terça-feira, 3 de setembro de 2019

Uma questão de perspectiva - Salmo 42


As pessoas hoje são muito receptivas a ideia de que a depressão seja uma doença.  Somos bombardeados diariamente com esta mensagem. A tristeza é vista como uma dor desnecessária. Precisamos reconsiderar o valor que atribuímos à tristeza que experimentamos. Pessoas tristes hoje em dia são rotuladas como depressivas. Ser diagnosticado traz em si uma série de dificuldades. Faz com que a pessoa se sinta vítima da doença. O rótulo significa que o portador é um doente e não pode recuperar-se sem ajuda de medicamentos ou tratamento psicológico. O problema com a rotulação é que desistimos de procurar uma resposta para nosso sofrimento, apenas aceitamos que não há esperança para o nosso caso. O rótulo determina como reagimos, uma vez rotulados temos a resposta. Quando pensamos assim já não há mais esperança, sou um doente e vou ficar assim o resto da vida.
A Bíblia diz que a tristeza tem grande valor (veja 2Co 7.10).  Quando escolhemos olhar o sofrimento da perspectiva divina isso muda a nossa mente e as prioridades do nosso coração (veja Em 8. 28-39).
As frustrações resultado de expectativas e perdas produzem em nós sentimentos que revelam a idolatria do nosso coração (veja Mt 6.21-34).
O maior problema com os rótulos é que desistimos de procurar uma resposta para o nosso sofrimento. Mas, há uma esperança. A Bíblia diz que Jesus sabe de nossas tristezas e chora conosco (veja Hebreus 4.15-16). Quando nossa tristeza leva ao sofrimento, Deus o sabe e tem um plano. O plano de Deus para nossa tristeza será melhor do que qualquer solução que possamos buscar. Deus, por sua graça, intenta mudar nossas vidas por meio de nossas tristezas. Temos na Bíblia muitos personagens que sofreram perdas (José, Ana, Marta e Maria), porém, todos eles cresceram e amadureceram com suas perdas. Aprenderam a confiar em Deus e assim, o glorificaram e muitas bênçãos vieram como consequência.
A ideia que podemos mudar nossas vidas numa sociedade orientada por rótulos  desmistifica a ideia de que somos eternos doentes e não há cura para a depressão e outros males que afetam nosso humor. Para a sociedade geral, uma vez diagnosticado com problemas de humor nosso cérebro e nossas vidas nunca mudarão, a menos que fiquemos dependentes da medicação. É bom saber que pesquisas recentes revela que nosso cérebro pode mudar em resposta aos nossos pensamentos e atitudes (neuroplasticidade).
Por isso, a Bíblia, como Palavra de Deus diz que precisamos guardar o nosso coração e renovar os nossos pensamentos (veja Pv 4.23; Rm 12.2;  Ef 4. 22-24). A Bíblia nunca concordou com a ideia de que estamos condenados a manter o mesmo comportamento inadequado por toda a vida, principalmente por causa de nossa genética. Quando você reage a sua tristeza e reconsidera suas atitudes, há esperança para mudar.
Permitir que a tristeza nos conduza à mudança não é algo que possamos fazer sozinhos. A mudança começa em nossos corações quando abandonamos o auto interesse com a força que motiva nossas ações e emoções. Essa mudança se dá pelo poder da graça de Deus que opera transformando nosso coração (veja Jeremias 17.9-10). Quando reagimos as nossas perdas e frustrações levando nossos pensamentos a ter como motivo de alegria o “passardes por provações, crescemos e amadurecemos na fé (veja Tiago 1.2-4). Desta forma, podemos evitar complicar ainda mais as situações difíceis da vida com nossos pecados, quando aprendemos a confiar em Deus. Quando reagimos negativamente, permitindo que a tristeza venha a gerar amargura e ódio (por causa do sentimento de vítima), temos o privilégio de buscar o arrependimento, a confissão dos pecados e encontrar o perdão. E, neste processo de mudança dos nossos pensamentos, é Deus que graciosamente nos capacita a fazer o que precisa ser feito (veja Filipenses 2.13). Se você está enfrentando a tristeza e lutando com as perdas, há uma esperança; a tristeza segundo Deus conduz ao arrependimento e a esperança. A maior esperança que temos está no fato de que Deus por sua graça e misericórdia nos ter amado, dando nos o privilégio de sermos feito seus filhos pela fé em Cristo (veja João 1.12). E neste processo, Ele está trabalhando o nosso  caráter a imagem e semelhança de Jesus. Todo aquele que confiar em Cristo, um dia o verá e terá de seus olhos enxugado toda lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já as primeiras coisas são passadas [...] eis, que Ele faz novas todas as coisas (Apocalipse 21.4,5).
Você tem a escolha de viver debaixo de um rótulo e deixar que isto o prenda em um ciclo vicioso de vítima das circunstâncias, ou você pode escolher amar, servir e glorificar a Deus, mesmo em meios as lutas e sofrimentos.

Extraído e adaptado: Depressão e transtorno bipolar (Dr. Charles D. Hodges)

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