quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Chamados a orar e a agir - Neemias 1

A oração move o coração de Deus, assim como Deus move nosso coração a Ele. Falar com Deus é um privilégio, pois estamos nos dirigindo ao Criador e Senhor de tudo e de todos. Quando enfrentamos grandes problemas que estão além das nossas capacidades de agir e encontrar uma resposta, só podemos acreditar que um poder acima é que pode nos ajudar, então oramos. Na Bíblia temos a história de um homem que ao receber a notícia de como estava seu povo, recorreu a única coisa que poderia fazer naquele momento - orar. Este homem enfrentou uma situação que lhe era grande demais. Na sua atual condição, longe de casa e sendo servo, sentia-se impossibilitado de ajudar. Por essa razão, voltou-se para aquele que era o único que poderia lhe ajudar. Através de seu exemplo podemos ver como a oração é a força mais eficaz que temos quando nada podemos. Ao lermos a oração de Neemias, vemos que a oração eficaz é precedida de conhecer Deus e sua Palavra, bem como a necessidade para a qual nós oramos. Quando Hanani e alguns de Judá vieram ter com ele, Neemias lhes perguntou qual era a situação do povo. Para esta pergunta geral, ele recebe uma resposta específica (v.3). Ao saber disso, Neemias é levado a orar, ele chora e lamenta pelo povo por alguns dias (v.4). Além disso, ele jejua em favor de seu povo. Neemias mantém segredo de sua atitude, até que o rei nota uma mudança em sua fisionomia (Ne 2.1-2).

Uma oração que produz resultados – colocando-se na brecha

Com Neemias aprendemos alguns princípios que devemos ter em nossa vida e oração.
  • O reconhecimento do Senhorio de Deus e de sua misericórdia (v.5): O reconhecimento do senhorio de Deus, tanto inspira fé, como cria temor. Um temor que não é sinônimo de medo e, sim, de respeito, reverência e profunda consciência do dever da obediência a Deus. Neemias focaliza seus pensamentos na grandeza de Deus e na sua fidelidade (Lm 3.22). Fazendo isso, quanto maior Deus se torna para ele, menor se torna o seu problema. A oração de Neemias se baseia em Deus e na sua Palavra. Sua oração revela o seu conhecimento da Palavra e como a Palavra fazia parte de sua vida. Em sua oração ele louva Deus pelo seu caráter e fidelidade para com os que o temem e o buscam. Neemias é perseverante na sua oração. Sua atitude é baseada no fato de que Deus responde a necessidade de seu povo, quando este clama a ele e se submetem a sua autoridade. Neemias foi persistente na sua oração até obter a resposta favorável de Deus (Mt 7.7-8). Ele sabia que quando Deus age nada pode impedi-lo (Jó 42.2; Mt 19.26). A oração não apenas coloca nossa vida em conformidade a vontade de Deus, mas também nos prepara para receber a resposta. Á medida que nos conscientizamos dos propósitos de Deus, nossa confiança fortalece nossa esperança para nos dar a certeza da resposta que Deus nos dá (1Jo 5.14-15).
  • O reconhecimento de quem somos e a necessidade da confissão (v.6-10): Neemias focaliza seus pensamentos na natureza de Deus e sabe que existem barreiras no seu relacionamento com Ele. Para que a oração tenha efeito é preciso que aja confissão de pecados (Sl 66.18; 1Jo 1.8-9). Neemias reconhece que a situação do povo é fruto da desobediência deles. Mas, ele não culpa seu povo, pelo contrário, se coloca na mesma posição que eles. Neemias admite que não há méritos neles (incluindo a si mesmo), mas sabe que Deus provê o que é necessário para a restauração da nação.
  • Um coração disposto para Deus usar (v.11): aqui aprendemos que a oração que fazemos em favor de outros, muitas vezes, somos nós mesmos a resposta que Deus quer usar. Ao tomar conhecimento da situação Neemias assumiu a responsabilidade de não apenas orar, mas colocar-se a disposição para agir. Através da oração Neemias teve uma nova perspectiva do problema e foi levado a restabelecer suas prioridades. Ele veio a entender o seu papel na solução do dilema do seu povo. Descobriu que era parte vital como meio pelo qual Deus iria atingir os propósitos pelos quais ele estava orando.

Referência Bibliográfica: SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. Editora CPAD.

A oração eficaz e seus objetivos (Mateus 7.7-8: Tg 4.3)

Qual é o segredo para que uma oração seja atendida? A oração eficaz tem seus objetivos, e ela é eficaz justamente porque porque o propósito pelo qual se ora é elevado, santo e justo. Quando oramos baseado em nossos próprios interesses, levados apenas pelo desejo de sermos atendidos naquilo que buscamos, isso só revela nosso coração egoísta. A oração que sobe a Deus é a oração que tem como objetivos, o que interessa ao céu. Foi assim que Jesus nos ensinou: “Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mt 6.10). A oração eficaz é aquela que a pessoa abre mão de seus direitos e tem como objetivo a vontade de Deus na terra. É a oração de quem tem o coração humilde de quem está diante do Rei e como servo está ali para servir e dizer: “Senhor, eis-me aqui, faça-se a Tua vontade em mim.” e não do tipo: “Senhor, eu quero e determino que me concedas o que estou pedindo.” Novamente, faço menção de Elias e sua oração diante de Deus, pois ela nos traz ensinos importantes de como devemos proceder em nosso relacionamento com o Senhor. A oração de Elias foi respondida porque tinha os seguintes objetivos:

  • Ele orou para que Deus fosse reconhecido como Senhor e Salvador (1Rs 18.36): No meio de tantos ídolos, o povo não sabia mais quem era o Deus de Israel. É espantoso pensar que o ser humano, mesmo diante da revelação de Deus na sua Criação seja capaz de se apegar a ídolos vãos criados pela sua própria mente para satisfazer os desejos de seu coração (Rm 1.20-23). Elias orou: “Que eles saibam que Tu és Deus em Israel.”
  • Elias orou para que o povo o reconhecesse como servo de Deus (v.36): a oração de Elias não tinha como objetivo mostrar que ele era um grande profeta, mas um servo a serviço do Rei. É quando nos colocamos no lugar de servos que Deus pode nos usar, e assim podemos fazer e executar o serviço do Senhor. O próprio Jesus se colocava como um servo a serviço da obra de Deus (Mc 10.45). É o servo que o Senhor usa. Mas alguns querem usar o Senhor em busca dos aplausos e da glória dos homens.
  • Elias orou para que o povo reconhecesse que ele agia segundo a Palavra de Deus (v.36): isso equivalia reconhecer que o profeta estava autorizado a proceder daquela maneira. É segurança para nós agirmos e falarmos segundo a Palavra de Deus, pois Ele zela para cumpri-la (Is 55.11). Quando pregamos a salvação é porque sabemos que o Senhor salva; quando pregamos a cura é porque sabemos que o Senhor cura, Ele tem o poder para fazer muito mais além do que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera para que dEle seja a glória. Sua Palavra é fiel e permanece para sempre.
  • A oração de Elias visava conduzir o povo ao arrependimento (v.37): Elias esperava que o povo se voltasse para Deus. A oração eficaz é despida de vanglória e egoísmo.

Todo mundo quer que suas orações sejam "eficazes", tanto que quando nos concentramos nos "resultados" das nossas orações, perdemos de vista o incrível privilégio que temos na oração. Orar de acordo com a vontade de Deus é em essência orar de acordo com o que Ele quer, e podemos ver a vontade de Deus revelada nas Escrituras. Elias orou e teve sua oração respondida, não porque fosse alguém especial ou com poderes sobrenaturais, pelo contrário, Tiago nos diz em sua carta: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.”  (Tiago 5:17,18). A oração eficaz é uma maneira de fortalecer o nosso relacionamento com nosso Pai no céu. Quando estudamos e obedecemos a Sua Palavra e buscamos agradar a Deus, o mesmo Deus que fez o fogo descer e consumir o holocausto na oração de Elias nos convida a ir corajosamente diante do trono da graça, e orar com a confiança de que Ele vai estender a Sua misericórdia e graça para nos ajudar em nossa hora de necessidade (Hebreus 4:16). 

 Referência Bibliográfica: SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. Editora CPAD.

  

Oração, Palavra e avivamento: “Aviva tua Obra Senhor” – Hc 3.1-6

A história da igreja mostra claramente que vez por outra ela atravessa períodos de marasmo espiritual, apresentando frieza, abertura ao secularismo, pluralismo e por fim uma quase letargia por falta de vida, poder, fervor e unção que só o Espírito Santo pode dar. Tal quadro torna-se ainda mais difícil quando os dirigentes da obra também se acomodam a esse estado anormal de coisas e não advertem, nem conclamam o povo para um completo retorno a Deus e à uma vida cristã normal, abundante, ativa, zelosa pelas coisas de Deus e acima de tudo cheias do Espírito.

No livro do profeta Habacuque é nos revelado uma situação exatamente assim (Hc 1.2-4). O povo andava esmorecido, e quando o povo esmorece na vida espiritual, enfraquece ou apóstata, o avivamento é a única solução. Como acontece em todos os registros bíblicos e históricos, também neste trecho em destaque, nos dias do profeta Habacuque, o avivamento dependeu de dois poderosos fatores — a Palavra de Deus e a oração (Hc 3.2). Ao ouvir a Palavra de Deus, o profeta pôde observar a distância que o povo estava de Deus; o enorme contraste entre os preceitos divinos e a vida moral e espiritual do povo de Deus. Quando as pessoas se afastam de Deus e de sua Palavra, elas ficam em trevas sem poder enxergar a verdade e insensíveis ao clamor dos seus profetas que protestam contra o pecado (Os 6.6; Rm 1.21). Avivamento significa trazer de volta a vida que está morrendo, reacender a chama que está se apagando. Apesar de hoje em dia ouvirmos falar sobre culto de avivamento, noite de avivamento, o que o profeta está pedindo, não é apenas um dia ou uma noite de despertar no povo, mas seu pedido refere-se a um despertar para Deus e uma vida contínua de entrega e submissão a Ele.  O profeta orou para que o Senhor avivasse a sua obra no decorrer dos anos e no decurso dos anos a fizesse conhecida. Quando o avivamento vem de Deus, todos podem conhecer, pelos seus efeitos, pois traz a solução de todos os problemas de ordem moral e espiritual, traz vida com abundância, gera frutos que redundam em justiça e paz. O verdadeiro avivamento é fruto do retorno à obediência à Palavra de Deus e a oração dos que o anseiam pelas bênçãos abundantes de Deus, e ela tem os seguintes resultados:

  • O manifestar da misericórdia de Deus (v.2c): A ira de Deus se manifesta contra o pecado, mas quando o povo volta a temer a Deus, a sua misericórdia se manifesta, pois Deus tem prazer na misericórdia (Lm 3.22-23).
  • A manifestação da Presença de Deus (v.3): o verdadeiro avivamento é Deus presente no meio do seu povo, e isto acontece sempre que damos o devido lugar a Deus, banindo de nossa vida e do meio da Igreja o que contraria a santidade de Deus (Js 3.5; Hb 12.14b).
  • A manifestação da Glória de Deus (Hc 2.14; v.4): os que se comprazem em um avivamento de aparências, incitam o povo a dar glória a Deus. Mas quando o avivamento é real e a glória de Deus se manifesta, o louvor é espontâneo, ele brota da alma movida pelo Espírito (Jo 4.23-24).
  • Abre o entendimento e manifesta o poder de Deus (v.5-6): O avivamento traz luz aos que estão nas trevas e poder aos fracos, para se libertarem e realizarem a obra de Deus. 

Oremos por um avivamento assim para que Deus desperte nossos corações e mentes para uma vida de intimidade e submissão, para uma vida de entrega e obediência. Oremos para que o Senhor desperte sua igreja e os olhos de seu povo que estão vivendo nas trevas, movidos por uma sociedade corrompida e sendo levados por caminhos escuros. Que a nossa oração seja: "AVIVA A TUA OBRA, Ó SENHOR".

Referência Bibliográfica: SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. Editora CPAD.

 

A oração que produz avivamento – 1Reis 18.30-34

Para desfrutarmos de uma vida abundante em nosso relacionamento com Deus é necessário estabelecer uma vida de oração contínua. A Bíblia diz que devemos orar continuamente (1 Ts 5:17). Em tudo que fazemos podemos nos lembrar de Deus e falar com Ele. Deus não está longe. Ele está junto de nós e quer fazer parte da nossa vida diária. Orar sem cessar é pedir a Deus para estar envolvido em cada momento da nossa vida e não somente buscá-lo quando dele precisamos para suprir alguma necessidade ou livramento que estejamos precisando. As provisões espirituais de Deus são necessidades mais urgentes que as bênçãos materiais. Se as pessoas se voltam para Deus apenas para buscarem o que elas desejam, ao conseguirem, logo voltarão para sua vida comum e ordinária e não irão experimentar o verdadeiro avivamento que vem de Deus. Muitos há que ao conseguirem obter o que pediram continuam em sua vida de pecados, tomando por certo que Deus irá perdoá-los, e outros que que irão se render apenas quando o Senhor pesar sua mão sobre suas vidas. É preciso atentar no que a Bíblia nos exorta: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo." (Hb 10.31)

As crises espirituais só são dominadas e vencidas, e desaparecem, quando há oração eficaz, caracterizada pelo reajuste com Deus, pela fé e pela oração oportuna. Vejamos pelo exemplo de Elias os aspectos da oração eficaz em relação ao avivamento.

  • É preciso restaurar o altar do Senhor (v.30): isso significa que para desfrutar da vida abundante é preciso reajustar a vida espiritual com Deus (At 3.19). A Bíblia nos ensina que a primeira e maior bênção de Deus é separar-nos dos nossos erros. muitos por mera intuição religiosa, rezam ou oram, fazem penitência, mas não se convertem dos seus erros. A regra para a oração eficaz de quem busca um aviamento para sua vida é orar tendo a plena certeza de quem tudo dependemos da graça de Deus para nos libertar de nossos pecados e nos levar a ter um relacionamento com Ele.
  • A confiança nas promessas de Deus (v.31): A oração eficaz não pode deixar de se basear nas promessas de Deus, pois elas são a base sólida, insubstituível da fé, e não há fé verdadeira à parte da Palavra de Deus (Rm 10.17). Para muitos a relação que tem para é que Deus é o ser de quem se pode esperar ajuda para tudo o que queremos fazer. Deus é, de fato, o infalível protetor de quem nos vêm todas as provisões para esta vida (Sl 23). Mas, muito mais do que isso, Ele é a nossa própria vida, tudo que somos depende dEle e tudo que temos vem dEle. Ele é o Senhor de nossa vida. Quando reconhecemos isto, podemos orar de modo eficaz, na certeza de que o Deus infalível que nos prometeu as riquezas do céu pelo Evangelho de Cristo, é também fiel para cumprir as suas santas promessas (Js 23.14). A oração eficaz nunca pode se separar da Palavra de Deus, no que diz respeito à fé e à obediência.
  • O altar precisa ser edificado (v. 32): nosso coração é uma fábrica de ídolos e há muito altares edificados para isso. Nosso coração precisa ser edificado no altar do único e verdadeiro Deus, precisamos confiar no único Nome dados entre os homens pelo qual somos salvos – o Nome de Jesus. A fé em Cristo e no nome de Cristo é de onde vem o poder para curar, libertar e salvar.
  • O sacrifício precisa ser preparado (v.33): a Bíblia nos ensina o valor do verdadeiro sacrifício. O sacrifício está internamente ligado à vida espiritual abundante, à oração eficaz, à fé verdadeira. Os que não estão dispostos ao sacrifício não poderão servir bem a Deus (Lc 9.23). O maior sacrifício já foi feito para que possamos ter vida com Deus e desfrutar da Presença de Deus. Em Cristo encontramos a paz e desfrutamos da paz, temos alegria perdão de nossos pecados. Nesta vida passamos por lutas e dificuldades, mas em Cristo somos mais que vencedores.
  • A fé é manifestada na vida daquele que crê (v.34): Elias orou com fé no Deus Todo-poderoso, e a resposta veio — o fogo caiu do céu e consumiu tudo. Glória a Deus! Isto é avivamento. E avivamento implica mudanças substanciais, transformações radicais, enfim produz mudança de vida.

Que nosso coração esteja voltado para Deus e se porventura nosso altar estiver em ruínas, restauremos na confiança em Deus e na sua Palavra, edifiquemos nossa vida na dependência do Senhor sacrificando nossos ídolos e manifestando nossa fé naquele que “por seu grandioso poder que atua em nós, é capaz de realizar infinitamente mais do que poderíamos pedir ou imaginar.” (Efésios 3:20)

Referência Bibliográfica: SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. Editora CPAD.

A natureza da oração eficaz – Atos 4.23-31

Vamos refletir sobre a natureza da oração eficaz, de maneira que possamos descobrir as práticas daqueles que perseveram em oração e desfrutam da vida abundante que Deus nos dá. A oração perseverante é aquela que revela o ardente desejo da alma de receber a benção do Pai Celestial. É a oração de quem sabe priorizar as coisas do Reino de Deus e que compreende que a vida de oração não deve ocupar um lugar nas categorias de sua vida. Essa oração revela o coração de quem busca o propósito de Deus e a expressão da fé que apela para Sua bondade e misericórdia com o desejo de receber o socorro em tempo oportuno. Temos vários exemplos na Bíblia deste tipo de oração e seus resultados, tais como: a oração de Ana (mãe de Samuel – 1Sm 1: inconformada com a sua impossibilidade de ter filhos, decidiu resolver o problema em fervente oração a Deus. Deus respondeu a oração e súplica de Ana e lhe deu o filho Samuel, que foi uma bênção para a sua geração. É o tipo de oração que se faz com coração quebrantado, ao qual Deus não despreza! (Sl 51.17).

A oração eficaz é feita de maneira regular e constante, gerando crescimento em nosso relacionamento com Deus. Ela também é feita na dependência do Espírito Santo que intercede por nós, pois nem mesmo sabemos como orar (Rm 8.26-27). Muitas vezes nossas orações tendem a ser orgulhosas, voltada apenas para nossos interesses e vinda de um coração egoísta. Quando oramos no Espírito, Ele nos guia e nossa oração passa a ser marcada de sabedoria. Vejamos aqui o exemplo da natureza da oração eficaz:

  • É feita em unanimidade de fé e propósito (v.24): quando muitos oram juntos, mas cada um ora segundo seus próprios interesses particulares, a oração se torna confusa. Orar com unanimidade é orar todos com o mesmo propósito, tendo em mente as promessas de Deus e em vista sua Causa.
  •  É baseada em Deus e nas suas Promessas (v. 25-28): as promessas são a base da fé que nos transporta ao trono da graça e nos abre as portas aos ricos tesouros das bençãos de Deus (2Cr 20.1-12). A oração que se apoia na sua própria força, ou é fruto da ansiedade ou apenas movida pelas necessidades é ineficaz.
  • É fruto da fé e da plena confiança em Deus (v. 29-31): eles não pediram que Deus os livrasse das tribulações, mas que estendesse Sua mão para fazer curas, sinais e milagres por intermédio deles e que lhes permitissem falar com toda ousadia a Palavra de Deus. Pediram o que era essencial para que o Evangelho triunfasse: pregação com ousadia acompanhada do poder de Deus. E como resultado dessa oração unânime, fundamentada nas promessas e de plena confiança em Deus, o lugar tremeu e todos foram cheios do Espírito Santo, e, com grande intrepidez, pregavam a Palavra de Deus, e o Senhor era glorificado.

A natureza da oração eficaz é orar com confiança e perseverança. É atentar-se as palavras de Jesus em Mateus 7.7-8: “Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e a porta vos será aberta. Pois todo o que pede recebe; quem busca acha; e, ao que bate, a porta será aberta.” A perseverança é proporcional ao nosso interesse pela causa sobre a qual oramos. Se buscarmos ao Senhor de todo nosso coração o acharemos, e Ele virá para nos abençoar e atender as nossas orações e súplicas por todos os santos e necessitados. Nossa fé será cada vez mais fortalecida e o Nome do Senhor será glorificado.

Referência Bibliográfica: SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. Editora CPAD.

 

 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Dia da Reforma Protestante - O Justo pela sua fé viverá!

Na data de hoje comemora-se 505 anos da Reforma Protestante (um movimento de reforma religiosa ocorrido na Europa, no século XVI). Lutero elaborou as 95 teses e fundamentou uma teologia que deu origem a novas denominações dentro do cristianismo. A insatisfação de Lutero, como mencionado, não tinha como objetivo promover um rompimento ou dividir a Igreja Católica. Ele queria apenas combater práticas que considerava inadequadas para que a fé católica pudesse ser reformada. No entanto, o processo iniciado por Lutero deu abertura para mudanças profundas em questões políticas e econômicas na Europa do século XVI. Ao longo da vida de Lutero, ficou estabelecido um princípio teológico conhecido como Cinco Solas, que são bases importantes para o protestantismo. São elas:

·        Sola fide (somente a fé);

·        Sola scriptura (somente e escritura);

·        Solus Christus (somente Cristo);

·        Sola gratia (somente a graça);

·        Soli Deo gloria (glória somente a Deus).

A ação de Lutero ainda influenciou outros movimentos protestantes na Europa, como o liderado por João Calvino, que originou o calvinismo, e o de Henrique VIII, que originou o anglicanismo. Com isto a Igreja Católica também reforçou a criação de seminários para aperfeiçoar a formação dos sacerdotes e procurou silenciar os protestantes por meio da Inquisição. Segundo a história, o principal texto que moveu Lutero foi Romanos 1.16-17, em especial a parte final do verso 17: “O justo vive pela fé”.

Uma das frases mais significativas da soteriologia neotestamentária, o justo viverá da fé, tem sua origem num pequeno livro profético da Bíblia Hebraica – o Livro do Profeta Habacuque. Trata-se de um texto extremamente importante para a compreensão do próprio livro de Habacuque e que depois também foi utilizado por Paulo e pelo escritor do Livro de Hebreus (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb10.38). No texto de Habacuque o verso fala primeiramente do ímpio (uma pessoa que não teme a Deus). A palavra veio direcionada em resposta as indagações do profeta em relação a situação em que a nação de Judá se encontrava (veja Hc 1.1-4). A parte final do versículo fala do justo. O texto diz literalmente que ele “viverá” pela sua “fidelidade”. É mais difícil especificar o significado exato de “viverá” aqui. Dentre as várias alternativas, no contexto, cabe a ideia mais adequada de “ser preservado, sobreviver”, já que estamos falando da invasão dos babilônios em Judá.

Não há dúvida de que no contexto original de Habacuque o sentido do termo é “fidelidade”. Na verdade, nem existe qualquer contradição da ideia, afinal de contas “fidelidade” é a maneira concreta de expressão da “fé”, termo mais abstrato. O pensamento hebraico trabalha com ideias concretas de modo que fé e fidelidade são as duas faces de uma só realidade. Como no juízo divino, na ocasião da queda de Judá, o justo seria preservado por sua fé comprovada (fidelidade de quem crê), agora também, com a vinda do Messias Jesus, o mesmo princípio que atuou em toda a história bíblica está em ação. A vida, em seu sentido pleno, tem prosseguimento e continuidade através da confiança e dependência de Deus, manifestada concretamente. 

Deve-se notar que quando o versículo é usado no N.T. está como um princípio imutável do relacionamento do Senhor com o seu povo, não como uma predição de acontecimentos na dispensação do N.T. Em Habacuque, a divina resposta tem a intenção de estimular a esperança e a confiança daqueles que são espiritualmente filhos de Deus, enquanto dedara o destino certo do poder mundial caldeu (Babilônia). O uso que Paulo fez da passagem parece destacar o significado de viver eternamente na graça de Deus, e não somente de sobreviver as circunstâncias adversas que podem vir sobre a vida do justo. É digno de nota que a raiz desta palavra já foi usada em Hc. 1:5 com o sentido de dar crédito à palavra ou promessa de Deus. O indivíduo tem de ser fiel a Deus, à palavra e à aliança de Deus. Ele deve confiar firme ou profundamente em Deus mesmo. A fé não é um mero consentimento para com uma proposição sobre Deus conforme revelada em Jesus Cristo, Seu Filho. É o oposto do orgulho que incha, da autoconfiança. É humildade diante de Deus, uma prontidão de se conformar com a Sua vontade. É uma convicção de que Ele não pode mentir nem falhar (Hc 2:3), uma dependência apesar das circunstâncias externas (Hc 3:17). Viver significa não apenas ter segurança ou proteção nesta vida, mas desfrutar a bondade divina, que é melhor do que a vida. É ser querido por Ele, objeto do Seu cuidado.

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo ensina com base neste verso de Habacuque 2.4 que, um princípio definido tem sido exposto nas Escrituras em relação ao relacionamento do homem com Deus e que este princípio opera mais definidamente no padrão legal do homem diante de Deus. Colocando o assunto em outras palavras, Habacuque estabeleceu um princípio através do qual a fidelidade, que é uma confiança humilde e inabalável na Palavra de Deus, foi declarada ser o instrumento que ocasiona o bem-estar e a segurança do povo da aliança. Paulo dedara que o mesmo instrumento é o meio de se alcançar a justificação diante de Deus. Fazendo assim ele não priva a ideia da fidelidade, ou da fé, do seu verdadeiro significado. Paulo, em comparação com Habacuque, alarga infinitamente o alcance da palavra “viver”, pois ele a aplica à vida futura, à esfera da salvação ou bem-estar eterno, distinguindo-a do bem-estar meramente temporal. 

A fé é o fundamento da vida cristã. Devemos confiar em Deus mesmo quando aparentemente as peças não se encaixam, pois Ele está no controle de todas as coisas. A lição é que o justo deve viver pela fé (Hc 2.4). Professar com muita determinação sua profunda fé em Deus a despeito de todo o sofrimento que se deve suportar. Quando uma nação era julgada pelos seus pecados, ímpios e justos sofrem, por isso devemos estar preparados para o pior. Apesar dos sombrios prognósticos futuros, descansemos em Deus, pois a fé deve ser mais forte do que as circunstâncias (Hc 3.17-19) e a prova disso é nossa fidelidade na promessa da salvação em Cristo e de seu governo vindouro (Ap 21.6-8; 22.7,12-13).

Referências Bibliográficas:

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/reforma-protestante.htm#:~:text=A%20Reforma%20Protestante%20foi%20um,de%20indulg%C3%AAncias%20pela%20Igreja%20Cat%C3%B3lica.

https://escolabiblicadominical.org/licao-09-habacuque-a-fe-como-forma-de-vida/

https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2016/06/interpretacao-de-habacuque-3.html

https://pleno.news/opiniao/luiz-sayao/opiniao-luiz-sayao-o-justo-vivera-da-fe-habacuque-24-no-texto-original.html

quinta-feira, 7 de abril de 2022

A oração eficaz – Tiago 5.17-18

Qual o segredo de uma oração eficaz? O que é preciso para que uma oração seja respondida? 

A oração eficaz está intimamente relacionada com a vida abundante que Jesus prometeu (Jo 14.13; 15.7; 16.24). Não há vida abundante sem uma vida de oração abundante. Alguém já afirmou que pouca oração gera pouco poder, nenhuma oração resulta nenhum poder, e muita oração gera muito poder; da mesma forma uma vida de oração abundante produz vida uma abundante. A importância de entender isso é fundamental, pois não basta orar, é preciso orar de modo eficaz; e a oração, para ser eficaz, não pode deixar de levar em conta as orientações ensinadas pela Palavra de Deus.

A base de uma oração eficaz está diretamente relacionada ao relacionamento com Deus: a eficácia da oração está relacionada com um coração sincero de obedecer a Deus e um desejo ardente de estar com Ele (Pv 28.9; 1Jo 5.14). Deus tem revelado claramente os seus propósitos para com os homens, não somente quanto à sua bondade, mas também quanto aos deveres da criatura para com o Criador.  

  • A oração eficaz tem a ver com a nossa submissão a Deus: Não é Deus quem tem de concordar conosco; somos nós que temos de nos submeter à sua Palavra, e habilitar-nos ao direito de todas as bênçãos prometidas (Jr 29.13). Deus nos atende por misericórdia, mas nós lhe atendemos por dever. Nós pedimos; mas é Deus quem ordena. O exemplo de Elias mostra um homem temente e submisso ao Senhor.
  • A oração eficaz é fruto da perseverança: o exemplo que Tiago usa para demonstrar a eficácia da oração é o exemplo de Elias. É a oração de quem contempla a vitória no plano de Deus. Certamente, muitas vezes Elias orou pelo povo para que Deus lhes falasse, chamando-os à conversão, para o caminho da obediência; e Deus com certeza falou. Mas o povo preferiu continuar na desobediência. Também é preciso entender que há tempo de orar com instância e há tempo de confiar com segurança. A oração eficaz é sempre acompanhada de fé e coragem para persistir diante de Deus, em atitude de quem não espera outra coisa senão a resposta na hora oportuna e a vitória certa pela providência do Senhor. Elias confiava em Deus a tal ponto de pedir algo que aos nossos olhos parece impossível e quando diante de um desafio, Ele orou tendo a plena certeza da resposta divina (1Rs 18.36-38).

Ao oramos, devemos estar confiantes de que Deus está nos ouvindo, e com um coração submisso e obediente esperarmos pela resposta segundo o querer e o propósito estabelecido por Ele(1Jo 5.14-15). Oremos com a fé que pode ser tão pequena quanto um grão de mostarda, mas que, se cultivada torna-se tão grande quanto uma árvore e gera muitos frutos. Deve haver força para persistir, pois urge fazê-lo com fé em Deus (Mc 11.22-24). Se fizermos isso experimentamos a certeza da vitória que só tem quem se aventura na jornada de oração e deposita sua fé inteiramente em Deus!

Referência Bibliográfica: SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. Editora CPAD 

quarta-feira, 16 de março de 2022

Uma palavra de apelo e revolta

 

Fonte da imagem:
https://www.tamoiosnews.com.br/noticias/cidades/dep-leticia-aguiar-pede-retirada-de-filme-de-pedofilia-da-netflix-e-punicao-aos-responsaveis/

https://noticias.plu7.com/194429/politica/globo-diz-que-nao-vai-cumprir-decisao-do-governo-para-tirar-filme-de-porchat-e-gentili-do-ar-censura/

Estamos vendo a cada dia a decadência da humanidade. Muitos dos valores que foram passados de geração para geração estão se perdendo e nos percebemos em meio a uma sociedade com valores invertidos, onde o certo e o errado se confundem, onde as pessoas desenvolveram a capacidade de aceitar o errado como certo ou simplesmente se omitir a perceber isso e a reagir diante de tais fatos.

“Tendo perdido toda a sensibilidade, ele se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza.” (Efésios 4:19)

A aceitação neste caso não vem para favorecer, mas para contribuir com a deturpação da ética, do conjunto de valores e princípios através do qual decidimos entre o que queremos, o que devemos e o que podemos fazer.

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem chamam mal; que fazem das trevas luz e da luz fazem trevas; que mudam o amargo em doce e o doce mudam em amargo!Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em seu próprio conceito!” (Isaías 5:20,21)

O mais triste diante desta inversão de valores dos dias atuais é que ninguém mais faz as perguntas básicas para discernir o certo do errado: Eu quero, mas eu posso? Eu devo?

"Todas as coisas me são lícitas", mas nem todas convêm. "Todas as coisas me são lícitas", mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. (1 Coríntios 6:12)

"Todas as coisas são lícitas", mas nem todas convêm; "todas as coisas são lícitas", mas nem todas edificam. (1 Coríntios 10:23)

As consequências negativas dessa inversão de valores surgem todos os dias. A começar pelos sustentáculos da sociedade que é o lar e a escola. Nos lares temos visto pais e mães que matam filhos, jogam pela janela, jogam crianças no lixo, fazem filhos de refém.

Em contrapartida temos filhos que matam os pais, fazem de refém, batem, fazem tortura física e psicológica. Se os valores não estivessem invertidos, esses mesmos pais protegeriam seus filhos de todo e qualquer perigo, lhes supriria todas as necessidades de atenção, amor, orientação, cuidados, educação.
Na escola que é o segundo pilar, o segundo sustentáculo, temos alunos agredindo professores e professores batendo em alunos , temos alunos matando colegas, enfim, temos o ambiente parceiro do lar na educação de um indivíduo transformado em um verdadeiro campo de guerra, onde o aluno não está mais seguro por estar em sala de aula e onde o professor perde o foco de educar e passa a agredir. 

A inversão de valores, vai além do ambiente familiar e além da escola, porque já está impregnada na sociedade e o pior é que os indivíduos que perderam os valores familiares, que desconhecem os princípios, a ética, a moral e a noção do que é ser um ser humano toma realmente o errado como certo.

“Porque, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, e o coração insensato deles se obscureceu. Dizendo que eram sábios, se tornaram tolos...” (Romanos 1:21,22)

A atual sociedade caminha numa busca por fazer valer os seus direitos, mas sem levar em conta o que é direito de outros. Fica claro essa posição, quando assistimos de forma banalizada cenas de filmes, novelas, séries de crimes terríveis contra a humanidade, de atitudes imorais e depravadas, relacionamentos distorcidos sendo considerados normais, além de insinuações indiretas e até mesmo diretas sugerido a prática de comportamentos que vão de encontro aos valores e princípios da ética e da moralidade. Tais práticas tem cauterizado a mente das pessoas de maneira que, os que não aceitam, repudiam e lutam contra essa perda de referencial são tachados como anormais, homofóbicos, intolerantes, preconceituosos, fanáticos entre outras coisas.

Pensando nisso, cabe a reflexão: qual será o comportamento e as consequências para as futuras gerações que hoje recebem todo tipo de informação, sem filtro, sem um referencial do que é certo ou errado, mas tudo é relativizado?

Nessa guerra por ideologias e filosofias de vida fora dos padrões éticos, morais e religiosos, e até ilegais, permeada pela quebra de valores e princípios, o ser humano se coloca no lugar do Criador. Faz o que pensa e até o que não pensa, distanciando cada vez mais e caminhando direto para a perdição eterna.

E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a um modo de pensar reprovável, para praticarem coisas que não convêm. Estão cheios de todo tipo de injustiça, perversidade, avareza e maldade. Estão cheios de inveja, homicídio, discórdia, engano e malícia. São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes, orgulhosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, desleais, sem afeição natural e sem misericórdia. Embora conheçam a sentença de Deus, de que os que praticam tais coisas são passíveis de morte, eles não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam.” (Romanos 1:28-32)

A Palavra é muito clara, o mundo caminha para o seu fim, a consumação de todas as coisas determinadas por aquele que as criou. Eis que a porta da oportunidade está se fechando e todos os que rejeitarem o chamado ao arrependimento, já estão condenados, apenas aguardando o Dia em que o Senhor assentado no Trono irá julgar a todos.

“Vi um grande trono branco e aquele que está sentado nele. A terra e o céu fugiram da presença dele, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, que estavam em pé diante do trono. Então foram abertos livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros. O mar entregou os mortos que nele estavam. A morte e o inferno entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo. (Apocalipse 20:11-15)

Texto extraído e adaptado

Fontes:

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-religiao-e-teologia/3572997

https://jornaldomomento.com.br/editoriais/o-mundo-contemporaneo-e-a-inversao-de-valores-na-sociedade/


terça-feira, 15 de março de 2022

A disposição Paternal de Deus – Isaías 63.16

Deus se apresenta de muitas maneiras na Bíblia, mas nenhuma delas revela tanto o seu caráter amoroso quanto o da figura de um Pai. Ele mesmo diz: “"Serei o Pai de vocês, e vocês serão meus filhos e minhas filhas", diz o Senhor Todo-Poderoso. (2 Coríntios 6:18) Contudo, aqueles que se fazem amigos dos costumes pecaminosos do mundo não podem desfrutar dessa intimidade com Deus. Pelo contrário, estes se tornam seus inimigos (Tg 4.4). Veja que, não é Deus que se torna inimigo, mas o homem se faz inimigo de Deus quando prefere andar em seus próprios caminhos, em vez de aceitar o convite amoroso de Deus. Aqueles que querem desfrutar da intimidade de Deus precisam deixar seus maus caminhos (Is 55.7). A desconfiança é própria do estado espiritual irregular do homem, que nos seus pecados perde a identidade de filho de Deus, pois deixa de refletir a sua Glória e Caráter. Quem tem comunhão com Deus, conhecendo-o na plenitude do seu amor, confia na sua bondade infinita e no seu poder e não vive cercado de temores e dúvidas; pelo contrário, exercita a graça vitoriosa que vem com a certeza de que não somente é filho, mas também tem intimidade com o Pai.

Nessa relação de paternidade, Deus tem dado infalíveis provas do seu amor e misericórdia. Assim como o pai do filho pródigo, ao avistar o filho perdido, corre-lhe ao encontro, abraçando-o e devolvendo a ele a dignidade de ser filho de Deus (Lc 15.20-24). Deus é o Todo-poderoso, mas aceita-nos como filhos pelo seu amor paternal e divino. A sua soberania inspira respeito, mas a sua bondade paternal inspira confiança. Deus na sua majestade e glória nos anima e encoraja a nos aproximarmos dEle com confiança e segurança. Na sua oração do Pai nosso, Jesus reforça essa confiança que devemos ter em Deus como nosso Pai, aquele que nos conhece e sabe exatamente do que precisamos (Mt 6.7,32). Portanto, todas as vezes que orarmos, estejamos certos de que nos dirigimos ao Pai celestial, que se deleita na intimidade que Ele mesmo faculta aos que, com sincero coração, se aproximam dEle. Deus se interessa em todas as nossas causas justas, pois nos ama.

O Deus Todo-poderoso que não conhece impossíveis; é rico e tem colocado as riquezas de sua graça à disposição de seus filhos por meio de Jesus (Ef 1.3). Em Cristo fomos abençoados com a graça de sermos salvos segundo o querer de Sua vontade, escolhidos pela sua bondade e selados pelo seu Espírito. Este é um privilégio doutrinário fortemente revelado e comprovado na Bíblia, e foi isto que Jesus ressaltou quando na oração que ensinou aos discípulos, disse: "Pai nosso que estás nos céus".

O segredo da oração eficaz é: ter o coração cheio do amor paternal de Deus. "Aba, Pai!" "Pai nosso, que estás nos céus". Quem pode dizer isso tem a chave para toda oração. É somente nossa distância do Pai que impede a resposta da oração. Por isso, aproximemo-nos com a ousadia que Jesus nos concedeu pelo sangue que foi derramado na cruz, na certeza de uma resposta baseada na Paternalidade infinita de Deus (Hb 10.19-23).

quarta-feira, 9 de março de 2022

A oração que Jesus ensinou - Lucas 11.1-4

Existem muitos livros que falam sobre oração e ensinam sobre oração. Muitos conhecem sobre oração, estudam sobre oração, mas não tem uma vida de oração. Na verdade, a vida de oração é como uma parte de uma fatia da vida da pessoa, em que ela tira um momento para isso. Com o tempo, isso se torna uma rotina e vai sendo deixado de lado, pois perde-se o desejo e o ânimo para orar.

Ao verem Jesus orar, os discípulos perceberam que a vida de oração de Jesus era muito mais do que um ritual, era algo que precisava ser feito. Jesus tinha intimidade com o Pai. Ele orava não por obrigação, mas por prazer e necessidade de estar em comunhão com Deus. A conhecida oração modelo que Jesus ensinou, o qual muitos utilizam como se fosse uma fórmula nos revela as coisas que devemos reconhecer em relação ao Deus a quem oramos. Basta uma simples observação e perceberemos que não poucos estão muito longe do padrão orientado por Jesus quanto à maneira correta de orar. Será que realmente sabemos como orar, o que orar, porque orar e o que seria uma vida de oração eficaz? Creio que devemos fazer como os discípulos: “Senhor nos ensina a orar.”

Quando não temos tempo para orar, é quando realmente precisamos orar. Quando não temos vontade de orar, é quando, precisamos orar. A oração é como um alimento que fortalece a nossa alma. Oramos muitas vezes por tantas coisas, e esquecemos do primordial, ter uma vida de intimidade com Deus. Ter Deus como Deus e não como um servo que está ali para atender nossas petições. Sem oração podemos até fazer alguma coisa nessa vida, mas nada que terá valor eterno. Sem oração, nossa vida acaba por se tornar infrutífera, os frutos que produzimos não serão suficientes, não teremos forças para resistir as tentações de satanás e cederemos facilmente as fraquezas de nossa carne. Os apóstolos que tanto ensinaram sobre oração, aprenderam a orar e fizeram da oração uma poderosa arma para vencer o mundo, a carne e o diabo.  Na oração ensinada por Jesus, ele mostrou-lhes como orar por suas necessidades relativas a esta vida e as necessidades espirituais relativas à vida com Deus. Na conhecida oração do Pai Nosso, Jesus não quer que a recitemos de forma decorada e nem mesmo de maneira mística, como se a oração por si só, tivesse poder. No Pai Nosso, Jesus ensina-nos o caminho para Deus e estabelece, de maneira mais íntima, os meios de comunicação e comunhão com Deus, através da confiança de filhos que se dirigem ao Pai celestial com intimidade e fé; por meio da convicção de sua bondade paternal, tal como é revelada nas Sagradas Escrituras; através da obediência que evidencia o nosso respeito a Deus, o reconhecimento de sua autoridade divina, reconhecendo a Deus como causa da existência e sobrevivência de todas as coisas. A oração do Pai Nosso externa o nosso propósito de viver para Deus, dando a Ele a devida honra e glória na esperança da eternidade. Não basta orar, temos de orar reconhecendo a Deus como Pai, para obedecer-Lhe, para confiar nEle como Criador e Senhor de tudo e de todos, para reverenciá-Lo como o grande e eterno Benfeitor, para nos entregarmos aos seus cuidados, sem temor. O que podemos aprender com a oração do Pai nosso?

  • Uma relação de Pai pra filho: Pai é a palavra para indicar o relacionamento de Deus com os homens, aos quais deu o direito de filhos, mediante Jesus Cristo. O direito de filho de Deus, em seu amplo sentido espiritual, foi franqueado a todos os homens, por intermédio de Jesus Cristo, mediante a fé, a todos os que o aceitam como suficiente Salvador.
  • Os direitos dados ao filho pelo Pai: O direito de filho de Deus está assegurado aos que recebem a Cristo como Salvador. Para os que creram e aceitaram a Cristo têm um direito especial assegurado em Cristo. O Novo Nascimento produz uma nova vida com base numa nova natureza, a natureza de Cristo mediante a Palavra implantada no coração pelo Espírito Santo. Os filhos de Deus pela fé em Cristo são novas criaturas para Deus que revela uma nova maneira de viver e agradar a Deus.
  • A convicção e a segurança de ser filho de Deus: “se alguém está em Cristo, nova Criatura é.” O verdadeiro filho tem plena certeza da sua redenção e filiação em Cristo que o possibilita a viver uma nova vida de entrega e submissão total a Deus. A nossa identificação com Cristo resulta na convicção de sermos filhos de Deus e participantes de sua natureza divina e herdeiros do Reino de Deus.
  • Intimidade e confiança de ser filho de Deus: Pai nosso, deve ser para nós a expressão da nossa confiança na disposição de Deus para conosco. Se o homem assumir a posição de filho de Deus, mediante a fé em Cristo, e a aceitação da sã doutrina, pode aproximar-se do trono de graça com confiança. O amor de Deus é a lei que regula a intimidade por Ele estabelecida para com os que o conhecem como Pai.

Se você ora e diz: "Pai nosso", não o faça de forma mecânica. Se você chama Deus de Pai, por conseguinte, obedeça-o e confie nEle. Que a sua oração seja não somente a expressão de sua fé, mas igualmente da sua comunhão com Deus, o Pai.

Referência Bibliográfica: SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. Editora CPAD.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O que está acontecendo com o mundo?

O que está acontecendo com o mundo? Será esse o tempo do fim? Estamos vivendo a era do Apocalipse descrito na Bíblia?

Estas são perguntas que permeiam a mente de muitas pessoas diante de tudo que temos vivenciado. De repente, tudo mudou, a vida já não é mais a mesma. Desde que foi decretado a Pandemia, tivemos que nos adaptar: isolamento, máscaras, morte e mais mortes, desempregos, negócios fechados, famílias destruídas...Meu Deus, onde isso vai parar? Parece que as coisas estão fora de controle. Quando parece que ia melhorar, vem uma nova mutação. E, agora, o rumor de uma guerra que traz insegurança e medo em relação ao futuro. O que fazer, em quem acreditar, onde se apoiar? Afinal, há esperança?

A história está seguindo o curso determinado. Por mais terrível que pareça a situação, isso já estava previsto. Aquele que se assenta no Trono e governa todo o universo, continua soberano e reinando conduzindo a história para o fim que está proposto. Desde a queda, com a entrada do pecado no mundo, iniciou-se um processo de degradação da humanidade, que em vez de voltar-se para o seu Criador, preferiu continuar no seu caminho de rebeldia, criando para si mesmo os seus próprios deuses, reflexos de sua própria imagem, agora distorcida pelo pecado. Criados para refletir a glória do seu Criador, só refletem as trevas que há dentro de si.

“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. (Romanos 1:21-23)

No entanto, existe uma saída, há esperança. Não mais neste mundo, mas no mundo que Deus tem preparado para aqueles que O reconhecem como seu Criador: "Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam." (1 Coríntios 2:9). Para estes, por mais dor e sofrimento que possam passar e suportar, carregam a esperança do Dia em que: Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. (Apocalipse 21:4)

Desde a queda, veio o juízo – E a Adão disse: Porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gênesis 3:17-19). Mas, antes uma Palavra de esperança: E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gênesis 3:15)

Toda a história gira em torno do Plano estabelecido por Deus na eternidade: O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;” (1 Pedro 1:20). No tempo certo, Deus manifestou e tornou conhecido a todos o mistério (aquilo que estava oculto): Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” (Gálatas 4:4,5).

Para os que confiam na Palavra de Deus e a tem como fonte de autoridade, a expectativa é de aguardar a restauração e o cumprimento dos propósitos divinos:

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.” (Romanos 8:18-25 )

A história não caminha sem rumo e nem está à deriva. Ela caminha para uma consumação, em que a vitória será de Cristo e da sua Igreja. O enviado prometido, o Messias, o Salvador, está assentado no Trono, reina absoluto e supremo sobre todo o universo, e chegará o dia em que voltará majestosamente para julgar as nações (Leia Apocalipse 5). Quando o Grande Dia chegar será colocado um ponto final na História. Devemos sim, estar atentos aos sinais, conforme, o próprio Cristo nos alertou: Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.(Mateus 25:13) e também: E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” (Mateus 24:4-8)

Se você está com seu coração temeroso e ansioso pelos acontecimentos que está vendo, Deus tem um convite e um chamado para você: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho. (Marcos 1:15). A mensagem não mudou, ela continua sendo a mesma: Arrependimento e Fé. A palavra de Deus diz: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. [...] Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Romanos 10:9-11,13).

Não espere, faça isso agora mesmo e receba a salvação que vem do Senhor. Não se apoie na sua sabedoria, não confie na sua força, não se vanglorie de seus méritos. Entenda que pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; (Efésios 2:8,9).

“E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.” (Apocalipse 21:5-7)

Pr. Fernando Maciel

 

 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Convicção e intercessão pelos irmãos a luz do evangelho (Fp 1.6-11)

O apóstolo Paulo tinha um carinho especial pela Igreja de Filipos, pois desde o início se dispuseram a colaborar com ele em seu ministério. Eis, inclusive uma das razões pela qual escreveu essa carta, agradecê-los pela cooperação ao seu ministério (Fp 1.3-4; 4.10,15-16). Depois de saudar alegremente aos filipenses, Paulo continua mostrando o seu zelo pela vida daqueles irmãos. Sua expressão de gratidão é intensa e contínua. Paulo expressa uma certeza de que esta obra que foi iniciada por Deus será terminada por ele – o evangelho que alcançou a vida dessas pessoas teria o seu fim completado tanto na prática do amor quanto na redenção e salvação de suas almas (v.6). A prova concreta desta certeza de Paulo está no fato deles se tornarem participantes do seu ministério na pregação do Evangelho, apesar das dificuldades e perseguições sofridas. Eles comungavam dos seus sofrimentos em cadeias por causa de Cristo apontando para um alvo comum: a promoção da glória de Deus por meio da pregação eficaz do Evangelho (v.7). Embora ele estivesse impedido de visitar a igreja, não estava impedido de orar por ela. Desta forma, o apóstolo intercede pela igreja e nos revela alguns princípios de alguém que ama a igreja de Jesus.

1.     A convicção da obra que Deus estava realizando na vida da igreja (v.6-7):  um dos elementos que contribuem para nossa alegria no Senhor é a nossa comunhão manifestada na cooperação no Reino de Deus (v.5). No sentido mais amplo, Paulo se alegrava que os filipenses eram salvos e, assim, parceiros com ele na propagação do evangelho (v.7). Suas participações foram através de generoso apoio financeiro para com o ministério do apóstolo (Fp 4.10,15-16). A segurança de Paulo em relação aos crentes de Filipos deve-se ao fato de que eles são fruto da obra de Deus. Paulo reconhece que o trabalhar na vida da igreja é de Deus, e o que Deus começa ele termina; não há possibilidade de falha ou cumprimento parcial na obra iniciada por Deus (v.6). Como comunidade unida na pregação todos participam da graça, da obra, da defesa e confirmação do evangelho, dos sofrimentos por amor a Cristo. Amor este que transborda na vida daquele que crê e que se manifesta na vida da igreja.

  1. 2. Um coração transbordante de amor pela igreja de Jesus (v.8): o apóstolo expressa um profundo sentimento de alegria e amor pela igreja de Filipos. Por causa de tudo o que ele viveu e de todo apoio que recebeu, ele não poderia ter pensado neles de outra maneira. Todos os crentes de Filipos, sem exceção, foram os objetos do grande afeto de Paulo, um afeto tão profundo e penetrante como o refletir do amor do próprio Jesus Cristo. O amor que Paulo sente pelos filipenses não é outro senão o mesmo amor de Cristo. O verdadeiro sinal de que somos discípulos do Senhor é o amor que devemos ter uns pelos outros (Jo 13.34-35).
  2. 3. Um coração que ora pelo crescimento espiritual da igreja para revelar a graça, a misericórdia e a glória de Deus (v.9-11): Paulo possuía uma grande paixão pelo desenvolvimento espiritual dos crentes sob o seu cuidado, e essa paixão não foi apenas manifestada na sua pregação, ensino ou cartas, mas vigorosamente em sua vida de oração (Ef 1.16-18); nesta mesma carta ele ainda acrescenta mais um motivo para orar pela igreja de Éfeso (Ef 3.14-19). Aos escrever aos Colossenses ele também fala sobre o motivo de sua oração por eles (Cl 1.9-12) e aos Tessalonicenses ele também afirma suas razões de orar por eles (1Ts 1.2-4). Em cada uma de suas orações, percebemos que ele não ora por suas necessidades físicas ou até mesmo pelo crescimento (numérico) da igreja. Não que isso não fosse importante, mas para Paulo as questões essenciais eram espirituais. Não há melhor indicador que nos revele o nível de maturidade espiritual de um cristão do que o seu crescimento espiritual e uma intensa vida de oração. Ele sempre orava intensamente pelo trabalho contínuo e poderoso do Espirito de Deus no coração e na vida daqueles a quem ele pregou o Evangelho. O apóstolo ora por 5 elementos que viriam a demonstrar o crescimento e o relacionamento da igreja de Cristo.

a. Crescer em amor: O verdadeiro crescimento da igreja não está na quantidade de pessoas que ocupam os bancos da igreja, mas quantas dessas pessoas realmente amam a Deus e ao próximo.

b. Crescer na excelência: O crescimento no amor mediante a aplicação correta da Palavra de Deus em nossas vidas nos leva a ter o discernimento necessário para que possamos viver uma vida de excelência para Senhor. Excelência esta que nos leva a compreender a boa perfeita e agradável vontade de Deus e submeter-se a ela.

c. Crescer em integridade: O crescimento no amor mediante o conhecimento e a revelação da Palavra nos leva a examinar nossas vidas na busca pela excelência em servir e viver uma vida que agrade a Deus até que Cristo volte.

d.  Crescer na prática das boas obras: O amor divino produz excelência espiritual, que produz a integridade, que produz boas obras. A ideia de ser cheio do fruto de justiça refere-se a algo que aconteceu no passado e continua gerando resultados. Com a nova vida que Deus nos deu através de Jesus nossas obras agora podem e devem refletir o caráter de um Deus santo e justo. O fruto de justiça vem por meio de Jesus. Dele vêm a força e o poder, o que existe de bom em nós é obra de Jesus.

e.     O resultado é a glória de Deus: Após orar pelo crescimento no amor de maneira que os filipenses pudessem ter a percepção da realidade de Cristo em suas vidas, em busca de uma vida de excelência, mediante um agir reto e justo na prática das boas obras feitas em Cristo, o resultado final será Deus sendo glorificado na vida de seu povo. Paulo estabelece a meta da vida cristã: viver uma vida que redunde em glória e louvor a Deus.

Conclusão

Como líderes somos privilegiados por Deus ter nos concedido um chamado de conduzir o seu povo ao propósito por Ele estabelecido. Sabemos que essa obra é árdua e a tarefa exige muito. Mas também, sabemos que a obra não é nossa, é do Senhor. Ele é quem está conduzindo seu povo, e a nós, nos tem dado a responsabilidade de fazê-los não apenas chegar, mas entrar na Terra Prometida. Mas, até lá vamos interceder para que a sua Palavra seja propagada e o seu Reino estabelecido no coração de cada pessoa salva por Ele. Precisamos orar pela vida de todos os que Deus tem colocado sobre nossa responsabilidade para que eles cresçam no amor, na excelência, na integridade e na prática das boas obras. Pois desta forma, Deus será exaltado e glorificado e nós, assim como Paulo, nos alegraremos com os frutos que virão mediante o agir do Senhor na vida do seu povo.