segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Fiel até a Morte – Ap 2.10; At 14.22


Em pleno século 21, milhões de cristãos enfrentam hostilidade e perseguição religiosa pelo simples fato de seguir a Cristo. Essa intolerância acontece de várias formas: na política, na sociedade e, principalmente, na família. E as consequências da fé são, muitas vezes, prisões, agressões físicas e psicológicas, ameaças, perda de emprego, trabalhos forçados e até a morte. Como cristãos, discípulos de Jesus, somos chamados a viver pela Fé. A nossa confiança deve estar única e exclusivamente em Jesus, a nossa salvação vem somente por meio dele. Contudo, exercer essa fé, para muitos é uma questão de vida ou morte (literal). A liberdade que gozamos em nosso país, ou pelo menos no lugar em que estamos inseridos, não nos deixa ver a dificuldade que é viver pela fé em Jesus. Muitas vezes reclamamos quando somos criticados pelos nossos amigos e familiares que zombam de nós por irmos à igreja. Porém, muitos são perseguidos de maneira muito mais agressiva do que uma simples crítica, tendo que viver em segredo com medo das represálias.
DISCIPULOS OU SEGUIDORES
Infelizmente, parece prevalecer entre os evangélicos em nossos dias uma mentalidade de buscar apenas aquilo que me satisfaz, que me agrada. Influenciados por uma cultura e uma teologia do sucesso a qualquer preço. As pessoas buscam a igreja, da mesma forma que vão ao supermercado – Deus tornou-se mais um produto na prateleira religiosa das pessoas. Certa ocasião Jesus teve de fazer uma escolha entre ter cinco mil pessoas que o seguiam por causa dos benefícios que poderiam obter dele, ou ter discípulos, que o seguiam pelo motivo certo. Uma decisão entre muitos consumidores e poucos fiéis discípulos, na multiplicação dos pães narrada em João 6. A multidão queria proclamar Jesus como rei, mas Ele recusou. No dia seguinte, Jesus se recusa a fazer mais milagres, pois percebe que o estão seguindo por causa dos pães que comeram. Sua palavra acerca do pão da vida afugenta quase todos da multidão, à exceção dos doze discípulos. Jesus poderia ter sido feito rei e teria o povo ao seu lado. Mas, preferiu ter poucas pessoas que o seguiam pelos motivos certos a ter uma vasta multidão que o fazia por motivos errados. Preferiu discípulos a seguidores.
EXEMPLOS DA PERSEGUIÇÃO NA BÍBLIA
O AT nos conta sobre a vida de alguns profetas que foram lançados à prisão, que foram açoitados, apedrejados e mortos. Também o NT relata o mesmo da vida dos discípulos de Jesus, as primeiras testemunhas da igreja.
PEDRO - Morreu crucificado no ano 67 de nossa era. A tradição conta que ele pediu que o crucificassem de cabeça para baixo, porque se considerava indigno de morrer como seu Mestre. Ele escreveu: “Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis”. (1 Pe 4.12-19  )
ESTEVÃO - At 7.54-60 (morreu apedrejado)
PAULO - Paulo foi o maior teólogo, missionário e plantador de igrejas da história do cristianismo. Ele plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Ele enfrentou açoites, prisões, naufrágios e apedrejamento, mas jamais perdeu a fé nem deixou de glorificar a Deus no sofrimento. Consentiu no apedrejamento de Estevão e por causa de sua fé também foi apedrejado (At 14.19).
TIAGO - filho de Zebedeu, foi o primeiro dos apóstolos a morrer por sua fé. Foi decapitado à espada por ordem do rei Herodes Agripa I, por volta do ano 44 de nossa era.  (Tg 5.10 )
JOÃO - irmão de Tiago, ambos considerados “filhos do trovão”, e depois de andar com Jesus, ficou conhecido como o “discípulo amado”, foi exilado pelo imperador Domiciano, para a Ilha de Patmos a fim de trabalhar nas minas. Morreu aos cem anos de idade, sendo o único dos apóstolos que teve morte natural.
ANDRÉ - irmão de Pedro, foi crucificado em Ática, na Ásia menor. Até exalar o último suspiro, continuou admoestando seus torturadores.
MATEUS - o ex-coletor de impostos, pregou por quinze anos na Palestina, indo então para a Etiópia, onde foi morto à espada.
FELIPE - morreu na Ásia menor, enforcado num pilar do templo em Hierápolis.
TOMÉ - o incrédulo, veio a ser um dos maiores pregadores do cristianismo. Viajou muitíssimo, pregando nas regiões de Parta, Média, Pérsia, chegando até a Índia, onde morreu atravessado por uma lança.
MATIAS - o substituto de Judas, foi apedrejado e em seguida, decapitado.
MARCOS - foi arrastado pela ruas de Alexandria, no Egito, até morrer.
BARNABÉ - também foi apedrejado. Conta-se que os judeus zombavam dele enquanto sucumbia.
POLICARPO DE ESMIRNA - foi apunhalado quando estava amarrado numa estaca para ser queimado-vivo.
Estes são apenas alguns dos muitos que sofreram por causa de sua fé em Jesus (2 Tm 3.12).
EXEMPLOS MODERNOS
DIETRICH BONHOEFFER - Quando jovem decidiu-se seguir a carreira pastoral na Igreja Luterana, morreu enforcado aos 39 anos de idade.
MARTIN LUTHER KING - Pertencente à Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo, foi assassinado por conta disso.
JIM ELLIOT E 4 AMIGOS – mortos ao tentar evangelizar uma tribo indígena. Suas esposas deram continuidade ao trabalho.
COMPROMISSO COM DEUS - “Há muitas pessoas hoje que seguem a Cristo, porém poucas que são verdadeiros discípulos; muitas ansiando por conforto, mas poucas que suportam sofrimentos. Longa é a fila das pessoas que compartilham do banquete, porém curta é a fila dos que compartilham do jejum. Todos desejam tomar parte na alegria, mas somente uns poucos estão dispostos a sofrer pelo evangelho. Há muitos que seguem a Jesus até o partir do pão, mas poucos quando o momento é de beber o cálice do sofrimento.    Muitos que reverenciam seus milagres, poucos que seguem na indignidade da cruz”. (Thomas à Kempis)

CONCLUSÃO
MORTE DE PAULO - Houve um dia que o carcereiro romano recebeu um pedaço de papel com o nome de um prisioneiro que deveria ser executado. Ele levanta pega o pesado molho de chaves e a tocha em outra mão, sai andando pelo longo e escuro corredor até chegar a porta pesada de ferro que é a entrada da masmorra úmida e fria.  Com a tocha ele grita: prisioneiro Paulo. Lá no fundo, um velho responde: sou eu, eu estou aqui. Ele é acorrentado e arrancado da masmorra. Começa a percorrer aquele longo corredor até o local da execução. O soldado pergunta: quer dizer alguma palavra antes de morrer? Talvez o carcereiro pensasse que ele ia expor a sua mágoa e revolta. Mas o apóstolo Paulo levanta aos olhos aos céus e diz: “Ao Senhor Jesus seja a glória pelos séculos dos séculos”. Então colocou a cabeça na guilhotina e foi decapitado. Corpo para um lado e cabeça para outro. Tombou na terra como mártir e levantou no céu como um herói. Esse mesmo homem nos diz: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo”.
Talvez você se pergunte: fizeram tanto por Cristo e receberam este tipo de recompensa? Resposta: Não, pois a morte não foi o fim da vida deles. A Bíblia esclarece que a morte não é o final de tudo. E certamente, estes apóstolo de Jesus Cristo, juntamente com os salvos, irão se regozijar tanto com as maravilhas da Nova Jerusalém, que olharão para o passado, e ainda dirão: “Fizemos tão pouco para recebermos tanto.” Assim é com a vida de muitos que sofrem perseguição por causa de sua fé. Oremos para que Deus tenha misericórdia de nossas vidas e fortaleça a vida dos que sofrem perseguição por causa de sua fé em Cristo.




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