pessoal com o Deus vivo, e na consciente e
pessoal comunhão de amor com Ele mesmo, que a oração se inicia. É no
conhecimento da Paternalidade de Deus, revelada pelo Espírito Santo, que o
poder da oração será achado para criar raízes e crescer. São na infinita ternura, compaixão e
paciência do Pai infinito, em sua amorosa disposição para ouvir e ajudar, que a
vida de oração encontra sua alegria. Na
verdadeira adoração o Pai tem de ser o primeiro, tem de ser tudo. Quanto mais
cedo eu aprender a esquecer de mim mesmo, desejando que Ele seja glorificado,
mais rica será a bênção que a oração trará. Cristo abriu a escola de oração
especialmente para treinar intercessores para a grande obra de atrair, pela fé
e pela oração, as bênçãos de Sua obra e amor para todo o mundo. Não pode haver
nenhum profundo crescimento em oração a não ser que isso seja nosso alvo. Assim a oração nos conduzirá à verdadeira
vida de filho. Entenderemos como o Pai e o filho é a mesma coisa, e como o
coração que inicia sua oração com o Seu devotado Deus terá o poder em fé para
expressar esse relacionamento. Tal oração, de fato, será a comunhão e o
intercâmbio de amor, sempre nos trazendo de volta em confiança e adoração.
Jesus deseja nos treinar para uma vida
abençoada de consagração e serviço, na qual todos os nossos interesses estão
subordinados ao Nome, ao Reino e à Vontade do Pai. Nossa oração deve ser que em
nós mesmos, em todos os filhos de Deus, diante do mundo, o próprio Deus revele a
santidade, o poder divino, à glória escondida do nome do Pai, de maneira que a
sua vontade se manifeste também aqui na terra, como é feita no céu. Porque a vontade de Deus é a
glória do céu, o seu realizar é a bem-aventurança do céu. À medida que Sua
vontade é feita, o reino do céu vem para o coração. E em qualquer lugar que a
fé aceita o amor do Pai, a obediência aceita a vontade do Pai. A entrega e a
oração por uma vida de obediência celestial é o espírito de oração de um filho.
Quando o filho primeiramente se rende ao Pai por causa de Seu Nome, de Seu
Reino e de Sua Vontade, ele desfruta as bênçãos vindas da parte de Deus. A
oração deve ser acompanhada pela entrega para viver toda nossa vida em santa obediência
à vontade do Pai, e na oração com confiança de que em tudo seremos guardados do
poder do maligno pelo poder do Espírito que habita em nós.
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