quarta-feira, 31 de março de 2021
quarta-feira, 24 de março de 2021
Debaixo da Proteção de Deus – Salmo 91
Não são muitos os que se utilizam deste salmo como se fosse uma espécie de amuleto de proteção. Você provavelmente já deve ter visto em algum lugar uma Bíblia aberta neste salmo, possivelmente até empoeirada pelo tempo que está ali. Verdade é que, de nada adianta você ter uma Bíblia aberta no salmo 91 se não entender a verdadeira essência do seu significado. Sendo usado desta forma, ele não passará de um objeto de crendice popular que hipoteticamente traz proteção a vida da pessoa.
A estrutura deste Salmo no texto hebraico é muito evidente e
fácil de se reconhecer. Os versículos 1 e 2 apresentam um fato: Aquele que se
esconde em Deus faz declarações de confiança ao próprio Deus. O restante do
Salmo apresenta 4 argumentos pelos quais essa é uma verdade: 3-8; 9-10; 11-13 e
14-16. No texto hebraico, cada uma dessas seções começa com a conjunção ki, que neste caso significa
“pois, porque”, apresentando, assim, as razões, os fundamentos para a afirmação
dos versículos 1 e 2. Infelizmente algumas traduções em português omitem essa
conjunção que é fundamental para compreender a estrutura deste salmo.
V.1 - O Salmista está declarando a sua confiança em Deus e
ensinando os seus ouvintes a fazer o mesmo, pois vale a pena fazê-lo.
V.3-8: Esse Salmo é usado por muitos como uma promessa
garantida contra todo o tipo de mal. Esse Salmo contém promessas? Tenho certeza
que sim. Mas as promessas que têm, precisam ser colocadas no contexto de toda a
história da redenção. No momento que abrange o período do Antigo Testamento e
no momento em que vivemos agora, do já e ainda não, as promessas desse Salmo se
cumprem parcialmente. Às vezes Deus livra os seus servos milagrosamente, em
outras Ele permite que eles sofram e sejam martirizados, garantindo-lhes as
promessas deste Salmo para depois da morte. O livramento maior que nos foi dado
pelo Senhor, não está no fato de que não sofreremos com as adversidades deste
mundo, pois o próprio Jesus nos diz que neste mundo teremos aflições. Mas, a
uma certeza na vida daquele que crê e confia no Senhor e nas suas Promessas:
Jesus, também diz: tende bom ânimo, eu venci o mundo! E, em Cristo, nós também
somos mais que vencedores e nada pode nos separar do seu amor. Este é o consolo
maior que temos da parte de Deus, de que um dia Ele enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não
haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. (Apocalipse
21:4)
- Certamente,
ao final, Deus vai livrar aqueles que se abrigam nele.
V.9-10: Esses versículos não
apresentam uma razão nova, mas resumem o que o Salmo apresentou até aqui – Deus
é refúgio para aqueles que se abrigam nEle, que confiam na sua providência. O
tema de Deus como refúgio, esconderijo, torre forte, escudo, habitação, ou
seja, protetor, aparece em todo o Salmo. Revelando a total segurança daquele
que confia no Senhor e na sua Palavra.
V. 11-13: Aqui o texto apresenta uma nova razão do porquê
aquele que abriga no esconderijo de Deus pode declarar a sua confiança em Deus.
A razão é que Deus usa anjos para cuidar daqueles que lhe pertencem. Não estou
aqui, é claro, dizendo que você tem um anjo da guarda protetor específico em
sua vida como ensinam alguns místicos, e que se você orar para o seu anjo da
guarda ele vai te livrar. O livramento vem do Senhor e aqueles que nEle têm
essa confiança, anjos de Deus o guardam e livram do mal (Sl 34.6-8). Os anjos
são chamados de “espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que
hão de herdar a salvação” (Hebreus 1.14). Deus é louvado por conceder
livramento, em resposta às preces de Seu povo. A ideia dos anjos trazer o
livramento revela a sensação de Deus nos rodeando ou pairando sobre nós, portanto,
não há o que temer — até mesmo nas situações causadoras de maior
desespero.
V.14-16: A última razão que o Salmo
apresenta é diferente, pois nela, o próprio Deus é quem fala em primeira
pessoa. É algo comum no livro de Salmos, Deus se manifestar e falar ao coração
do salmista, trazendo-lhe conforto e direção para sua vida. Nesses versículos é
o próprio Deus quem promete libertação, resposta, sua presença na angústia (o
que deixa claro que o fiel passará por angústias), glorificação, longevidade e
salvação!
Como podemos ver, este salmo mostra a ação protetora de Deus
em diferentes ocasiões. Muitos têm alimentado sua fé e educado suas mentes
contra medos nada razoáveis e inúteis decorando e repetindo frequentemente este
salmo como se isso fosse de algum proveito. Quero que você entenda que este
salmo não contém “palavras mágicas” que produzem efeito por si só. Mas, dentro
de um relacionamento pessoal com Deus, o fortalecimento da fé que a leitura
dele (e da Bíblia em geral) pode produzir, além de nos tranquilizar e dar
segurança, abre caminho para que o poder protetor de Deus se manifeste em nossas
vidas. A segurança provém de uma busca pessoal por Deus, por um relacionamento
debaixo da proteção dele (“A pessoa que habita, traz a ideia de alguém que faz
do Senhor a sua morada, que procura segurança no Deus Altíssimo”), e não por
alguma espécie de “feitiço” ou “talismã” (coisas que, na verdade, Deus detesta,
veja Dt 18.9-12). Deus pessoalmente é onipotente, refúgio, baluarte, confiança
e segurança. Ele é quem guarda, sustenta e livra.
É impossível acontecer qualquer mal àquele que pertence
ao Senhor, as mais esmagadoras calamidades nada mais fazem do que encurtar
nossa peregrinação e nos aproximar mais
do Senhor. As dificuldades são bênçãos numa forma oculta. As perdas nos
enriquecem, a doença é um remédio, o desprezo do mundo é nossa glória, a
morte a porta do céu.
“Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda
comparação, na medida em que não olhamos para as coisas que se veem, mas para
as que não se veem. Porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não
se veem são eternas.” (2
Coríntios 4:17,18)
Extraído e adaptado
Uma chamada ao arrependimento – Jeremias 29.13-14
Cerca de 600 anos a.C., o profeta Jeremias fica sabendo que alguns falsos profetas na Babilônia enganavam os exilados que lá viviam com a mensagem de que muito em breve eles retornariam a Jerusalém. Jeremias sabia que este rápido retorno não ocorreria, pois o Senhor já lhe havia mostrado que 70 anos passariam até que Deus iniciasse o processo da volta do seu povo à terra de onde haviam sido levados à escravidão por Nabucodonosor(Jr 25:11). Em resposta a este perturbador evento Jeremias escreve cartas aos anciãos, sacerdotes e demais exilados os exortando que se preparem para uma longa estadia na Babilônia (Jr 29.4-6).
Notemos
que a revelação dada ao profeta não foi a de que o que ocorreu com Israel foi
algo inesperado e nem que Nabucodonosor agiu por conta própria, mas sim que foi
o próprio Senhor quem estava por trás do ocorrido. De fato, três vezes em
Jeremias o Senhor se refere ao rei babilônico não como um inimigo, mas sim como
um dos seus servos (Jeremias 25:9; 27:6; 43:10).
Em
tudo isso, podemos destacar a preservação da nação de Israel durante o
cativeiro como o principal motivo que o Senhor instruiu o seu profeta a se
comunicar com o povo, encorajando-os a manterem uma vida normal, ainda que em
uma terra estranha. De milhões de pessoas no seu auge, a nação de Israel
havia sido reduzida a poucos milhares nos dias do profeta Jeremias (Jeremias 52:28).
Aqui
vemos um princípio teológico de suma importância. Ao dizer aos cativos que: “na
sua paz vós tereis paz”, o Senhor nos ensina que durante os períodos de
provações na vida dos seus servos, devemos entender que o que está ocorrendo
não é por acaso e que existe um plano em andamento. Dentro deste plano a nossa
atitude deverá ser uma de adaptação, de procurar viver da maneira mais positiva
possível, principalmente quando o plano de Deus já nos foi revelado, como foi o
caso dos judeus durante os 70 anos de cativeiro. O apóstolo Paulo reflete este
princípio quando escreveu: “Não digo isto por causa de necessidade, porque já
aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre. Sei passar
falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou
experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter
abundância, como em padecer necessidade” (Fp 4:11-12).
Apesar
de tudo o que fizeram; das várias vezes que se rebelaram contra o seu Deus; e
apesar de todo o sofrimento que ainda teriam que passar em uma terra estranha,
o Senhor informa que tempos melhores viriam. O que podemos aprender com isto? Podemos
aplicar essa mensagem de amor divino para todo o cristão. O Senhor não se deixa
encontrar quando o procuramos de uma forma superficial, ou apenas de boca para
fora, mas apenas quando o procuramos de todo o coração (Jo 4.23-24).
Frequentemente
as pessoas apenas procuram a Deus quando estão passando por momentos difíceis,
mas assim que a situação melhora, Deus é deixado de lado e elas voltam a se
interessar pelas coisas que há no mundo (1Jo 2:15). Este tipo de
relacionamento, não impressiona a Deus, pois estas pessoas possuem uma mente e
coração divididos (Tiago 4:8).
Deus não se manifestará a elas, ainda que o procurem. Apenas quando o servo de
Deus se humilha e apresenta ao Senhor um coração contrito (Salmos 51:17), disposto a obedecer tudo aquilo que sair dos Seus lábios,
então certamente Deus se deixará encontrar.
v.
14: Neste verso, Deus revela algo fantástico sobre o seu relacionamento com
aqueles que o temem e que o buscam. A frase “e serei achado de vós”, literalmente pode ser
traduzida como “Eu me deixarei ser encontrado por vós”.
Provérbios
cap. 8 fala da sabedoria, como alguém que está clamando para que a procurem e
atentem para suas palavras e veja o resultado daqueles que a procuram de todo o
seu coração: “Feliz o homem que me dá ouvidos, velando dia a dia às minhas
portas, esperando às ombreiras da minha entrada. Porque o que me acha, acha a
vida e alcança favor do Senhor.” (Provérbios
8:34,35). Este verso 14 nos ensina que é o Senhor quem decide a quem ele ouvirá. Muitos entendem
erroneamente que Deus ouve a todas as orações, independentemente da pessoa que
a faz. Esta ideia errada soa como se Deus estivesse desesperado para conseguir
seguidores, algo completamente distante da verdade que é a grandeza do Criador.
Deus não precisa de nós, mas nós sim precisamos desesperadamente de Deus. Por
esta razão minha palavra para você nesta tarde, é que você se arrependa de seus
pecados, volte-se para Deus e ele se voltará para você. Clame, busque, façao
possível e o impossível para se achegar a Deus, o Caminho ele já nos mostrou, e
só existe um meio de nos aproximarmos de Deus, é através do seu Filho Jesus
Cristo, o qual a si mesmo se ofereceu para nos dar vida e vida eterna, para nos
dar esperança num mundo cheio de sofrimento e trevas.
domingo, 21 de março de 2021
O processo do método de Estudo Bíblico - 2Timóteo 3.16-17
Você alguma vez já pilotou um
avião? Creio que bem poucas pessoas possuem essa habilidade, mas imagine que
você está num voo e o piloto resolve entregar a direção nas suas mãos, apenas
te passando algumas orientações. Creio que, se você não for do tipo
aventureiro, nem mesmo se atreverá a pilotar o avião. Pois bem, voar exige
habilidades que levam tempo para se aprender e ainda assim, você precisará de
algumas horas de voo para adquirir experiência. Caso contrário, você estará correndo
um sério risco.
O estudo da Palavra de Deus
não é diferente. Aprender a fazê-lo é um processo que não acontece da noite
para o dia. Porém, existem muitos que não tem experiência nenhuma com a Palavra
de Deus e já são até colocados como líderes, não me admira que existam tantos
que abandonam a fé e pior levam outros a seguir por um caminho que não é
Palavra de Deus. Vou aqui fazer uma revisão do processo de estudo bíblico. Mas,
primeiro vamos definir o que um método de estudo bíblico envolve.
Comecemos definindo o termo.
Quando se fala em método, isso significa que tem uma lógica a ser seguida,
envolve dar certos passos numa ordem para garantir o resultado. Precisamos
entender que o estudo bíblico pessoal tem um objetivo muito específico – a
mudança de vida. Sendo assim, que processo levará a tal resultado? Como saber
que você atingiu a sua meta? Deixe-me acrescentar uma segunda definição, o
método tem a ver com a perspectiva de se tornar receptivo e reprodutivo. Isto
significa que você pode não apenas ser transformado pelo estudo bíblico, mas
irá impactar outras vidas para que sejam também. O estudo bíblico transforma
sua vida e como resultado o mundo também. E uma terceira definição, é você
passar a ter contato direto com a Palavra de Deus. Outras pessoas são
importantes neste processo de aprendizagem, porém, ao se aplicar no estudo
direto da Palavra, você terá a capacidade de poder ensinar a outros também e
não ficará dependente de que alguém faça isso por você.
Existem 3 passos que você irá
dar ao aplicar um método de estudo bíblico:
1º Passo - Observação: agora que você já
viu a importância de ler, estudar e meditar na Palavra, os benefícios que isso
trará para sua vida, bem como os custos envolvidos, você está pronto para
iniciar o processo. Neste primeiro passo você irá responder a pergunta: O que
estou vendo? Você precisa buscar 4 coisas:
Os Termos (palavras chaves
dentro do texto, aquelas que se destacam, por exemplo, no evangelho de João a
palavra que se destaca é a palavra crer). Estas palavras são os tijolos que
constroem o significado.
A Estrutura: a Bíblia não é
como um livro qualquer, pelo contrário, ela é uma biblioteca reunida num livro
só. Histórias que foram unidas e formam um compêndio que revelam o propósito
real pelo qual foram escritos (2 Tm 3.16-17). Neste ponto você precisa
atentar-se a gramática e a estrutura literária.
A Forma Literária: você já
deve ter visto a divisão da Bíblia nestas categorias (História, Profecia,
Poesia, Cartas, Evangelhos). É importante que você entenda a forma literária do
que está lendo, pois cada uma delas tem sua regra de interpretação, que por fim
irá afetar a sua aplicação.
A Atmosfera: isto significa
captar os cenários e sentimentos envolvidos no texto. Por exemplo, em
Filipenses 4.4, o apóstolo Paulo diz que devemos nos alegrar no Senhor, mas
você sabe qual era a situação dele quando escreveu isso? Aqui, você precisa
exercitar sua imaginação, tentar transportar-se para o lugar e buscar sentir o
que o autor estava expressando.
2º Passo - Interpretação: a observação
leva a interpretação. Aqui você responde a pergunta: o que significa?
Lembre-se, você está em busca do significado. Eis 3 coisas que você precisa
fazer:
Perguntas: se você quer
entender o texto, você precisa perguntar. Perguntas do tipo: quem, onde,
quando, porque, para que, entre outras irão te ajudar a encontra o significado.
Respostas: se há perguntas,
obviamente haverá respostas. Como disse, a observação te proverá dos tijolos
para a construção do significado. Por isso, é importante agir como um detetive
em busca de respostas na hora de observar o texto. Quanto mais tempo você
observar, mais pistas irá colher para poder interpretar.
Integração: é importante fazer
as perguntas que te tragam respostas, caso contrário, você ficará perdido numa
colcha de retalhos. A integração é o estágio onde se reconstrói o significado
de uma passagem após o desmanche para examinar os detalhes, é onde você junta o
quebra cabeça e descobre a verdade.
3º Passo - Aplicação: na aplicação você
irá responder a seguinte pergunta: o que isso tem a ver comigo, como funciona?
Vamos considerar duas áreas:
Como funciona para mim: é
fácil extrair da Bíblia lições para os outros, mas você precisa primeiro
aplica-lo a sua vida, pois, que autoridade você terá para dizer aos outros o
que você mesmo não prática?
Como funciona para outras
pessoas: a Bíblia tem implicações para a vida das pessoas. Assim como ela pode
transformar seu caráter, seu casamento, sua família, seu negócio, ela também
pode transformar a vida de outras pessoas.
Bem eis a revisão do nosso
processo de Estudo Bíblico:
Observação: o que vejo?
Interpretação: O que
significa?
Aplicação: Como funciona?
Vamos começar a nossa jornada.
quinta-feira, 11 de março de 2021
Um preço que vale a pena pagar – 1Timóteo 4.15-16
Anteriormente falei sobre a
importância de se ter um método no seu estudo bíblico. Lembrando que por método
refiro-me a uma estratégia em que você tem os meios necessários para tornar o
seu estudo mais produtivo e objetivo. Fiz referências aos benefícios de se ter
um método de estudo bíblico.
Neste Post, vou lhe falar sobre
os custos, ou seja, os que é necessário investir para tornar o seu estudo mais
produtivo. As riquezas de Deus são gratuitas, pois não fizemos nada para que
Ele nos abençoasse. Contudo, elas não são baratas, há um preço que já foi pago,
neste sentido não há nenhum mérito nosso. Porém, desfrutar dessas bençãos em
nossa vida, vai exigir de nós algumas coisas. Ao estudar a Bíblia, há muita
expectativa envolvida, e para você não ficar frustrado com o resultado, você
precisa desenvolver algumas atitudes:
Esforço: a Palavra de Deus não
produz seu fruto para quem é preguiçoso. Como qualquer conquista nesta vida, é
preciso ter disciplina. O estudo bíblico produz resultado proporcionalmente ao
investimento que você faz. Quanto maior o investimento, maior a recompensa. Um
dos investimentos que você precisa fazer está relacionado ao tempo – lembre-se:
muitos arrumam a desculpa de dizer que não tem tempo. Aqui, volto a frisar que
o problema é que priorizamos a agenda, quando deveríamos agendar as prioridades.
Quando você começar a perceber e obter os resultados do seu investimento, com
certeza você arrumará tempo para isso. Meu desejo é que o seu esforço seja
produtivo para que p tempo se torne um preço que você esteja disposto a pagar à
luz dos benefícios que você irá colher.
Conhecer e ter intimidade com
Deus: o propósito máximo do estudo bíblico é o conhecimento de Deus. A questão
é: você realmente quer conhecer Deus? Você busca isso com todo o seu coração?
Se você fizer isso, pode ter certeza de que será recompensado, pois Deus mesmo
promete na sua Palavra que se você o buscar de todo o seu coração, Ele se
deixará ser achado, e também que, quem o acha, acha a vida, e alcança o favor
do Senhor. Todos querem ser abençoados, mas será que estamos dispostos a buscar
diariamente Aquele que nos abençoa?
Transformação de vida: a Bíblia
não foi escrita para ser estudada apenas, mas para mudar nossas vidas. Mudança
de vida é o que procuramos, mas o crescimento espiritual exige comprometimento
com a mudança. Deus pretende nos conformar a imagem de seu Filho Jesus. Se este
é o objetivo, então, imagine o quanto precisamos mudar. Você está disposto a isso,
deseja realmente que Deus transforme o seu caráter e o conduza com a sua
Verdade?
Você está quase pronto para
começar e aceitar o desafio de ler, estudar e meditar na Palavra de Deus. Mas,
antes, nos próximos Posts, vou trazer algumas informações importantes para sua
jornada. À princípio, permita-me lhe dar duas sugestões:
Primeiro, estabeleça seus alvos:
o que você busca alcançar? Que necessidades precisam ser trabalhadas na sua
vida? Que atitudes precisam ser mudadas? Que hábitos precisam ser
estabelecidos?
Segundo, ajuste suas
expectativas: algo que sempre digo é – tenha altas expectativas, mas seja
realista, pois assim, caso a jornada não seja o que você esperava, não ficará
frustrado. Além do mais, isto é um processo, você não vai dominá-lo da noite
para o dia, é algo que leva tempo. O importante no estudo bíblico não é a
velocidade, mas a direção. O que importa é sua perseverança durante todo o
processo, se persistir conseguirá ver o progresso. Espero que você esteja
animado, pois vamos iniciar nossa jornada de viver na Palavra.
Extraído e adaptado do livro Vivendo
na Palavra (Howard e Willian Hendricks)
terça-feira, 9 de março de 2021
A importância de um método para estudar a Bíblia (1Timóteo 4.15-16)
Se você tem acompanhando os nossos Podcasts, já viu a ênfase que estou dando na importância da leitura, estudo e meditação da Palavra de Deus. Até agora, já falei sobre:
Os desafios que dificultam a leitura da Bíblia. - https://www.youtube.com/watch?v=IntDx-YYGM0
Por que você deve estudar a Bíblia? - https://www.youtube.com/watch?v=3BPQ0kWoGiY
Quais os benefícios de estudar a Bíblia. - https://www.youtube.com/watch?v=rXo2DLgNg5A
Será que podemos confiar na Bíblia? - https://www.youtube.com/watch?v=H1omAbT5h-4
Espero que você esteja
convencido da necessidade, bem como do valor de se envolver com a Bíblia de uma
maneira direta. Sou cristão a 25 anos e posso lhe assegurar que ler a Palavra
de Deus fez e tem feito toda a diferença em minha experiência e caminhada
cristã. Tenho certeza que o mesmo acontecerá com você. A Palavra de Deus
transforma e revoluciona nossa vida. Como já disse em Posts anteriores, ela é a
chave para o seu crescimento espiritual, sua maturidade e sua eficácia em viver
uma vida que glorifique ao Senhor.
Contudo, para se ter um estudo
bíblico efetivo, você precisa de um método – você não ensina alguém a nadar
simplesmente jogando a pessoa na água. É preciso, dar a ela a direção e um
processo para que gradualmente possa ir se desenvolvendo e adquirindo as
habilidades necessárias. Quando se fala em método, não é uma fórmula, mas sim,
uma estratégia que produzirá resultados concretos para o investimento que se
está fazendo, e isso exige tempo e esforço. Caso contrário, você pode até
começar, mas logo vai desanimar diante dos primeiros obstáculos que surgirem.
Quero apresentar a você os custos e benefícios de se usar um método. Deixe-me
primeiro falar dos benefícios:
Você precisa de algo que seja
simples e provado: uma das razões pelas quais as pessoas não se envolvem com a
Bíblia é que pensam que ela é muito difícil (neste caso, o problema está na
habilidade – não sei fazer). Verdade é que, muitos fazem dos Estudo Bíblico
algo mais difícil do que realmente parece. Se você tem um método (estratégia)
simplificada não importa se você é novo convertido ou já tem anos de vida
cristã, se você sabe ler, então poderá estudar a Bíblia. E com o tempo,
conforme você vai se aprofundando a sua habilidade vai aumentando, é como
aprender a nadar, no começo você fica no raso, mas conforme vai adquirindo
segurança, poderá ir para lugares mais profundos. Eis o segundo benefício.
Você ganhará um senso de
confiança em sua habilidade de manusear a Bíblia: não há nada como a segurança
que vem de um conhecimento direto da Bíblia, saber que você não está sendo
enganado ou algo está sendo ensinado de forma equivocada e até mesmo errada.
Muitas pessoas não pensam, apenas rearranjam seus preconceitos. Porém, é muito
diferente quando você conhece o que a Bíblia diz, onde diz e o que significa.
Isso irá liberta-lo da opinião popular -alguém me disse que era assim. Quando
você se aprofunda, o estudo bíblico o capacita a avaliar os pensamentos e
opiniões de outras pessoas. É impressionante ver como a Bíblia elucida os
pontos controversos da teologia criada pelos homens. Quando você tem um método
que te ajuda a trabalhar o texto bíblico e a entender o que ele diz, você terá
argumentos para avaliar o que outros estão dizendo.
Você irá experimentar a
alegria da descoberta pessoal: não há alegria maior do que quando você descobre
algo por si mesmo, a emoção envolvida o leva a ficar motivado com a descoberta
e ir cada vez mais fundo. No entanto, ainda assim, muitos não ficam empolgados
ao descobrir a verdade. Posso dizer por experiência própria, descobrir a Bíblia
e seus ensinos, é o que tem me levado a continuar firme e cada dia mais motivado
para querer saber mais.
Você irá aprofundar o seu
relacionamento com Deus: você já leu um livro em que na primeira oportunidade
de conhecer o autor, você não perderia isso por nada. O benefício do estudo
bíblico direto é que você irá querer conhecer ainda mais o Autor. Sermões,
livros, comentários entre outros podem ser ótimos recursos para o seu
crescimento espiritual, mas nada se compara a conhecer Deus diretamente. Um dos
grandes problemas que temos é que sabemos mais das Escrituras em termos de informação,
mas não conhecemos o Deus das Escrituras em termos de aplicação.
Deus tem preparado coisas
incríveis para você e a Bíblia é o meio usado por Ele para trazer isso até
você. Termino aqui com o seguinte texto para sua reflexão:
“...mas, como está escrito: Nem olhos
viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano que Deus tem
preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque
o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque
qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele
está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de
Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem
de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto
também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas
pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem
natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem
espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois
quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a
mente de Cristo.” (1
Coríntios 2:9-16)
Extraído e Adaptado do Livro Vivendo na Palavra (Howard e Willian Hendricks)
sexta-feira, 5 de março de 2021
terça-feira, 2 de março de 2021
Podemos confiar na Bíblia?
Certa vez um repórter perguntou
para uma romancista famosa: “O que há de errado com o mundo?” Sem hesitar, ela
respondeu: “O mundo nunca esteve antes tão desesperadamente à procura de
respostas cruciais, e também nunca esteve antes tão freneticamente comprometido
à ideia de que encontrar respostas é impossível. Parafraseando a Bíblia, a
atitude moderna é: ‘Pai, perdoe-nos, pois não sabemos o que fazemos – e, por
favor, não nos diga!’”
Um comentário muito perceptivo
para uma agnóstica. Muitos de nós queremos e buscamos um agir, uma resposta de
Deus, porém, não queremos a sua Palavra, pelo menos não da forma como Ele nos apresenta.
Sabemos o bastante para possuirmos uma Bíblia, mas não o bastante para
deixarmos que ela nos possua. Vivemos num mundo em que o único absoluto é que
não há absolutos, há pouco espaço para a autoridade da Palavra de Deus, como
está revelada na Bíblia. A pergunta que fica é: Será que podemos confiar na
Bíblia? Ela é digna de crédito? É determinante para os dias de hoje? Vejamos o
que a Bíblia fala a respeito de si mesma:
·
A Bíblia é uma unidade: Quando olhamos as
filosofias e psicologias modernas é difícil encontrar duas ou três autoridades
que concordem em qualquer assunto que a vida nos traz. Geralmente, isso quase
não acontece. A Bíblia, no entanto, situa-se em um destacado contraste. Ela não
é somente um Livro, mas um conjunto de 66 livros escritos num período de 1600
anos por 40 escritores de uma ampla variedade de épocas e culturas. Contudo, a
Bíblia é uma unidade. Cada livro, seção parágrafo e versículo operam juntamente
para revelar a verdade de Deus. Por isso, ela é melhor entendida quando a lemos
como um todo e não apenas parte dela.
·
A Bíblia é a revelação de Deus: ela se
apresenta como a verdade revelada por Deus (Toda a Escritura é inspirada por Deus - 2Tm 3.16). Nela Deus revelou coisas que de outra maneira jamais
ficariam conhecidas. Ela é a verdade totalmente consistente, nunca
controvertida, comprometida ou contraditória em suas partes.
·
A Bíblia é inspirada por Deus: o grande
teólogo B.B. Warlfied disse: “A Bíblia é a Palavra de Deus de tal maneira que
quando a Bíblia fala, Deus fala.” Chamamos a Bíblia de Palavra de Deus porque
ela é realmente as próprias palavras que Deus queria comunicar (Porque a palavra
de Deus é viva, e eficaz - Hb 4.12). Alguns tentam
argumentar que da mesma forma que a Bíblia foi inspirada grandes artistas e escritores
também o são. Porém, a ideia de inspiração que a Bíblia nos traz, é muito mais
do que um lampejo, um insight. Inspiração bíblica transmite a ideia de Deus
exalando as Escrituras (sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura
provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia
foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de
Deus, movidos pelo Espírito Santo. - 2Pe
1.20-21). Aqui entra o papel do Espírito Santo superintendendo a escrita. Deus usou
sobrenaturalmente pessoas sem comprometer a perfeição, a integridade ou a
pureza de sua Palavra. Os autores humanos foram guiados em sua escrita para ir
aonde Deus queria que fossem e para produzir o que Deus queria que produzissem.
Enfim, o texto da Bíblia não é a contemplação dos homens, mas um produto
sobrenatural, a própria Palavra de Deus.
·
A Bíblia é inerrante: para ter autoridade
a Bíblia tem que ser verdadeira, ou seja, sem erros. Inerrância significa sem
falhas ou erros na escrita original. Isto é algo difícil para os nossos dias,
nossa tendência relativista nos diz que não existem absolutos (a não ser quando
esse absoluto se refira a minha verdade). A verdade é que as Escrituras tem
resistido ao longo do tempo e as descobertas científicas e arqueológicas tem
comprovado isso. A Bíblia dá testemunho de sua inerrância (Pois toda carne
é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai
a sua flor;
a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente.
Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada. - 1Pe 1.24-25).
Inerrância significa que temos uma Bíblia completamente fidedigna, confiável e
sem erro em sua forma original.
Nelas nós encontramos as respostas
que precisamos para os dilemas e problemas que o mundo passa e também a direção
que nossas vidas precisam.
Extraído e adaptado do Livro Vivendo na Palavra (Howard
e Willian Hendricks)