Vivemos
num mundo de desesperança: guerras, fome, tragédias, corrupção, doenças e a
morte. Para muitos não existe um futuro, algo em que se apoiar, colocar a sua
esperança. Porém, sempre existe um sinal de que algo vai mudar, se não fosse
assim, perderíamos completamente o sentido de viver ou de pelo menos continuar
tentando. Aquilo em que você deposita a sua esperança determina para o que você
vive e para quem você vive. Depositar a esperança no objeto ou na pessoa errada
pode levá-lo a frustração e ao desespero (e.g Bolsonaro – mito/ no antigo
Israel, Uzias era visto como a esperança para o povo, mas logo após sua morte,
Deus revela-se ao profeta Isaías mostrando a verdadeira esperança do povo: a
manifestação de Deus em trazer o sinal do Messias - Is 7.14). A esperança está
diretamente ligada ao desejo, isto é, aquilo que você quer que aconteça, ela é
um produto direto dos anseios de nossa alma. Aquilo que você anseia pode muitas
vezes ser a linha divisória entre um “coração doente” ou uma “alma satisfeita”.
A perspectiva é extremamente importante quando se considera o caminho para a
verdadeira esperança.
Uma perspectiva correta do futuro leva a
uma visão correta do presente
As
guerras, fome, tragédias, corrupção, doenças e morte podem levar-nos a
questionar a Deus na sua soberania e controle sobre todas as coisas. Quando
aquilo pelo qual você tanto busca não acontece, os anseios do coração podem deixa-los
confusos e ressentidos com Deus e sua forma de agir (Pv 13.12). Vai-se ficando
cada vez mais difícil ter gratidão pelas dádivas que nos são concedidas em meio
a tantas preocupações. Precisamos enxergar a vida do ponto de vista da
eternidade, pois quando assim o fazemos passamos a compreender o propósito de
Deus em meio a tantas lutas (2Co 4.17-18). Quando nossa perspectiva muda, tudo
muda. Principalmente quando consideramos a ideia da esperança eterna. Ao
considerar uma perspectiva adequada é imperativo considerar a eternidade, pois
ela vai influenciar os momentos que vivencio aqui e agora. Uma perspectiva
bíblica da eternidade traz implicações profundas para nossas experiências de
momento a momento.
Quais são as implicações de uma
perspectiva da eternidade no aqui e agora (1Jo 3.1-3)?
O apóstolo João, no último verso do capítulo
anterior, tendo declarado que todo aquele que pratica a justiça é nascido de
Deus, começa o capítulo 3 com uma exclamação expressiva de sua alta admiração
do amor de Deus em chamá-los de seus filhos, embora não sejam reconhecidos como
tais pelos homens do mundo, porque os homens carnais não têm noção justa do
caráter de Deus. Com isto, aprendemos que:
1.
A
plena certeza da salvação é fruto da graça e misericórdia de Deus (v.1): o
amor de Deus é tão grande que ele concede a criaturas caídas e depravadas, pecaminosas, culpadas e perdidas o privilégio de
serem chamados seus filhos. Mediante a fé exercida em Cristo,
Deus concede a graça da salvação tornando-nos parte de sua família desfrutando
assim, do seu caráter santo, justo e bom (Jo 1.12). A parte carnal e mundana da humanidade não está
familiarizada com nosso verdadeiro caráter, princípios e práticas, nossa
disposição e comportamento, nossos atuais privilégios e expectativas futuras;
e, por isso, não nos reconhece pelo que realmente somos, nem estimamos e
amamos, mas nos odeia e nos persegue; porque não conhecem O eterno e unigênito
Filho de Deus através do qual recebemos a adoção (Jo 1.11).
2. A revelação da graça mantém a esperança
da eternidade em nosso coração (v.2): pare e pense nas
implicações dessa promessa de ser um filho de Deus. Visto que podemos saber
qual é a nossa presente condição como filhos de Deus, isso nos dá uma
perspectiva de um futuro glorioso que será ainda melhor, embora ainda não
possamos entendê-lo completamente (1Co 13.12). O fato de que um dia veremos
Cristo face a face e teremos nossos corpos transformados para ser como o dele
deve encher nosso coração de alegria e confiança, banindo toda falta de
esperança, medo e preocupação (1Co 13.13).
3. O resultado da ação divina em revelar o
caráter do Pai através do Filho deve levar a busca da santificação (v. 3):
como consequência de sua nova relação com Deus, você deve viver uma vida pura
diante dEle e não mais sobre o domínio do pecado (2Co 7.1). Nessa busca pela
santidade, o verdadeiro filho procura refletir a imagem de Deus que, como Pai,
só quer o melhor para os seus filhos (Rm 8.28-29). Ao purificarmos o nosso
coração isso nos leva á prática adequada da obediência. Somos chamados para
substituir o pecado por uma vida reta nas áreas onde nós pecamos. Não haverá
esperança verdadeira sem a busca e a prática da obediência a Palavra de Deus.
Buscar a prática da obediência deve nos levar a focar no que Deus prometeu para
o futuro, mas cujos reflexos já posso vivenciá-los no meu presente. Isso nos
leva a ser semelhantes a Ele na prática do amor, do servir ao próximo, na
pureza dos pensamentos e justiça de nossas ações. Ser semelhante a Deus é viver
uma vida que glorifique o seu Nome na prática do amor a Deus e ao próximo. É
render-se ao seu Senhorio reconhecendo-O em todos os seus caminhos e decisões a
serem tomadas.
Conclusão
Então, qual é a sua
esperança? (e.g. o Brasil que eu quero). Qual é o futuro que você quer para sua
vida? A sua esperança está num país melhor, num relacionamento melhor, num
emprego mais remunerado, em filhos mais obedientes, na superação de um pecado
que o domina, em não estar ansioso, deprimido, irritado, a lista é
interminável. Muitos vivem suas vidas frustradas porque não alcançam o que
procuram, e não conseguem porque mantém uma perspectiva nas coisas terrenas,
naquilo que este mundo pode lhe oferecer. Vivemos em busca de recompensas
diante das exigências que a vida nos traz: ser bem sucedido, ser saudável, ter
filhos obedientes, encontrar um cônjuge perfeito, ter o corpo perfeito,
frequentar a melhor faculdade e a lista continua. Mas, quando você percebe que
não consegue se encaixar e nem alcançar tudo isso, resta-lhe apenas a
frustração. O desespero toma conta de seu coração. Contudo, existe uma saída,
em Jesus, você pode ser resgatado de toda essa tragédia e pressão. Quando você
passa a enxergar a vida de uma perspectiva bíblica, você percebe que a sua
jornada aqui é apenas o começo de uma eternidade com Deus. O valor transcendente
do evangelho eterno de Deus infundi uma esperança de uma realidade que está
além da nossa compreensão. Percebemos que a vida aqui e agora não se compara
com a vida que está por vir, e que mesmo nas situações mais difíceis podemos
aprender a descansar nAquele que tem em suas mãos o controle e o domínio de
todas as coisas. A paz que excede todo o entendimento conservará o seu coração
puro e sua mente focada em viver uma vida que glorifique a Deus.