segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Uma vida irrepreensível (Jó 1.1)

significado bíblico de irrepreensível é aquela pessoa que não comete falhas, em que não se acha em sua conduta algo que mereça repreensão, censura, e que lhe coloque em descrédito.
Nós, filhos de Deus, precisamos ter uma conduta irrepreensível porque Deus nos enviou a este mundo para glorificar o seu nome através de nosso exemplo de vida! (Mt 5.16) Jó era este homem que vivia de maneira íntegra e irrepreensível desviando-se de tudo que era injusto e mal. Jó era um homem reto no seu proceder e na sua forma de viver. Reto também é sinônimo de irrepreensível na Bíblia (Pv 2.7), significa basicamente uma pessoa que vive corretamente, desviando-se de fazer o mal aos outros e que não se deixa influenciar pela corrupção deste mundo (Tg 1.27). 
No mundo que vivemos, contaminado por causa da queda, é difícil encontrar pessoas que possuam está características. As influências malignas, despertadas pelo desejo da cobiça têm levados muitos a se desviarem do caminho da retidão e da justiça. É muito difícil encontrar homens e mulheres de Deus que sirvam de exemplo de vida. Quando pensamos encontrar alguém, de repente, vem à notícia de que está pessoa foi levada pela cobiça, pelo poder ou pelo sexo. Existem muitos que aparentam ter uma vida correta aos olhos das pessoas, mas que nos seu particular escondem uma vida de pecados. Alguém já lhe fez essa pergunta: quem é você quando ninguém está olhando? Se respondermos com sinceridade, ficaríamos envergonhados das coisas que fazemos e que ninguém está vendo. Ser um homem ou uma mulher de Deus tem muito mais a ver com o caráter particular do que com seu desempenho público. 
Ser irrepreensível, conforme foi exposto acima, é ser uma pessoa que se pareça com Jesus Cristo, que reflita a sua imagem, que dê bom testemunho diante dos outros e que represente a sua igreja que deve ser santa, pura e imaculada. É importante ressaltar que “irrepreensível” não significa perfeito, pois para isso seria necessário que tivéssemos nascido sem pecado. O foco está no tipo de caráter íntegro que se erra, admite; se peca, confessa; se deve algo, acerta as contas; se ofende, busca a restauração do relacionamento (Pv 28.13; 1Jo 1.8-9). 
Veja que Jó constantemente oferecia sacrifícios a Deus pedindo perdão pelos seus pecados e de sua família (Jó 1.5). A pessoa irrepreensível não deixa pendências para que o inimigo possa usar contra ele. Não existe “fio solto” na sua roupa, de maneira que o inimigo possa puxar e deixa-lo desnudo. 
Em 1 Tessalonicenses 3.13 vemos que devemos nos manter santos e irrepreensíveis, isto é, longe da sujeira do pecado, sempre corrigindo nossa conduta, nosso modo de falar e nossos pensamentos, para que estejamos agradando ao Senhor em tudo, e assim, sermos achados irrepreensíveis no dia de sua Vinda. Sabemos que ninguém é perfeito, mas se formos como Cristo, nosso Senhor, evitaremos erros em nossa conduta nesta vida.
Então, ainda que não seja possível sermos perfeitos, se aprendermos continuamente com a Palavra de Deus, e caminharmos sempre corrigindo a nossa própria conduta, estaremos mais próximos de possuirmos uma vida irrepreensível, como a do Senhor Jesus (Sl 119.9-11; 2Tm 3.16-17). Ter uma conduta irrepreensível, obviamente, não é nada fácil; mas conseguimos alcançar isso com mais naturalidade quando temos um coração sincero para com Deus, vivendo de forma que o agrade em tudo, assim como Jesus fez (Jo 5.30).
Referências para estudo:
MERKH, David J. Homem nota 10. São Paulo. Editora Hagnos, 2015. 
FILGUEIRAS, Gabriel. O que é irrepreensível na Bíblia. Disponível em https://bibliaensina.com.br. Acesso em 25/11/2019.
NEE, Watchman. O obreiro cristão normal. São José dos Campos. Editora Fiel, 1996.


segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Qual a vontade de Deus (para minha vida)? - Rm 12.2


A carta de Paulo aos Romanos no capítulo 12.2 nos diz que a vontade de Deus é “boa, perfeita e agradável”. Mas, a pergunta que ainda fica no coração das pessoas que procuram compreender os propósitos estabelecidos pelo Senhor é: como posso conhecer a vontade de Deus para minha vida? Analisando a pergunta, creio que há um equívoco na busca por esse conhecimento que se refere a “minha vida”. Este termo remete a ideia de um coração centrado em si mesmo. Acredito que a pergunta certa a se fazer é: como conhecer a vontade de Deus? Feita desta maneira, podemos perceber que aqui há um coração disposto a aceitar a vontade do Senhor, segundo o seu propósito estabelecido na eternidade e que Ele na sua soberania e vontade vai usar minha vida para cumpri-lo (Ec 3.1; Rm 9.17-24; 1Tm 1.12-17).
Nossa própria vontade neste caso é neutra. Isto não significa que você não terá nenhuma preferência, mas que você está disposto a ir por qualquer caminho que Deus dirija (veja Gn 12.1-3). Isto só é possível para alguém que está envolvido em comunhão diária com Deus, porque não podemos levar-nos a nós mesmos à rendição. Deus deve fazer isto por nós, ou seja, o Espírito Santo irá nos orientar primeiramente na Palavra, e mostrar por meio das circunstâncias e usando pessoas revelando o caminho que devemos seguir. Apesar do Espírito Santo as vezes dirigir através das impressões sobre o coração (veja Isaías 30:21), nunca deveríamos tomar uma decisão baseados exclusivamente em sentimentos. Pois, o coração é enganoso e pode nos levar a caminhos obscuros, segundo nosso próprio desejo e vontade (Jr 17.9).
Há uma importante premissa para compreender a vontade de Deus Para aquele que está realmente procurando conhecer a vontade de Deus, haverá uma busca diária para conhecer a Deus. O assunto da orientação ou direção não é uma rotina semelhante a uma escada de incêndio, que invoca a Deus somente quando há uma grande decisão a ser enfrentada. É buscando dia a dia conhecer a vontade de Deus, por meio da oração e do estudo da Sua Palavra, que somos levados a uma situação de começar a conhecer Sua vontade até mesmo em relação aos detalhes de nossa vida diária (Sl 25.4,14; Pv 16.1-3). A fim de conhecer a vontade de Deus em sua vida, você deve primeiro conhecer a Deus (Jo 10.27).
Ao buscar a vontade de Deus você não deve ter nenhuma vontade própria no dado assunto. Se sua própria vontade estiver no comando, não lhe será de nenhum proveito conhecer a vontade de Deus, porque você não estará disposto a aceitá-la. Isto não significa que você não tenha suas preferências em relação ao que você está buscando, mas que você está completamente rendido a vontade de Deus que não importa o que aconteça você irá segui-la. Veja, por exemplo, o contraste entre o que Jesus queria (sua preferência) e qual era o plano de Deus para ele (a vontade divina) – leia Lucas 22.42. A despeito de Sua própria preferência, Ele pôde dizer: "Eu desci do Céu não para fazer a Minha própria vontade; e, sim, a vontade dAquele que Me enviou." (Jo 6.38).
Conhecer a vontade de Deus começa com conhecer a Deus, e a partir daí desenvolver um relacionamento de intimidade com Ele na sua Palavra, onde o Espírito Santo irá nos orientar a sujeitarmo-nos a Deus e assim, cumprir com seus propósitos estabelecidos, sendo desta forma, instrumentos nas mãos do Senhor para a glória do seu Nome. Apesar das minhas preferências, irei me render a vontade Deus mesmo que ela me leve para a morte (Mc 8.31-35; At 9.15-16; 20.24)


sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A convicção do chamado – o desabafo de um pastor (2Timóteo 1.12)

Durante a semana, durante as minhas devocionais, estive refletindo sobre o chamado de Deus para o ministério, em particular o meu chamado. E, como disse, a princípio havia muitas dúvidas em meu coração sobre o fato de ter sido chamado por Deus, ou simplesmente, isto ser uma decisão minha. É difícil falar sobre isso, pois a convicção de ter sido escolhido por Deus para o ministério é algo que se dá no mais profundo do ser, ou seja, é muito subjetivo. É preciso compreender que a vocação pastoral possui algumas características particulares em relação a escolha de um trabalho:
“Primeiramente Deus é quem chama, quem desafia o ser humano ao cumprimento da sua vontade, dessa forma entende-se o “chamado” como aquilo que opera essa vontade na história. O outro elemento importante neste processo é o ser humano, que é tocado pela presença da divindade, fazendo-o entender a sua vontade e levando-o ao cumprimento de uma missão.” (Wagner Buteseke)  
Os pastores precisam ter a certeza do plano de Deus para suas vidas. Esse plano se revela através do chamado para o ministério. Essa convicção ultrapassa o âmbito da escolha profissional; não é uma escolha baseada em um teste vocacional, mas é o reconhecimento de uma missão dada por Deus. A convicção de que o pastor foi chamado por Deus, e que isto não é fruto apenas de sua própria vontade, baseada em sentimentos que muitas vezes pode deixa-lo na dúvida de que está não foi uma escolha sua, é o que o mantém no ministério apesar das muitas dificuldades (BUTESEKE).
Diante disto, tenho plena convicção de que Deus sempre esteve dirigindo minha vida. Como disse, anteriormente, ao olhar para minha história, vejo a mão do Senhor conduzindo cada processo, cada decisão (por mais confusa que possa ter parecido no momento para mim) para que chegasse até aqui. Como disse o apóstolo Paulo – “Mas pela graça de Deus sou o que sou, e sua graça para comigo não foi vã.”
Sou grato ao Senhor, pela sua escolha soberana, sei que nesta jornada tenho muito que aprender; como Jeremias disse: “Ah! Senhor Deus! Não sei falar; não passo de uma criança.” E Salomão quando assumiu o trono: “Portanto, dá ao teu servo um coração entendido para julgar... para prudentemente discernir entre o bem e o mal.”
Deus criou uma grande variedade de serviços e realizações, nas quais encaixam-se as mais diversas vocações. O importante é ter certeza de estar fazendo o que Deus determinou (BUTESEKE).
Na vida podemos fazer muitos planos, mas o que prevalece é a vontade de Deus. Sujeitar-se a esta vontade é o começo para não desistir do trabalho que Deus tem preparado para nós. Há muitas motivações no coração do homem, mas Deus conhece cada uma delas. Assim, preciso obedecer e confiar meus planos ao Senhor, pois meus planos são limitados aquilo que conheço e a experiência que tenho, porém, os planos do Senhor são eternos. Enquanto vejo apenas o esta na minha frente, Deus revela e mostra aquilo que ainda está por vir (veja Atos 9.15-16 e compare com Atos 20.22-24).
Desta forma, tenho plena convicção de que Deus me chamou para o ministério e as dúvidas são resultado da minha insegurança, o que me revela a minha fraqueza diante das circunstâncias e minha constante necessidade de viver na dependência do Senhor – “A minha Graça te basta”, e isso é mais do que suficiente.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

A insegurança diante do chamado – o desabafo de um pastor (At 9.1-19)

Certo dia perguntaram ao famoso pregador Charles Haddon Spurgeon qual era o maior desafio do ministério pastoral. Spurgeon fez uma longa pausa e então respondeu: ‘o maior desafio do pastor é ser pastor.’
Nesta manhã de terça feira, 12 de novembro de 2019, meus pensamentos me levaram a refletir sobre uma importante decisão a tomar. Desde a minha conversão no ano de 1996, aos 17 anos, quando Deus pela sua Graça e Misericórdia concedeu-me a compreensão de sua Palavra, compreendi que precisava mudar. A princípio, a minha vontade de aprender e conhecer é o que me levou a buscar saber ainda mais sobre a Bíblia. Sempre fui uma pessoa religiosa, sempre quis entender a ideia de que nada neste mundo é por acaso, e que a minha vida tem um propósito maior do que simplesmente viver. Descobri que fui criado por Deus para o propósito de glorificar o seu nome e que Ele quer usar a minha vida para cumprir com seus planos. Porém, ainda havia muitas dúvidas em meu coração. Sempre fui uma pessoa ponderada e conservadora, nunca fui de arriscar, sair do convencional. Mas, ao longo de minha trajetória de vida cristã, Deus foi mostrando que andar com Ele, é viver pela fé. E a fé é algo que muitas vezes não compreendemos, pois ela nos instiga a crer apesar das evidências e circunstâncias, principalmente a que nos são contrárias. Se não fosse assim, não seria fé. Durante minha busca pelo conhecimento de Deus, entendo que Ele revelou seu propósito para mim. No início foi difícil, pois em meu coração perguntava se era uma escolha minha ou se Deus estava direcionado a minha vida. Olhando para trás, percebo que Deus sempre esteve no controle dirigindo minha vida. “Não fostes vós que mês escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça.” (Jo 15.16) Os trabalhos, as pessoas, as igrejas, os pastores, tudo estava me levando para o caminho de que Deus me chamou para o ministério. Ainda pesa em meu coração, dúvidas, mas creio que elas são frutos da minha insegurança, por ser uma pessoa ponderada e conservadora, que tem medo de arriscar, de sair do convencional. Assim, refletindo nesta manhã sobre a vida de um homem, escolhido e chamado por Deus para ser o maior proclamador, teólogo, pastor e missionário, penso que não há mais o que ficar se questionando. Estou falando do apóstolo Paulo, antes conhecido como Saulo, perseguidor da igreja, que no seu zelo e conhecimento, ainda que cego espiritualmente, achava que estava cumprindo uma ordem de Deus. Porém, diante da revelação que lhe foi dada, ele então, foi buscar o entendimento do que Deus tinha pra sua vida. Para mim, os desafios continuam, tenho plena certeza do que Deus quer da minha vida, só preciso exercitar a minha fé, como até agora, Deus tem me levado a fazer. Só peço ao Senhor que me ajude a descansar nos seus braços, pois sei que “ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte, o Senhor vai estar comigo”.  Sendo que ele não me deixou sozinho nesta caminhada, há família, pessoas, amigos, pastores e uma fiel esposa que Ele colocou ao meu lado para me auxiliar no trabalho que me tem dado.
Sou grato ao Senhor, pois sei que não mereço tanto amor. Minha gratidão a todos que tem me apoiado e ajudado nas horas de necessidades, sei que Deus “não se esquecerá da vossa obra, e do amor que para com seu nome mostrastes, pois servistes e ainda servis aos santos”.
O que me dá esperança é que “nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”.
Obrigado, e que o Senhor abençoe a todos!